SÍNDROME DO PÂNICO: O COTIDIANO DE UM SER HUMANO.



GABRIEL PRAZERES DOS SANTOS










JEQUIÉ
2007
GABRIEL PRAZERES DOS SANTOS
Discente Concluinte do Curso de Bacharelado
em Enfermagem, da FTC-Jequié.





SÍNDROME DO PÂNICO: O COTIDIANO DE UM SER HUMANO.










Monografia apresentada ao
Colegiado do Curso de
Graduação Enfermagem da
Faculdade de Tecnologia e
Ciências de Jequié , como
requisito obrigatório para a
obtenção do título de Bacharel
em Enfermagem.




ORIENTADOR: Prof. Esp. Gilson Alves Pires





JEQUIÉ
2007





GABRIEL PRAZERES DOS SANTOS


SÍNDROME DO PÂNICO: O COTIDIANO DE UM SER HUMANO.



Monografia apresentada ao Colegiado do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de Tecnologia e Ciências de Jequié, como requisito obrigatório para a obtenção do título de Bacharel em Enfermagem.



Aprovada em ?????? de ????????????????? de ?????????.




BANCA EXAMINADORA





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Professor Esp. Gilson Alves Pires
Faculdade de Tecnologia e Ciências ? FTC
Orientador



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Professor Esp. Márcio Pereira Lôbo
Faculdade de Tecnologia e Ciências ? FTC



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Profª. Maria das Graças Almeida Mattos
Faculdade de Tecnologia e Ciências ? FTC





AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter me concebido a vida e ter me abençoado com conhecimento, amor ao próximo, determinação, além da força para que eu superasse os obstáculos impostos pela vida.

Agradeço a todos professores que fizeram parte desta minha trajetória e em especial ao Prof. Orientador Gilson Alves Pires que me ajudou na confecção da monografia. Deixo meus sinceros votos a todos os "mestres", pois mestre é quem participa da formação do discente com carinho, força de vontade e respeito. Estes por sua vez me proporcionaram conhecimento, ética e respeito para com o paciente, elementos fundamentais para um bom profissional.

Agradeço a minha família, em especial aos meus pais, José Ferreira dos Santos e Mariângela Góes Prazeres dos Santos, seres humanos idôneos que foram meu grande alicerce para que hoje estivesse realizando um grande sonho. Agradeço todo o esforço por parte dos mesmos, pois sei que por muitas vezes se abdicaram de muitas coisas para me proporcionar este momento.

Agradeço a minha noiva Aline Alencar Brandão, que participou desta minha trajetória me dando todo o apoio, amor e incentivo para que eu continuasse em busca de meus objetivos.

Agradeço a minha irmã, Gabriele, por ter convivido comigo durante um curto período, mas ter me feito companhia em muitas horas.

Agradeço também aos meus avós paternos Braulino José dos Santos (in memória) e Júlia Ferreira dos Santos e aos avós maternos, Francisco Araújo Prazeres Neto e Marieta Sacramento Góes Prazeres, os quais também acreditaram e participaram desta minha caminhada.

Agradeço a meus colegas, que assim como eu, tiveram sede pelo conhecimento e que me proporcionaram ter uma nova visão de mundo. Tivemos momentos difíceis, tristes e também muito alegres que sempre lembrarei com carinho e saudade.

Enfim, agradeço a todos os familiares e amigos que participaram diretamente e indiretamente desta fase de minha vida. A vitória é nossa!










































De fato é impossível imaginar nossa própria morte e, sempre que tentamos fazê-lo podemos perceber que ainda estamos presentes como espectadores. Por isso, a escola psicanalítica pôde aventurar-se a afirmar que no fundo ninguém crê em sua própria morte, ou, dizendo a mesma coisa de outra maneira, que o inconsciente de cada um de nós está convencido de sua própria imortalidade.
Freud, 1915








RESUMO

Segundo TRINTINAGLIA, SUZYMARA (2001) a Síndrome do Pânico é uma forma defensiva que o indivíduo encontrou de se relacionar com a vida e com a morte. Por mais absurdo que pareça, o Pânico é uma mensagem para um mundo externo de que algo, no mundo interno, não conseguiu ser traduzido. O Pânico de comunicar o indizível. Quem experimenta crises, na verdade, inconscientemente, se vale das mesmas para entrar em contato com aquela angústia primitiva e solta. Esta pesquisa objetivou mostrar o cotidiano de um ser humano com a Síndrome do Pânico. Tendo uma abordagem qualitativa sobre o aspecto de um estudo de caso, foi realizado com 1(um) paciente segundo a sua aprovação pelo termo de comprometimento livre e esclarecido. Com a amostra escolhida, foi realizada uma entrevista e feita a análise de dados. Verificamos que, o cotidiano do paciente condiz com a literatura e que houve integração entre paciente X pesquisador no que diz respeito a pesquisa. Assim, observa-se que a patologia é de fundo psicossomático e também fisiológico e que devemos tratá-la com atenção e compromisso, realizando uma integração entre profissional de saúde, família, paciente e amigos, para que tenhamos êxito no tratamento.

Palavras-chaves: Síndrome; Pânico; Cotidiano.



















ABSTRACT

Second TRINTINAGLIA, SUZYMARA (2001) the Syndrome of the Panic is a defensive form that the individual found of if relating with the life and the death. For more nonsense that seems, the Panic is a message for a external world of that something, in the internal world, did not obtain to be translated. The Panic to communicate the indizível. Who tries crises, in the truth, unconsciously, if valley of the same ones to enter in contact with that primitive and untied anguish. This research objectified to show the daily one of a human being with the Syndrome of the Panic. Having a qualitative boarding on the aspect of a case study, it was carried through with 1 (one) patient according to its approval for the term of free and clarified comprometimento. With the chosen sample, an interview and made the analysis of data was carried through. We verify that, the daily one of the condiz patient with literature and that researcher had integration between patient X in what the research says respect. Thus, it is observed that the pathology is of deep psychosomatic and also physiological and that we must treat it with attention and commitment, carrying through an integration between health professional, family, patient and friends, so that let us have success in the treatment.

Keywords: Syndrome; Panic; Life.



















LISTA DE SIGLAS

CID ? Código Internacional de Doenças.
D. N. V. ? Distúrbio Neuro-Vegetativo.
FMUSP ? Faculdade de Medicina da Faculdade de São Paulo.
IBGE ? Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístíca.
OMS ? Organização Mundial de Saúde.
S. P. ? Síndrome do Pânico.


























SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .........................................................................13
1.1 Explicando sobre o tema....................................................13 1.2 Objetivo Geral .....................................................................15
1.3 Objetivos específicos..........................................................15
2 REFERENCIAL TEÓRICO ...........................................................16
2.1 Contextualização acerca da patologia ..............................16
2.2 Epidemiologia ......................................................................20
3 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA ..................................................22
3.1 Tipo de estudo .....................................................................22
3.2 Cenário do estudo ...............................................................22
3.3 Sujeito do estudo .................................................................22
3.4 Técnicas para coleta de dados e questões éticas.............23 3.5 Análise e interpretação dos dados .....................................23
3.5.1 Roteiro da pesquisa ....................................................24
4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS............................27
4.1 Categorias da pesquisa ......................................................27
4.1.1 Relacionamento familiar prejudicado ......................27
4.1.2 Apoio dos parentes próximos...................................28
4.1.3 Formação familiar rígida ...........................................29
4.1.4 Trauma da infância ...................................................30
4.1.5 Dificuldades para ter amigos ....................................31
4.1.6 Antecedentes das crises...........................................31
4.1.7 Baixa auto- estima.....................................................33
4.1.8 Vida amorosa abalada ..............................................33
4.1.9 Sucesso no campo profissional ..............................35
5 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS ....................................................36
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...........................................38
7 APÊNDICES ............................................................................40
8 ANEXOS ..................................................................................49














" A inteligência sem ambição é como um pássaro sem asas".

Autor Desconhecido









Fonte: http://www.gnosisonline.org/imagens/pomba.jpq (acessado
1 INTRODUÇÃO

1.1 Explicando sobre o tema

Quando ingressei na faculdade conheci uma pessoa que sofria da Síndrome do Pânico (S.P.), conversava muito com ela e comecei a estudar a patologia, hoje encontra-se em remissão social. Isto aguçou a minha curiosidade sobre o tema e logo lembrei da minha infância, pois nesta época sempre gostava de assistir filmes de terror, e cada vez que assistia a filmes deste gênero meu medo de ficar sozinho aumentava, parei de assistir filmes desta natureza e meu pavor passou com o tempo. Por isso, estou aqui fazendo um estudo qualitativo sobre a Síndrome do Pânico.

A importância deste estudo para a enfermagem é mostrar o cotidiano de um ser humano com a Síndrome do Pânico. Neste aspecto é essencial que todos os profissionais de saúde tenha conhecimento na perspectiva adequada para soluções diante de tais problemas existentes. Antes de iniciar o trabalho, faz-se necessário um retrospecto histórico sobre a história da psiquiatria e da Síndrome do Pânico.

SILVA, FILHO (2000), demonstra em seus estudos que a psiquiatria surgiu como especialidade médica no fim do século XVIII quando começou a dar-se na Europa a retirada dos loucos das dependências de abrigos onde eram misturados a todo o gênero daqueles classificados como delinqüentes. A imagem do francês Phillipe Pinel, libertando os loucos de correntes e grilhões, foi marcada por toda uma simbologia que identificava a Psiquiatria a ideais essencialmente humanitários: a partir de então o louco começaria a ser visto como um doente, que precisava sobretudo de um tratamento.

O movimento pela hospitalização dos loucos começou a se organizar no Brasil a partir de 1830, principalmente através da atuação da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro. Devemos lembrar que data justamente dessa época a criação das Faculdades de Medicina do Rio de Janeiro e da Bahia, ambas em 1832 (SANTOS FILHO, 1985). Portanto um período de articulação e de busca de legitimidade do discurso medico. Assim, começariam a levantar-se as primeiras vozes em defesa da construção de um hospital especifico aos ditos alienados mentais, o que se concretizaria com a inauguração do Hospício D. Pedro II (1852), no Rio de Janeiro. Naquelas Províncias onde inexistia esse tipo de estabelecimento, os alienados eram enviados com freqüência às Santas Casas de Misericórdia, cujas instalações não demonstravam ser das mais confortáveis: "... incluem-nos entre seus hospedes, mas dá-lhes tratamento diferenciado dos demais, amontoando-os em porões, sem assistência medica, entregues a guardas e carcereiros". (REZENDE, 2000, p. 35).

Hoje a saúde mental tem uma nova perspectiva de atendimento, aboliram-se as grades e as camisas de força que no passado eram comuns encontrarmos nos "manicômios". Atualmente, a saúde mental visa o tratamento do paciente respeitando-o como indivíduo, paciente e principalmente como ser humano. Fazendo com que o mesmo possa ingressar novamente em sua sociedade tendo uma vida dita "normal".

Neste contexto a S.P. existe desde os primórdios da humanidade, mas só começou a ser estudada no início do século XX. Para entendermos melhor devemos fazer um breve retrospecto histórico através da mitologia. A palavra "Pânico" foi adaptado do grego "Panikon" derivado do Deus grego "Pâ", figura mitológica grega, filho de Zeus e da ninfa Calisto. Este habitava os bosques junto as fontes, mas tendo predileção pela Arcádia, local onde nasceu. Era um ser horrendo, da cintura para baixo era como um bode peludo e da cintura para cima como um homem, porém com chifres. Era uma divindade travessa e galanteadora, mas sempre rejeitado por sua feiúra. Portava uma flauta feita de caniços do brejo. Infundia terror aos camponeses, aí a denominação de pânico. (Síndrome do Pânico ? TRINTINAGLIA, SUZYMARA, 2001). Por este motivo a palavra recebe o significado de "susto ou pavor repentino, que provoca reação descontrolada". ( Minidicionário Ediouro da Língua Portuguesa 2ª edição-2001).




1.2 Objetivo Geral

Mostrar o cotidiano de um ser humano com a Síndrome do Pânico.

1.3 Objetivos Específicos

? Subsidiar os profissionais de saúde que trabalham na área de saúde mental a conviver ou até ajudar o portador em sua reabilitação;

? Conhecer os sinais e sintomas acerca da patologia; identificando os fatores predisponentes da Síndrome do Pânico;

? Observar a família em relação ao seu convívio com o portador da Síndrome do Pânico.



















2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Contextualização acerca da patologia

A concepção psicofísica do fenômeno da Síndrome do Pânico foi estudado primeiramente por Freud, ele denominava de "Neurose de Angústia" em 1895. Freud explica a fase visual do desenvolvimento infantil e o papel de contração do anel visual como agente atuante das futuras respostas do pânico. Explicita vivências do corpo. Procura demonstrar a ordem implícita nas reações corporais das crises de Pânico e seu significado emocional, caracterizando alguns traços psicofísicos comuns às pessoas que desenvolvem S.P. como a desorganização do corpo. Explicita ainda alguns modos de funcionamento destas pessoas nos períodos entre as crises.

Esta patologia era rara nas décadas de 20 e 30 do século XX, hoje presenciamos um grande contingente de pessoas com esta síndrome nos consultórios psiquiátricos. Até 1980, era chamada de drama do coração irritável ou neurastenia cardiocirculatória. Esta síndrome acarreta mais mulheres do que homens na proporção de 2 mulheres para cada 1 homem. (KAPLAN & SADOCK, 1997).

A Síndrome do Pânico é uma maneira defensiva que o indivíduo encontrou de se relacionar com a vida e com a morte. Por mais absurdo que pareça, o Pânico é uma mensagem para um mundo externo de que algo, no mundo interno, não conseguiu ser traduzido. O Pânico de comunicar o indizível. Quem experimenta crises, na verdade, inconscientemente, se vale das mesmas para entrar em contato com aquela angústia primitiva e solta. Vale salientar que a Síndrome do Pânico é um reflexo de um passado mal vivido pela criança, e as conseqüências se refletem no futuro no indivíduo já adulto, TRINTINAGLIA, SUZYMARA (2001).

Geralmente, o pânico aparece, quando as pessoas estão com sua vida estruturada pessoal, social e economicamente. Provavelmente ainda não existe a ilusão de que alguém (concreto ou simbólico) garante que a pessoa não está abandonada. Quando essa ilusão passa pelo processo gradativo de desilusão, o sujeito descobre tudo de uma só vez TRINTINAGLIA, SUZYMARA (2001). O indivíduo logo pensa que é frágil e que pode morrer de uma hora para outra e reflete como foi sua vida, este é um dos primeiros passos do indivíduo com a Síndrome do Pânico. O Pânico passa a ser um grito desesperado encenado no corpo físico, demonstrando toda a inconformidade por não existir um fiador eterno que o protegerá e o amará para sempre. Portanto, vemos que os indivíduos que sofrem desta patologia geralmente são realizados tanto financeiramente, amorosamente e profissionalmente. Porém, a patologia pode esta associada a traumas passados ocorridos durante a infância.

Segundo WINNICOTT, o bebê, quando desembarca em um mundo desconhecido, bombardeado diariamente por estímulos e excitações de todos os lados, não tem outra saída se não a dependência passiva dos pais que se tornam figuras onipotentes e que detém a mais terrível das ameaças: o medo de ser abandonado. Este medo de ser abandonado é o que reflete a Síndrome do Pânico, pois o indivíduo quando está em crise tem medo de ficar sozinho e medo da morte, fica como uma criança abandonada e indefesa a procura de um consolo. Estas crises duram cerca de 20 a 40 minutos, e indivíduos relatam que este pequeno período parece uma eternidade. Isto também é demonstrado por Freud, segundo o mesmo o desamparo do homem encontra seu protótipo no desamparo da criança. Para entendermos melhor sobre a Síndrome do Pânico devemos diferenciá-la de Depressão de Ansiedade:

Ansiedade ? Segundo MAROT (2005), ansiedade é uma sensação ou sentimento decorrente de excessiva excitação do Sistema Nervoso Central (SNC) conseqüente à interpretação de uma situação de perigo.

Depressão - Segundo MAROT (2005), depressão é uma doença marcada por mudanças extremas no comportamento, energia e ânimo de uma pessoa.

Assim verificamos que muitas vezes a Síndrome do Pânico é diagnóstica de forma equivocada pelos profissionais comparando a mesma como ansiedade ou depressão, dificultando assim o tratamento e recuperação do paciente.

O fato é que estamos caminhando para um avanço significativo no contingente de pessoas com sinais e sintomas acerca da Síndrome do Pânico, neste sentido TRINTINAGLIA, SUZYMARA (2001; p 26), relaciona alguns fatores sociais como predisponentes : dificuldade de relaxar; estresse constante; herança genética; perda súbita de suportes sociais; perdas abruptas de familiares; perfeccionismo; portadores de prolapso da válvula mitral; separação dos pais; pessoas ansiosas; tensão constante e etc.

Uma série de estudos revelou um risco de quatro a oito vezes maior de Síndrome do Pânico em parentes em primeiro grau de pacientes com Síndrome do Pânico, e cerca de 30% a 40% dos casos são de origem hereditária. ( KAPCZINSKI, FLÁVIO ? 2003). Esta predestinação além de fatores hereditários, tem o papel emocional que é um relativo potencial para que o indivíduo venha a sofrer da mesma. Esta patologia é de fundo psicossomático, ou seja, tem fundo emocional. Indivíduos ansiosos são mais acometidos quando sofrem algum problema social ou familiar que o perturbou muito e que não teve um acompanhamento prévio e apoio das pessoas que o cercam. Assim, é importante mencionar alguns sintomas clínicos segundo CAETANO, DORGIVAL (2000; p 14): dor no peito ? parestesias em MMSS e MMSS; tonturas; angústia; palpitação; náuseas; sudorese; mal-estar; tremor; medo de morrer; dispnéia; ondas de calor; desmaio repentino; medo de ficar louco; medo de ambientes com público; medo de ônibus; medo de perder o controle e etc. Os sintomas iniciais não são visíveis por este motivo quando os indivíduos procuram um serviço especializado já estão sob uma forma severa da patologia.

De acordo a TRINTINAGLIA, SUZYMARA(2001; p 32), existem alguns fatores fisiológicos que devem ser mencionados neste estudo para que tenhamos uma visão mais ampla tanto fisiologicamente, patologicamente e ate terapeuticamente, para que possamos lidar melhor com a mesma. Temos que citar substâncias produzidas e secretadas pelo nosso corpo como a : Serotonina, Noradrenalina, Endorfina e a Adrenalina. A serotonina é um neurotransmissor envolvido na transmissão de mensagens entre os neurônios (sinapse).

A endorfina é uma substância natural produzida pelo cérebro durante e depois de alguma emoção ajudando a minimizar a percepção da dor, relaxar, aliviando as tensões, estresse,ansiedade e depressões leves.

A Serotonina é conhecida como a substância do prazer, o baixo nível de serotonina desencadeia vários distúrbios em diversas áreas inclusive no humor. A Adrenalina e a Noradrenalina agem em conjunto acelerando ou retardando alguns sinais vitais do indivíduo como: batimentos cardíacos, respiração, pulso e etc.

Os indivíduos acometidos merecem respeito por parte do profissional quanto por parte do familiar que deve apóia-lo no tratamento para que obtenha êxito. A Síndrome é complicada de ser entendida e tratada mais adiante tentaremos mostrar alguns possíveis tratamentos para a mesma.

Os ataques de pânico podem ser divididos em 3 grupos: inesperados; ligados a situações; predispostos a situações.

Segundo KAPCZINSKI, FLÁVIO (2003; p 23) alguns profissionais são mais propícios a adquirirem a Síndrome do Pânico como: policiais; mulheres separadas; pessoas que sofreram ou testemunharam um desastre; pessoas que sofreram fortes emoções. Estes grupos são mais propícios, pois por algum trauma ou emoção forte isto pode ocasionar o aparecimento dos sintomas.

Segundo foi declarado no Simpósio de Atualização do Tratamento do Pânico, realizado em 12/08/2000, e promovido pelo ambulatório de ansiedade do instituto de psiquiatria do HC ? FMUSP. Dentre os pacientes pesquisados apenas 20% dos pacientes diagnosticados e tratados tem cura antes ou após 7 anos de tratamento. Isto demonstra que o tratamento é árduo e demorado mais que é possível através de familiares, profissionais e da sociedade.

O tratamento mais aconselhável para a Síndrome do Pânico é o tratamento clínico juntamente com o tratamento psicoterápico. O tratamento clínico é responsável por cerca de 30% da cura, já o tratamento psicoterápico é responsável por cerca de 90% das curas (KAPCZINSKI, 2003).
A Síndrome do Pânico é uma patologia muito comum hoje, porém a população ainda tem um preconceito muito grande sobre a mesma, trata o portador da síndrome como um (DNV) Distúrbio Neuro Vegetativo, ou em outras palavras o popular (PITI). Isto ocasiona problemas imensos aos pacientes pois os mesmos sabem que precisam de tratamento e compreensão, mas são mal recebidos na unidade ou até mesmo em seu próprio lar como uma pessoa que adora chamar atenção. Isto faz com que os mesmos não procurem ajuda, e em muitos casos não são nem detectados por causa destes fatores citados acima. Qualquer estudo que venha contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos portadores da Síndrome do Pânico é justificável.



2.2 Epidemiologia

Uma grande parte da população nem sequer sabe que esta patologia existe, mais segundo KAPCZINSKI, FLÁVIO (2003 p. 60), os dados epidemiológicos mostram que 2% a 4% da população mundial sofre da síndrome, e no Brasil 4% da população é acometida da mesma porém muitos não são diagnosticados. A faixa etária mais predestinada está entre 21 a 40 anos, porém existem relatos também em crianças. (OMS ? 2005).

Estúdios recentes mostram uma prevalência de 13% de parentes de primeiro grau afetados contra 3,5% da população geral (MORAN e ANDREWS, 1985; Noyes et al., 1985;HOPPER, 1985). Estes estudos demonstram que membros de famílias afetadas tem o risco aumentado de aproximadamente 3,7 vezes de desenvolver a patologia. Isto demonstra que esta patologia tem fundo congênito aumentando assim a probabilidade de parentes de portadores da síndrome desenvolverem a mesma.

Os pacientes portadores da Síndrome do Pânico desenvolvem depressão em 50% dos casos, e que 90% dos mesmos desenvolvem agorafobia. Um grande número de pacientes também desenvolvem (misantropia) ou seja, aversão a sociedade ou convívio social. E cerca de 40% e 80% dos pacientes com Síndrome do Pânico também apresentam diagnóstico de depressão. E cerca de 65% dos pacientes com Síndrome do Pânico podem desenvolver em algum momento da vida depressão. (OMS-2005).

A síndrome é uma doença psicossomática, ou seja, de caráter emocional e não fisiológico. Mas as vezes pode comprometer fisiologicamente os portadores. Através de dados epidemiológicos também podemos verificar que a síndrome tem caráter congênito e que parentes de primeiro grau devem ser observados mais atentamente pois são potenciais portadores da síndrome com o passar do tempo. Isto nos mostra que a síndrome pode ser congênita e ter predisposição hereditária segundo alguns estudos. Isto também aponta e deve ser discutido o papel emocional, pois é uma doença de fundo emocional já comprovada através da nova versão do CID 10. Sob o N° F 41.0 Transtorno de Pânico (Ansiedade Paroxística Episódica). Tratando a patologia como um transtorno ansiosos.

















3 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA


3.1 Tipo de estudo

Essa pesquisa teve uma abordagem qualitativa sob o aspecto de um Estudo de Caso. MEYER (2005) define como estudo de caso a pesquisa em que o observador registra os dados obtidos através da observação clínica e laboratorial do indivíduo acometido pela patologia.


3.2 Cenário do estudo

Segundo BOEDAN (1994, p. 13), o trabalho de campo refere-se ao estar dentro do mundo do sujeito(...) Não como alguém que faz uma pequena paragem ao passar, mas como uma pessoa que sabe tudo, mas como alguém que quer aprender.

A mesma foi realizada no município de Jequié, localizada a 360 Km de Salvador e apresenta uma população de 179.128 habitantes (IBGE 2005).

O local da entrevista foi escolhido previamente e acordado entre ambas as partes, ficando estabelecido o ambiente domiciliar do paciente como cenário.


3.3 Sujeito do estudo

A amostra constou de (1) um indivíduo, portador da Síndrome do Pânico,sendo escolhido 1(um) paciente dentre os que realizam tratamento no Programa de Atenção a Saúde Mental de Jequié, anexo no Centro de Saúde Jequié. O Programa de Atenção a Saúde Mental de Jequié é composto pela seguinte equipe: 2 psiquiatras; 1 enfermeiro especialista; 1 auxiliar de enfermagem. O atendimento é realizado de segunda a sexta-feira no período vespertino. E a sua data de implantação foi em outubro de 2000. Assim foi escolhido um paciente portador da Síndrome do Pânico, do sexo feminino, 45 anos de idade, de religião católica, divorciada, e com vida profissional ativa.
Foi estabelecido como critério de exclusão os pacientes menores de 18 anos.


3.4 Técnicas para coleta de dados e questões éticas

Segundo MARCONI; LAKATO (1999), entrevista é o encontro entre 2 pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante conversação de natureza profissional.

Portanto, a técnica para coleta de dados foi realizada através de entrevista, com roteiro próprio, a entrevista foi registrada com a ajuda de um gravador mediante a aprovação do entrevistado, o local para a entrevista foi escolhido previamente e acordado entre ambas as partes. Este estudo obedeceu os princípios da resolução 196 de 10 de Outubro de 1996 do Conselho Nacional de Saúde, respeitando a autonomia do participante no tocante a apreciação e a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido de participação, após a aprovação da Comissão de Ética e Pesquisa da Faculdade de Tecnologia e Ciências. Preservando a integridade, física, psíquica, moral, intelectual, social, cultural e espiritual do ser humano, visando o bem estar do paciente.


3.5 Análise e interpretação dos dados

Para BEST (1972) a análise de dados representa a aplicação da lógica dedutiva do processo de investigação. Após a coleta de dados foi realizada uma investigação minuciosa com o resultado dos dados obtidos através da entrevista, seguindo-se de sua análise e interpretação.

A análise e interpretação dos dados foi feito por categorias, as quais analisamos criticamente conforme embasamento literário. Estas categorias, por sua vez, correlacionam os dados coletados com a fundamentação teórica fazendo com que o pesquisador possa interpretá-los segundo a metodologia escolhida.

3.5.1 Roteiro da pesquisa

PERGUNTA N 1°: Defina a sua relação familiar.

Esta categoria definiu o convívio do entrevistado para com a sua família, analisando assim suas possíveis alegrias ou frustrações familiares.

PERGUNTA N 2°: Como você lembra de sua família?

Esta categoria visou interpretar ou supor alguma decepção familiar ocorrida pelo entrevistado em seu passado, pois sabemos da importância de antecedentes familiares para maior prevalência da patologia.

PERGUNTA N 3°: Como foi a sua infância?

Esta categoria analisou como foi a infância do entrevistado portador da Síndrome do Pânico, levando em consideração que a patologia pode ser ocasionada por um trauma ou forte emoção ocorrido na infância.

PERGUNTA N 4 °: Qual fato te marcou negativamente em sua infância?

Esta categoria contribuiu para interpretar o possível trauma do entrevistado, assim, podemos interpretar estes dados e correlacioná-los com a patologia.

PERGUNTA N 5 °: Como é seu relacionamento inter-pessoal com os seus amigos?

Esta categoria visou investigar o relacionamento inter-pessoal do entrevistado, pois portadores da patologia geralmente são seres com misantropia e se afastam de seus familiares e amigos.



PERGUNTA N 6 °: Você se considera realizado em termos amorosos?

Nesta categoria descobrimos se o entrevistado sofreu alguma decepção amorosa ou se considera realizado amorosamente. Pois vemos na literatura que muitas das vezes os portadores da patologia entram em crise após a idade adulta quando estão realizados amorosamente.

PERGUNTA N 7 °: Em relação ao campo profissional, como você se define?

Nesta categoria analisamos se o entrevistado é realizado em termos profissionais. Pois vemos na literatura que muitas das vezes os portadores da patologia entram em crise após a idade adulta quando estão realizados profissionalmente/financeiramente.

PERGUNTA N 8 °: Quando foi que você percebeu que estava doente e precisava de ajuda?

Nesta categoria verificamos quando o portador percebeu que precisaria de ajuda, porque por muitas vezes os portadores da Síndrome do Pânico escondem que possuem a patologia e retardam o seu tratamento e possivelmente sua cura.

PERGUNTA N 9 °: Quando e como foi a sua 1ª crise?

Nesta categoria investigamos quando o como foi a 1ª crise do nosso entrevistado. Assim, vimos os relatos acerca da crise.

PERGUNTA N 10 °: Você já conhecia sobre a patologia?

Geralmente os portadores da Síndrome do Pânico quando sofrem a 1ª crise muitas das vezes já conhecem a patologia, porque já estão passando por alguns dos sintomas mais não querem assumir que precisam de tratamento.


PERGUNTA N 11 °: Seus familiares participaram ou participam de seu tratamento?

Analisamos nesta categoria sobre o relato do entrevistado, mostrando assim a sua opinião sobre a participação da sua família em seu tratamento.

PERGUNTA N 12 °: Como foi a reação de sua família ao descobrir que você precisava de tratamento?

Nesta categoria percebemos como o entrevistado relata o acontecimento ocorrido quando a sua família descobriu que o mesmo precisava de tratamento.

PERGUNTA N 13° : O que você sente nos momentos das crises?

Nesta categoria analisamos o relato do entrevistado citando como ele se sente ou se comporta nos momentos em que ocorre as suas crises.

PERGUNTA N ° 14 : Atualmente você se considera curado?

Investigamos nesta categoria a opinião do entrevistado sobre a sua cura. E assim, analisaremos a sua auto-avaliação.






4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 Categorias da pesquisa

Antes de começar a analisar os dados coletados através da entrevista, para manter a integridade física, psíquica, social, moral, cultural e religiosa do entrevistado, vamos nomeá-la com um pseudônimo (Lua). Portanto mencionaremos o nome "Lua" ao tratar da paciente portadora da Síndrome do Pânico escolhida para esta pesquisa.


4.1.1 Relacionamento familiar prejudicado

De acordo CAETANO, DORGIVAL (2000), é natural que a família se sinta perdida e frequentemente ressentida pelos transtornos que o pânico causa e passe a pressionar o paciente para "controlar" ou "superar" suas crises. Assim verifica-se que há uma cobrança excessiva por parte dos familiares para com o paciente deixando-o ansioso.

A entrevistada ao ser indagada sobre: como é sua relação familiar? Lua relata que:


Bom, minha relação familiar. Eu sou mãe de 2 (duas) filhas, tenho um pouco de, como é que posso dizer? Uma adolescente, tenho muitos problemas, agora to passando uma fase difícil e eu tenho depressão e tudo que ela me faz, machuca bastante e isto me deixa depressiva. Já com a mais velha, também passei uma fase difícil, mas hoje em dia ta mudada. Tô convivendo bem com ela. Mas também tem aquela coisa... Mas acho que pra gente morar junto não tem como, porque agente junta não dá certo... E convivo bem com meu ex-marido. Sou divorciada, moro com meu ex-marido mas... A gente se entendi.



Observou-se na entrevista com o paciente portador da Síndrome do Pânico, que por ser uma patologia de fundo psicossomático o relacionamento familiar fica prejudicado. Estes resultados reafirmam o que encontramos na literatura, houve uma perda na cumplicidade existente entre os familiares, dificultando o relacionamento inter-pessoal que deve existir na família.

Geralmente no início do tratamento a família da o apoio necessário ao paciente, mas conforme o tempo passa, os familiares passam a fazer uma cobrança excessiva com o portador da síndrome para que o mesmo possa "controlar" os seus sinais/sintomas e consequentemente suas crises.

Assim, conforme o relato citado acima identificamos uma perda no companheirismo entre os membros da família, e que a entrevistada não tem como suporte os familiares que convivem diretamente com a mesma. Assim a paciente dificulta o seu tratamento, pois necessita integralmente do apoio familiar para que consiga os resultados esperados durante o seu tratamento.


4.1.2 Apoio dos parentes próximos

Segundo RIBEIRO, LUCIANA (2003) a família é de fundamental importância para o tratamento do paciente, esta por sua vez deve trabalhar em conjunto com o paciente, pois a patologia acaba afetando todos que convivem com o portador. O apoio familiar é imprescindível para o tratamento.

A entrevistada ao ser indagada sobre: seus familiares participaram ou participam de seu tratamento? Lua responde que:


Sim. Principalmente minha irmã mais velha, que teve Síndrome do Pânico... Foi ela quem falou. Através dos sintomas dela que eu percebi que estava doente. Meu pai também me ajudou bastante, foi quando ele ligou para Salvador e o médico diagnosticou como Síndrome do Pânico... Meus irmãos que moram em Salvador, ligaram para ir urgente pra lá que eles bancariam o tratamento, pois é um tratamento caro... E no mais me deram todo apoio. Meu pai, sempre preocupado comigo e minha mãe teve sempre me apoiando, nunca me deixando sozinha.


Verificamos na entrevista que os parentes próximos ajudam e fazem parte do tratamento do paciente. Estes resultados reafirmam que a família, parentes e amigos são primordiais para um tratamento com um bom prognóstico. Assim, como na literatura, verificamos que a entrevistada tinha plena consciência que sofria da patologia e que precisava de ajuda, porém eram poucos os familiares que lhe deram o devido apoio durante o tratamento. Verifica-se também, no caso da paciente que os parentes próximos estão ajudando mais a paciente, do que a própria família que convive em seu lar. A família deve está próximo ao paciente em todos os momentos dando forças e incentivando o mesmo para que continue o tratamento.


4.1.3 Formação familiar rígida

Alguns estudos realizados por KAPCZINSKI, FLÁVIO (2003), demonstra que a formação familiar é uma das responsáveis pelo transtorno do pânico, pois a síndrome acontece geralmente na fase adulta entre as faixas etárias de 21 a 40 anos, porém são reflexos de uma infância repletas de traumas, cobranças e perdas significativas.

A entrevistada ao ser indagada sobre: como foi a sua infância? Relata que:


Eu lembro de minha família, lembro muito de minha infância. Foi uma infância pobre. Eu lembro que meu pai era autoritário, bastava olhar pra gente "baixava logo a crista", hoje em dias os filhos são bastantes diferentes. Agente fala e eles não quer ouvir... E até hoje eu com 45 anos devo respeito a meu pai. Eu nunca respondi meu pai, minha mãe não respondo...


No que diz respeito a rigidez na formação familiar, percebe-se que o autoritarismo dos pais perante a filha (núcleo da pesquisa), pode fazer com que a criança seja cobrada e pressionada demasiadamente. Provocando assim transtornos futuros como tratamos nesta pesquisa. As patologias psicossomáticas são de fundo emocional. Reflexos de traumas ou situações mal vividas no passado, assim, pontuamos dentre dos muitos fatores, a formação familiar rígida como um importante e predisponente fator, o qual pode ocasionar a Síndrome do Pânico.


4.1.4 Trauma da infância

BUSNELLO, JOÃO (2003) define os fatores ambientais como um dos responsáveis para a Síndrome do Pânico, pois segundo ele as experiências sofridas podem contribuir de alguma maneira para o estabelecimento da doença. Essas experiências ocorrem durante o desenvolvimento do indivíduo. Sabe-se que eventos traumáticos podem desencadeá-la, porém nem todos os expostos a tais situações irão desenvolvê-la.

Um momento importante da entrevista foi quando a paciente foi indagada em relação: ao fato que a marcou negativamente em sua infância? A mesma suspirou, e um pouco emocionada respondeu:


Bom, o fato que marcou negativamente a minha infância,, que até hoje me dói bastante falar. Foi que eu acho... Acho não! Foi o que provocou a minha doença. Certa vez, eu tinha 6(seis) anos e minha irmã mais nova 1 (um) ano, 1 (um) ano e pouco. Fui no quintal, e no quintal tinha uma escada e minha mãe falou assim: "se sua irmã morrer a culpa é sua". Eu acho que para uma criança de 6 (seis) anos, é uma coisa muito marcante e isto foi o que causou a minha depressão. Depois disto aí, eu fiquei cheia de complexos, cheia de traumas e até hoje sou uma pessoa traumatizada, complexada.



Como percebemos no relato, a entrevistada ao ser abordada sobre este assunto ficou abalada emocionalmente ao lembrar deste fato tão marcante em sua infância. Como sabemos a S.P., pode ser um reflexo do passado do paciente: alguma emoção forte; sofrimento intenso; perda de pessoas próximas; traumas em geral e etc. Um passado catastrófico poderá ser refletido na vida adulta. Devemos levar em consideração que os fatos marcantes podem ou não desenvolver a S.P. Vemos no relato de Lua que a mesma considera este fato de sua infância como desencadeante da sua patologia atual.
4.1.5 Dificuldade de ter amigos

O medo permanente de passar mal "o medo de ter medo" leva os pacientes a recusarem convites para festas comemorativas, batizados, casamentos, passeios, viagens de férias e etc. Dessa forma, os amigos vão se afastando e há um isolamento social progressivo CAETANO, DORGIVAL (2003; p 37). A paciente ao ser abordada sobre: como é seu relacionamento inter-pessoal com seus amigos? A mesma respondeu que:


Olhe bem. Eu não tenho, eu não sou uma pessoa de ter amigos. Eu sempre andei quando era adolescente com minha irmã, uma irmã mais nova que eu. Casei e nunca tive amigos. Hoje depois de separada, que eu tenho uma pessoa que considero amiga, só. Amigos, amigos. Não tenho.



Este relato reafirma que portadores da S.P. geralmente são pessoas que se isolam do convívio social devido ao sinais/sintomas que sofrem. Estas pessoas muitas das vezes se isolam, pois tem receio de sair para: eventos; festas; reuniões ou qualquer ambiente público, porque tem um medo pregresso de situações que podem acometer em uma eventual crise. Assim, por não ter uma vida social estável, não são populares e geralmente não tem amigos.

Os amigos por sua vez são "peças" fundamentais para a eficácia do tratamento, pois o paciente deseja desabafar sobre a sua situação com alguém e por não ter amigos continua sofrendo.


4.1.6 Antecedentes das crises

A pessoa que sofreu uma crise de S.P., a sua vida fica marcada pelo antes e pelo depois da 1ª crise. TRINTINAGLIA, SUZYMARA (2001;p. 27). Pois geralmente, estas pessoas sofrem de crise antecipatórias, ou seja, crises que antecedem o transtorno de pânico por causa do medo que o paciente tem que a crise retorne, e que se dê em uma situação a qual possa causar um grande constrangimento. Isto é, um procedimento defensivo do corpo, o paciente fica constantemente alerta lutando contra todos os fatores que podem desencadear a uma nova crise. E acaba produzindo um quadro fóbico no círculo social do paciente, fazendo com que o mesmo se isole.

Esta ansiedade provoca no paciente um sentimento de culpa, fazendo com que o mesmo pense: "Lá vem tudo de novo", este situação faz com que o paciente sofra precocemente antes do acontecimento propriamente dito.

Um momento crucial na pesquisa, foi o momento o qual a entrevistada foi indagada sobre: quando e como foi sua 1ª crise? A mesma parou por alguns instantes e respondeu:


Minha 1ª crise, eu estava na igreja. Sentada, ouvindo o padre falar. Começou um medo, um medo de desmaiar. Comecei a suar, minha cabeça começou a rodar, fiquei tonta, segurei no banco, parecia que ia cair. Aí levantei e fui embora... Senti muito, muito medo. Medo de sentir medo, medo de multidão, medo de falar em público. Como hoje mesmo, que eu tinha um evento, e não fui, porque eu tremi de medo só em pensar em ta neste evento.



Na entrevista, percebemos no relato da paciente que quando aconteceu a 1ª crise na igreja, grande parte da população a repudiou falando que eram coisas malignas ligadas ao lado espiritual da mesma. Isto a perturbou tanto que até hoje ela não freqüenta a igreja a qual aconteceu sua 1ª crise.

Outro momento importante foi quando a entrevistada mencionou que no dia da entrevista ela teria um evento importante e só de pensar já estava tremendo, isto é um reflexo de crises antecipatórias. Este fato reafirma o que se encontra na literatura, que geralmente o paciente passa constantemente por uma pressão psicológica do próprio "eu", Ou seja, se cobra demasiadamente tentando impedir que as crises ocorram, sem perceber que ao sofrer dessas crises antecipatórias predispõe as crises de pânico.

Assim, verificamos que, o paciente portador da S.P. tem plena consciência que está doente e que necessita de ajuda (tratamento). O paciente sofre muito ao pensar constantemente sobre o seu modo de agir, principalmente após as crises, porém não consegue controlar os sintomas. Segundo alguns relatos na literatura as crises de pânico são indescritíveis e talvez a pior das experiências psíquicas e orgânicas que alguém pode experimentar. Este sofrimento póstumo é o que denomina-se de "depressão pós-crise" segundo alguns estudiosos no assunto.


4.1.7 Baixa auto-estima

Segundo estudos, observou-se que 50% dos portadores de S.P. desenvolveram ou irão desenvolver a depressão em algum momento em suas vidas (OMS-2005).

Estes resultados reafirmam que os pacientes portadores de S.P. geralmente são pessoas depressivas. Assim, percebemos uma baixa auto-estima em relação ao paciente. O mesmo muitas vezes se afastam da sociedade, evitam ambientes públicos, evitam qualquer forma de contato social, passa a ficar só por um longo período e sentem-se satisfeitos quando estão solitários.

Verificamos na entrevista um momento que Lua demonstra um pouco de melancolia, ao ser indagada como se senti atualmente, ela responde: "Não. Não me considero curada. Mesmo sendo medicada, eu me considero uma pessoa ainda doente...".

Assim, percebemos que a entrevistada mostra o seu sentimento de tristeza por ainda não está curada. Percebe-se também, que a auto-estima desta paciente está abalada, pois em um dado momento da pesquisa a mesma relatou que: sabia que o tratamento era longo, mais que ainda tinha fé, em um dia parar de tomar a medicação.


4.1.8 Vida amorosa abalada

Geralmente o pânico aparece, quando as pessoas estão com sua vida estruturada pessoal, social e economicamente. Provavelmente ainda não existe a ilusão de que alguém (concreto ou simbólico) garante que a pessoa não está abandonada. Quando essa ilusão passa pelo processo gradativo de desilusão, o sujeito descobre tudo de uma só vez. O indivíduo logo pensa que é frágil e que pode morrer de uma hora para outra e reflete como foi sua vida, este é um dos primeiros passos do indivíduo com a Síndrome do Pânico (TRINTINAGLIA, SUZYMARA, 2001).

Lua ao ser questionada sobre: como você se considera em termos amorosos? Responde com um pouco de receio e baixo, pois o ex-marido reside com ela:


Não. Eu me casei aos 20 (vinte) anos, vive 14 (catorze) anos com uma pessoa. Tive 2 (duas) filhas e depois de 14 (catorze) me separei. Depois disto, não tive mais ninguém. Não sei, se foi trauma, não sei... Mas hoje em dia prefiro ficar só e viver somente para as minhas filhas.



Foi observado durante a pesquisa que a paciente atualmente vive em uma residência confortável, e aparentemente não passa por problemas financeiros. Estes resultados reafirmam que, a S. P. surge em um momento "estável" na vida do paciente, e que é um reflexo de sentimentos, sensações e traumas acumulados durante a vida.

Percebe-se também, que o relato de Lua em relação ao lado amoroso não condiz com o conteúdo literário citado acima. Pois, a paciente é divorciada e ao mesmo tempo vive com seu ex-marido, porém não convive amistosamente com o mesmo. Ambos moram na mesma residência, porém vivem sem muito diálogo e reciprocidade.










4.1.9 Sucesso no campo profissional

De acordo TRINTINAGLIA, SUZYMARA, 2001, o pânico aparece, quando as pessoas estão com sua vida estável tanto em termos; pessoal, social e economicamente. O Pânico passa a ser um grito desesperado encenado no corpo físico, demonstrando toda a inconformidade por não existir um fiador eterno que o protegerá para sempre.

Lua ao ser questionada sobre: você se considera realizada profissionalmente? Responde:


No profissional eu me defino, como uma pessoa realizada, porque quando eu era casada. Eu cuidava do lar. E logo depois que eu me separei, eu tive que aprender a trabalhar fora. Eu tive que aprender a trabalhar. Meu pai, colocou uma farmácia. Eu comecei a tomar conta da farmácia. Mesmo sem experiência, hoje sou secretaria escolar, faço de tudo. Nem em computador eu sabia mexer, e hoje tem muita gente que me elogia na escola por causa da minha capacidade, meu potencial.


A entrevistada quando iniciou as crises de S.P. não tinha uma vida profissional ativa. Assim, verifica-se que a literatura não condiz com a história clínica do paciente. Ao contrário do que mostra a literatura, o trabalho tornou-se uma "terapia" positiva para o paciente, pois, aos poucos a paciente volta para o convívio social.

Verifica-se também que, a S.P. é um reflexo de uma vida "mal" vivida e poderá ser refletida em um dado momento de sua vida. E muitas pessoas as vezes por falta de conhecimento se pergunta: " aquela pessoa tem Síndrome do Pânico por qual motivo?". Esta indagação deve ser feita tomando por base o passado do paciente e não seu presente, assim, chegaremos a uma resposta clara e concisa.





5 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS

Verificamos que o cotidiano do paciente escolhido para esta pesquisa em parte condiz com a literatura. Estes resultados reafirmam que a patologia deve ser tratada pelo profissional de saúde com muito respeito e cuidado para com o paciente. Pois, o indivíduo portador da S.P., geralmente é uma pessoa solitária e carente, que se refugia na solidão para evitar eventuais crises, dificultando assim o seu tratamento.

Observou-se que, a paciente participou ativamente da entrevista, mostrando o seu ponto de vista sobre o que senti, em outras palavras "desabafando". Durante a entrevista haviam 2 (dois) familiares da mesma em sua residência, porém, nem sabiam do que se tratava. Mostrando mais uma vez, uma falta de interesse com a patologia da mesma.

Em vários momentos da entrevista percebemos também a indagação da paciente sobre: "se um dia ela ficaria curada?". Verificamos que a entrevistada tem esperança e que o tratamento tem evoluído de forma satisfatória. Em vários momentos citou que: "Hoje em dia eu me sinto melhor!". Assim, observa-se que o tratamento para a S.P. é demorado, porém, com o apoio dos familiares, amigos e do próprio paciente, este tratamento pode ser eficaz proporcionando assim, uma melhoria na qualidade de vida do paciente.

Este estudo chama a atenção do profissional de saúde juntamente com familiares para uma integração conjunta, para que se realize um tratamento com eficácia e sucesso.

Salientamos que, existem poucos estudos sobre o tema abordado, e proponho que sejam realizados novos estudos mais aprofundadoscom o intuito principal de ajudar o portador da S.P. a conviver "normalmente" com a sua patologia garantindo a sua qualidade de vida.

Por fim, este estudo sugere, que o portador da S.P. deve ser tratado de uma maneira especial por todas as pessoas que o cercam, visando uma reintegração social e melhorando a sua qualidade de vida e o seu bem-estar.






























6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BEST. Metodologia do Trabalho. Rio de Janeiro: Ed. Artmed, 1990.
BOEDAN. Análise de Conteúdo. 1ª ed. São Paulo. Editora Saraiva, 1994, p. 13.

CAETANO, Dorgival. O Pânico. 4ed. São Paulo: Contexto, 2000.

FREUD, Sigmund. A etiologia das neuroses. Vol. I. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológiocas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro, Imago Editora Ltda., 1988.

KAPCZINSKI, Flávio et .al. Transtorno de pânico: O que é? Como ajudar?. Porto Alegre: Artmed, 2003.

KAPLAN, SADOCK e GREBB, Síndrome do Pânico, in Compêndio de Psiquiatria Dinâmica, p. 439-444, 1997.

LAKATOS, Eva Maria & MARCONI, Marina de Andrade. 2ª ed. Fundamentos de Metodologia Científica. São Paulo: Atlas, 1990.

MAROT, Rodrigo. Síndrome do Pânico. Disponível na internet: URL: http://www.gold.br/inter/net [acessado em 25/08/2007].

MEYER, Victor. A Formação de Gestores Universitários: Uma Experiência Brasileira com o Mestrado Profissional. Cadernos - Centro Universitário S. Camilo. São Paulo, v. 5, n. 2, p. 7-13, jul/dez. 1999.

MORAN E ANDREWS, 1985; Noyes et al. , 1985; Hopper, 1985.

REZENDE, Sidney, 2000. Explicações sobre a Síndrome do Pânico. Disponível na internet: URL: http:// http://www.sidneyrezende.com/sec_news_view.php?id=4309 [acessado em 10/09/2007].

SILVA, Filho. Hospitais de ensino e institutos especializados de saúde: histórico, conceito, organização e a UFRJ, 2000. Caderno de currículo e ensino, 1 (2): 39 ? 52.

Simpósio de Atualização do Tratamento do Pânico, realizado em 12/08/2000.
http://www.fmusp.com.br/simposio [acessado em 28/08/2007].

TEREZA, Aquino. Síndromes psiquiátricas. Disponível na internet: URL: http://www.cerebromente.org.br/doencas/panico.htm [acessado em 25/08/2007].

TRINTINAGLIA, Suzymara. Síndrome do Pânico - Cenas do corpo. Caxias do Sul: EDUCS, 2001.

XIMENES, Sérgio, 2000. Minidicionário Ediouro da Língua Portuguesa/ Sérgio Ximenes. 2ª ed. reform. São Paulo: Ediouro, 2000.
WINNICOTT. Anotações feitas por ocasião do XII Encontro Latino ? Americano sobre o Pensamento de Donald Winnicott. Hotel Sheraton. Porto Alegre, RS, Brasil, 12 a 14 de novembro de 2004. WINNICOTT, 2004. Depressão, Crise e Criatividade. Espaço Winnicott. Porto Alegre, 2004.































7 APÊNDICES

APÊNDICE A- PROTOCOLO DE PESQUISA

FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS
CURSO DE ENFERMAGEM


PROTOCOLO DE PESQUISA

TEMA: Saúde Mental.


TÍTULO: SÍNDROME DO PÂNICO: O COTIDIANO DE UM SER HUMANO.


Responsável pela Pesquisa: Gabriel Prazeres dos Santos.

Justificativa

Escolhi o tema porque desde minha infância sempre gostei de filmes de terror e cada vez mais que assistia a filmes deste gênero meu medo de ficar sozinho aumentava, parei de assistir filmes desta natureza e meu pavor passou com o tempo. E quando ingressei na faculdade conheci uma pessoa que sofria da Síndrome do Pânico, comecei a estudar a patologia e conversava muito com ela sobre o tema, depois de algum tempo ela saiu do quadro clínico e hoje é uma pessoa normal. Isto aguçou a minha curiosidade sobre o tema e por esta causa estou aqui fazendo um estudo qualitativo sobre a Síndrome do Pânico. A importância deste estudo para a enfermagem é mostrar que a síndrome é muito freqüente em toda a população, porém muitos casos não são diagnosticados. Assim este estudo irá fazer com que o profissional possa ter uma visão mais ampla sobre a patologia, e saber um pouco de como lidar com o paciente em crise.
Objetivo Geral

O objetivo geral deste projeto é mostrar o cotidiano de um ser humano com a Síndrome do Pânico.

Objetivo Específico

Já os objetivos específicos deste projeto são: subsidiar os profissionais de saúde que trabalham na área de saúde mental ensinando-os a conviver ou até ajudar o portador em sua reabilitação; conhecer os sinais e sintomas acerca da patologia; Identificar os fatores predisponentes da Síndrome do Pânico; Orientar a família em relação ao seu convívio com o portador da Síndrome do Pânico. A família é de fundamental importância para a reabilitação do paciente, esta por sua vez terá que apoiar e entender o paciente em sua totalidade, encarando e aceitando de frente as crises do paciente e dado-o forças para continuar o tratamento.


Relevância

A importância deste estudo para a enfermagem é mostrar que a síndrome é muito freqüente em toda a população, porém muitos casos não são diagnosticados. Assim este estudo irá fazer com que o profissional possa ter uma visão mais ampla sobre a patologia, e saber um pouco de como lidar com o paciente em crise. A relevância para a pesquisa é demonstrar que este assunto é significativo pelo alto número de casos e tentar auxiliar os profissionais de saúde quanto a importância de conhecer mais sobre a patologia para uma possível e viável reabilitação.







Metodologia

A pesquisa terá uma abordagem qualitativa sobre o aspecto de um estudo de Caso. O campo de pesquisa será no ambiente domiciliar do entrevistado. O sujeito da pesquisa será um portador da Síndrome do Pânico. A técnica metodológica a ser utilizada será entrevista com a utilização de um roteiro, logo após será realizada a análise de dados para posterior discussão sobre o tema.
Esta pesquisa obedecerá aos princípios da Resolução 196, de 10 de Outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde. Será respeitado a autonomia dos participantes no tocante a apreciação e a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido de Participação, após a aprovação da Comissão de Ética em Pesquisa da Faculdade de Tecnologia e Ciências (anexo 1). Duração da pesquisa (Março a Dezembro de 2007).

Colaborador: Gabriel Prazeres dos Santos.



















APÊNDICE B- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS
CURSO DE ENFERMAGEM

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Esta pesquisa tem como título Síndrome do Pânico: O cotidiano de um ser humano tendo como pesquisador responsável o discente Gabriel Prazeres dos Santos e como orientador Gilson Alves Pires. A técnica metodológica a ser utilizada será entrevista, logo após será realizada a análise de dados para posterior discussão sobre o tema. Esta pesquisa obedecerá aos princípios da Resolução 196, de 10 de Outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde. Será respeitado a autonomia dos participantes no tocante a apreciação e a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido de Participação, após a aprovação da Comissão de Ética em Pesquisa da Faculdade de Tecnologia e Ciências. A duração da pesquisa compreenderá os meses de ( Março 2007 a Dezembro 2007). Apresenta como objetivo principal levar ao leitor ou profissional de saúde um maior conhecimento sobre a Síndrome do Pânico, ajudando o portador da patologia a superar as suas dificuldades e transtornos em seu cotidiano e como objetivo específico mostrar o cotidiano de um ser humano com a Síndrome do Pânico, e demonstrar o papel da família no convívio com o portador da síndrome. A realização desta pesquisa é relevante para com a enfermagem, pois mostrar que a síndrome é muito freqüente em toda a população, porém muitos casos não são diagnosticados. Assim este estudo irá fazer com que o profissional possa ter uma visão mais ampla sobre a patologia, e saber um pouco de como lidar com o paciente em crise. Vale ressaltar que o participante desta pesquisa terá o seu anonimato garantido bem como será respeitada a integridade física, psíquica, moral, intelectual, social, cultural e espiritual do ser humano, sendo o entrevistado indenizado em qualquer dano imediato ou tardio, de forma a evitar qualquer conseqüência danosa no que se refere à livre expressão de suas opiniões. Informamos ainda que os riscos que esta pesquisa poderá causar são o constrangimento no momento da entrevista e ocupar o tempo do entrevistado, por exemplo, e os benefícios referem-se à deste trabalho redirecionando-o caso haja necessidade. Os resultados da pesquisa poderão ser publicados em eventos científicos, artigos, revistas dentre outros. No momento em que houver necessidade de esclarecimentos de dúvidas ou desistência em participar da pesquisa, as pesquisadoras responsáveis podem ser encontradas na Faculdade de Tecnologia e Ciências ? FTC, Tel.: (73)3527-8100. Este documento é feito em duas vias, ficando uma com o pesquisador responsável e outra com o informante.

Jequié, ?????? de ?????????????????????? de ???????.

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INFORMANTE (Identificação) (Colaborador)
Gabriel Prazeres dos Santos



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Orientador
Gilson Alves Pires

APÊNDICE C-ROTEIRO DE ENTREVISTA

FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS
CURSO DE ENFERMAGEM


Título da Pesquisa:
Síndrome do Pânico: O Cotidiano de Um Ser Humano
Autor: Gabriel Prazeres dos Santos
Orientador: Prof. Sílvio Arcanjo Matos Filho

Roteiro de Entrevista

1. Defina a sua relação familiar.
2. Como você lembra de sua família?
3. Como foi a sua infância?
4. Qual fato de marcou negativamente em sua infância?
5. Como é seu relacionamento inter-pessoal com os seus amigos?
6. Você se considera realizado em termos amorosos?
7. Em relação ao campo profissional, como você se define?
8. Quando foi que você percebeu que estava doente e precisava de ajuda?
9. Quando e como foi a sua 1ª crise?
10. Você já conhecia sobre a patologia?
11. Seus familiares participaram ou participam de seu tratamento?
12. Como foi a reação de sua família ao descobrir que você precisava de tratamento?
13. O que você sente nos momentos das crises?
14. Atualmente você se considera curado?







APÊNDICE D-OFÍCIO DE ENCAMINHAMENTO PARA COMISSÃO ÉTICA

FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS
CURSO DE ENFERMAGEM



Jequié, ¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬?????? de ?????????????? de 2007.


Ilmo. Sr. Prof. ?????????????????????????????
Presidente da Comissão de Ética em Pesquisa

Prezado Senhor,

Encaminhamos para apreciação e aprovação pela Comissão de Ética em Pesquisa da FTC o projeto de pesquisa intitulado; Síndrome do Pânico: O Cotidiano de Um Ser Humano.

Agradecemos desde já a vossa colaboração.



Atenciosamente,





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Gilson Alves Pires
Colegiado de Enfermagem

APÊNDICE E-DECLARAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO DO PROJETO


FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS
CURSO DE ENFERMAGEM



DECLARAÇÃO


EU, Gabriel Prazeres dos Santos, graduando do Curso de Enfermagem da Faculdade de Tecnologia e Ciências/Jequié, declaro estar participando do Projeto de Pesquisa intitulado "Síndrome do Pânico: O Cotidiano de Um Ser Humano".





Jequié, ??????? de ????????????????? 2007.





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Gabriel Prazeres dos Santos







APÊNDICE F-DECLARAÇÃO DE COMPROMETIMENTO

FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS
CURSO DE ENFERMAGEM



DECLARAÇÃO DE COMPROMETIMENTO


EU, Sílvio Arcanjo Matos Filho, lotado no Colegiado de Enfermagem da Faculdade de Tecnologia e Ciências/Jequié, pesquisador responsável pelo projeto de Pesquisa intitulado "Síndrome do Pânico: O Cotidiano de Um Ser Humano", comprometendo-me a observar se as normas da resolução 196/96 estão sendo obedecidas em todas as fases da pesquisa.






Jequié, ?????????? de ????????????? de 2007.





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Gilson Alves Pires
Colegiado de Enfermagem




APÊNDICE G-DECLARAÇÃO DE COLETA DE DADOS

FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS
CURSO DE ENFERMAGEM


DECLARAÇÃO

Eu, Sílvio Arcanjo Matos Filho, lotado no colegiado de enfermagem da Faculdade de Tecnologia e Ciências/Jequié, declaro que a coleta de dados da pesquisa intitulada "Síndrome do Pânico: O Cotidiano de Um Ser Humano", não foi iniciada.









Jequié, ?????????? de ????????????? de 2007.





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Gilson Alves Pires
Colegiado de Enfermagem