Sinais dos tempos

Sinais dos tempos

                  

 

                A mídia global divulgou e a comunidade científica internacional, estarrecida ficou, ao receber a notícia do nascimento de seres humanos aludidamente "clonados", sob os auspícios de uma seita misteriosa, à qual, se dizia patrocinadora de tais experimentos numa analogia a crença professada pelos mesmos, da origem da raça humana como fruto de um experimento genético extraterrestre.

                Fatos inusitados, extraordinários, controversos e até bizarros, já foram divulgados na imprensa trazendo perplexidade aos menos avisados, indiferença a grande maioria e reflexão cuidadosa aos prudentes. Demostram a inquietação e perplexidade dos seres humanos nos dias atuais.    

                Polêmicas à parte, em função de inúmeros desdobramentos éticos, científicos e teológicos, pois o tema revela um especial interesse dos homens em responder três questionamentos básicos advindos da discussão atualmente travada no cenário internacional, a saber: Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos?

                A ciência tem envidado esforços nos últimos dois séculos para responder aos dois primeiros questionamentos, apontando para tal contributo, a teoria evolutiva, as conquistas da biologia, da medicina e por ultimo as recentes pesquisas da engenharia genética.

                Nos últimos anos cientistas têm demonstrado grande preocupação com o futuro da espécie humana, em função dos atos tresloucados dos homens, em destruir sua própria casa talvez antevendo e alertando dos riscos que corremos, ou das seqüelas que venhamos a sofrer num futuro não distante, como que "tateando", as razões ou causas "do para onde vamos"!

                Esforço científico à parte, útil e louvável, diga-se de passagem, contudo, como a própria ciência afirma não ter respostas para todos os questionamentos, obviamente advertidos estamos também dos riscos do cientificismo como condição dogmática às respostas das questões acima levantadas.  Destarte, ao continuamos a "viver as agruras, os medos e os pesadelos" rondam o imaginário da coletividade humana, a qual, “treme e ruge” ante o medo e perplexidade, frutos da insegurança pós-moderna. Nossa sociedade, diante da perplexidade e violências diversas, pranteia na ardente expectativa de respostas e soluções.

                Neste cenário de incertezas, descaminhos, crises econômicas, convulsões sociais, desastres ambientais, decadência dos valores morais, tudo a sinalizar uma hecatombe global, os homens poderiam volver-se interiormente, reproduzindo o verdadeiro sentido da palavra reflexão.  Atentando para algumas palavras proferidas com verdadeira maestria, que nos revelam os "sinais dos tempos": "Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não vos assusteis; pois é necessário que primeiro aconteçam estas cousas, mas o fim não será logo. Então lhes disse: Levantar-se-á nação contra nação, e reino contra reino; haverá grandes terremotos, epidemias e fome em vários lugares, cousas espantosas e também grandes sinais do céu"(Lc 21: 9,11).

                Assevera adiante o Mestre: "Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; sobre a terra, angústia entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas; haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das cousas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados. Então se verá o filho do homem numa nuvem, com poder e grande glória"(Lc 21:25,27).

                Retomando as "pegadas do homem de Nazaré", os seres humanos enquanto participes desta sociedade agonizante, ávida de respostas no caminhar da história absortos na Diabólica Armadilha Global da Avareza, do Consumismo Capitalista, do egoísmo, e, da injustiça refletir é pouco, mudar é necessário e urgente, vez que, ainda há tempo de arrependimento e construção de um mundo mais justo, mais igualitário, sobretudo verdadeiramente cristão.

                De algum modo urge expandir a consciência coletiva de que somos e estamos unidos nas teias da complexidade e da vida, refreando os danosos efeitos do Capitalismo selvagem, predatório e desumano antes que os fatídicos dias da raça humana sobrevenham e com eles, o caos. Ainda é tempo de lembrar as palavras do maior e verdadeiro socialista de todos os tempos, O Senhor Jesus, que assim estabeleceu: "Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Certamente Amém. Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso(Ap 1:7,8)".

 

 

 

                                    Juazeiro do Norte, 07 de Janeiro de 2003.         

                           

                                    George Andrade

                                    Professor Universitário e Advogado