S I N A I S  D O S  T E M P O S

     No capítulo 24 do evangelho segundo S. Mateus, os discípulos chamam a atenção de Jesus para a formosura do templo de Jerusalém. O Mestre, sem demonstrar interesse pelo arrojo da obra disse: “não ficará pedra sobre pedra que não seja derrubada”. Novamente os discípulos o interpelam com mais algumas questões envolvendo três aspectos: a) “Dize-nos quando sucederão estas cousas; b)  que sinal haverá de tua vinda; c)  e da consumação do século”.  Jesus não estipulou o tempo da destruição do templo, certamente por não ser um fato importante para Seu reino. Ele deu especial atenção para os demais aspectos da pergunta, os quais têm implicações diretas com o reino de Deus. Contudo, podemos dizer em relação ao primeiro aspecto, que o templo foi destruído pelo general romano Tito, no ano 70 de nossa era. Pelo fato de Jesus ter dado importância e se preocupar em dar detalhes sobre sua vinda, bem como sobre os finais dos tempos, cabe aqui uma pergunta de nossa parte: Que implicações teriam para os discípulos – e para nós – os dois fatos com os quais Jesus se preocupou em dar detalhes? Primeiramente porque tais fatos fazem parte de profecias anteriormente anunciadas, como se pode constatar no livro de Daniel.  Este servo de Deus – que viveu aproximadamente 400 anos antes de Cristo – foi o personagem bíblico que mais se dedicou a transmitir o recado do Altíssimo acerca dos fatos que ocorrerão no futuro. No entanto, Jesus como o cumpridor de muitas dessas profecias, evidentemente teria que completar os dados relativos a esses acontecimentos. Como se sabe, Jesus não estipulou datas, porém aludiu a uma série de acontecimentos que teriam lugar pouco antes de Sua vinda, bem como fatos que se darão no final dos tempos.

      Sendo de suma importância os fatos e conseqüência do cumprimento das profecias proferidas por Jesus, devemos atentar para o momento presente, quando muitos aspectos dessas profecias começam a se evidenciar. A profecia que mais claramente se cumpriu diz respeito ao retorno do povo judeu à sua terra. Como se sabe, Israel foi novamente restabelecida como nação no ano de 1948, por resolução das Organizações das Nações Unidas, tendo um brasileiro – Osvaldo Aranha – como o diplomata brasileiro na célebre reunião, na qual foi reconhecido o estado de Israel. Complementando, Jesus disse que surgiriam muitos cristos e falsos profetas que enganariam a muitos. De fato, em nossos dias a figura de um desses personagens marca presença nos canais de televisão. Falamos do Inri-Cristo, que consegue arrebanhar seguidores. Ao lado desta figura outros há que, se não se declaram como cristo, tomam Seu lugar, assumindo papéis concernentes somente ao Senhor. Em outras palavras, querem destronar a Cristo. Em seqüência, Jesus transmite aos discípulos um panorama que teria lugar num futuro mais distante. Trata-se dos sinais que antecederiam Sua vinda, e do fim do mundo. Esses sinais dizem respeito às guerras entre nações, bem como da alteração do comportamento humano, tão visível em nossos dias. Discorrendo sobre esses aspectos, o Mestre disse que haverá um tempo em que a iniqüidade se multiplicaria e o amor de muitos se esfriaria. Até Daniel mencionou o progresso científico, uma das características dos dias atuais. Não está acontecendo atualmente uma falta gritante de amor? Não ocorre um individualismo intenso, a ponto do homem não olhar para seus semelhantes? E a revolução tecnológica, com suas miraculosas invenções? Comprovando o aspecto humano, basta uma observação nos bairros mais abastados, nos quais os ricos e supostamente ricos constroem verdadeiras mansões, enchendo-as de toda sorte de aparelhos sofisticados. Essas magnas construções têm tantos cômodos, que provavelmente o dono da casa passa meses sem nunca entrar num deles. Enquanto isso a pobreza reina em bairros mais afastado, atestando que o individualismo e a falta de amor dirigem os passos de uma parcela da sociedade. Provavelmente esses “bon vivants” não sabem (ou sabem?) que terão que prestar conta de seu apego à matéria, bem como de seus atos a Deus!

     Com relação aos fenômenos naturais, nunca se viu tantos cataclismos se abaterem sobre nosso planeta como ultimamente! Os cientistas dizem que no século passado houve mais movimentos naturais que em dezenas de séculos passados. Furacões, “tsunamis”, terremotos, alagamentos, secas, frio e calor fora de tempo, tudo apontando para fatos que demonstram estar ocorrendo uma mudança drástica na terra. Nosso Senhor enfatizando esses acontecimentos discorreu sobre o que isso representa para o ser humano. Como que alertando para o fator cronológico, ou seja, a duração e a diminuição do intervalo entre um fenômeno e outro, disse que isso seria apenas o “princípio das dores”, e que fatos mais aterradores irão acontecer nos finais dos tempos. Será quando a ira divina se abaterá sobre o homem pela sua posição de rebelado contra Deus. Tão visível essa situação, que a humanidade começa a seu preocupar com os fatos.

   Será que os acontecimentos que se multiplicam não conseguirão trazer os homens a uma análise das profecias de Jesus, quando Ele deteve-se nos aspectos mencionados? Se atentarmos bem para os acontecimentos, tantos da natureza como humanos, temos fortes razões para crer que se está iniciando o período da agonia humana. Em confirmação aos fatos que antecedem à vinda de Jesus, bem como os que determinam os finais dos tempos, não apenas Jesus fez referências a tais fatos, porém, Paulo não deixou de lado esse fator. Diz ele que, pelo pecado humano “A natureza geme pelo seu peso”. Não estamos vendo a agressão ao meio ambiente quando rios, mares solos, e ar sendo poluídos sem complacência? Que não dizer dos desmatamentos que transformam centenárias árvores em cavacos de madeiras? Tudo pela ganância!  O que virá mais adiante Jesus denominou de “A grande tribulação”.

    Outro aspecto que pode ser somado aos cumprimentos das profecias diz respeito ao comportamento dos filhos em relação aos pais e aos mestres. Vê-se com tristeza o pouco caso com as virtudes, com a disciplina e com a própria saúde, quando se envenenam com agentes químicos, tudo em nome de uma satisfação passageira. São verdadeiros “morcegos” que, quando os mais adultos se preparam para dormir, aí é que saem em busca de aventura amorosa, de saciar os desejos da carne e a satisfação de outros “apetites”. As nossas leis dão as bases para esse comportamento, tendo em vista que os pais, assim como os mestres não podem exigir disciplinas, nem corrigir, muito menos castigar. Até o “Estatuto do Menor e do Adolescente” prevê apenas direito, sem exigir obediência e deveres.

   As escrituras continuam a relatar as palavras de Jesus sobre a condição do mundo, principalmente referindo-se aos momentos em que antecedem a vinda do Mestre, sem deixar de aludir aos finais dos tempos, quando Deus derramará sua ira sobre os habitantes da terra. Antes de prosseguirmos neste aspecto é importante esclarecer a situação dos remidos antes que estas coisas sucedam. Segundo Paulo, em 1 Tessalonicense 4, os crentes em Cristo, aqueles que já morreram, ressuscitarão primeiro. Depois, os servos de Cristo que estiverem vivos serão transformados num piscar de olhos, e todos esses remidos subirão ao encontro do Senhor nos ares para ficarem eternamente com Ele. Quanto aos que não fizerem conta em se entregar a Cristo, nem aceitando e recebendo-O como Senhor e salvador, irão para um lugar receber o julgamento, ou seja, a ira divina que pesará sobre os demais. Ressuscitarão em épocas oportunas para receberem seu quinhão.

   Com relação aos acontecimentos dos últimos tempos, o próprio Jesus nos diz que “o sol se escurecerá, a lua não dará sua luz e as estrelas cairão do firmamento”. Pedro ratificando estas profecias diz também enfaticamente: “Mas os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro e se guardam para o fogo, até o dia do juízo e da perdição dos homens ímpios. Diz mais:  “O dia do senhor virá como ladrão de noite, os céus passarão com grande estrondo e os elementos ardendo se desfarão, e a terra e as obras que nela há se queimarão”. Em consonância às palavra de Jesus e do apóstolo,  o livro de Apocalipse destaca com clareza que Deus condenará os que destroem a terra. Também fala dos juízos que receberão os idólatras, avarentos, efeminados, beberrões, mentirosos, feiticeiros e toda sorte de indivíduos que deixam de adorar e servir a Deus para direcionarem seus atos cúlticos a seres criados à imagem do Criador. Os rebeldes religiosos – nas figuras de seus líderes – são os  maiores propagadores dessas inversões de valores.

  “Ao senhor teu Deus adorarás e só a ele servirás” (darás culto). Ídolos do futebol, ícones, santificados, recebem muito mais atenção que o próprio Deus. O culto ao corpo tem seu ponto alto entre as “beldades” que querem, a todo custo, tornarem-se musas exuberantes. Ao lado destes, muitos se alinham, roubando o culto devido somente a Deus. As escrituras são bem claras: “Todos deverão comparecer ante o tribunal de Cristo, para receber pelo que fizeram através do corpo”.

   Amigo, não lhe causa certo arrepio ao tomar conhecimento de como será o panorama no dia da vinda de Cristo e dos finais dos tempos? Que será daqueles que recusaram alinhar-se com os ensinos de Cristo, dando ouvido às coisas deste mundo e sua maldade?  Grandes oportunidades têm todos em analisar suas vidas enquanto podem, percebendo o quão distante estão da vontade de Deus! Quão enorme é a lista dos que estão envolvido em posturas erradas, sobre as quais a ira  divina se derramará. A humanidade ultimamente tem perdido a consciência do que seja pecado, tendo inclusive legalizado muitas formas pecaminosas, como são os casos de uniões homossexuais, lesbianismo, aborto e toda sorte de violência. Na verdade, a maior parte dos seres humanos não teme ao senhor, achando que Ele não tomará conta de suas ações pecaminosas. Alguns nem cogitam do castigo eterno. Sobre isso Jesus deixou bem claro, que haverá para a humanidade apenas dois destinos: vida eterna com o Pai e morte eterna (separação) de Deus num lugar de tormento (eterno). O materialismo está de tal forma arraigado na sociedade moderna, que os homens perderam o referencial divino. É quando uma corrida desenfreada no afã de adquirir mais e mais, enchendo suas casas de toda sorte de objetos sofisticados. O conceito vigente é que morrendo tudo se acaba... As escrituras são bem claras a esse respeito: “Tudo que o homem semear ele colherá”.

   Ainda cabe nos referirmos às alas religiosas que colocam o homem no centro das ações de culto. Este é chamado para receber benefícios físico-financeiros, bem como conforto, carros, casas e toda sorte de bens que o faz um possuidor de direito. Esquecem os líderes que Jesus declarou e exigiu renúncia a todos que quisessem segui-Lo . Enunciados como “O meu reino não é este mundo; Quem quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me”, não encontra eco nesses meios. Na realidade, Cristo não está mais para ser recebido como aquele que deve ser servido, porém para servir aos solicitantes com toda sorte de bens físicos e materiais. Nos poucos pontos em que a oração é colocada como meio de relação entre Deus e os homens, ela é acompanhada de elementos místicos, ficando estes na posição de receber a atenção do solicitante. Assim é que copo d´água, rosa mística, torrão da terra santa, óleo de Israel, água do rio Jordão e uma série de elementos – tais como ícones - são intercalados visando a receptividade daquilo que é solicitado. É como se Deus não agisse sem os mesmos. Jesus na oração modelo nos ensinou a irmos diretamente ao Pai. Nos demais casos, “Ninguém vem ao pai senão por mim”.

   Para muitos, talvez, pode parecer que nossa explanação seja um tanto quanto utópica. No entanto, ela se reveste de um caráter extremamente comprovado, dado às condições que observamos em nossos dias. Os fenômenos naturais que se multiplicam; a condição humana onde a imoralidade permeia, bem como as palavras sagradas não podem ser rechaçadas. Com efeito, os dias se nos parecem com uma atmosfera extremamente carregada, onde sentimos no ar que as coisas já não são como antigamente.  O próprio Jesus disse: “Quando virem essas coisas acontecerem” deve-se ficar de sobreaviso. “Assim como foi nos dias de Noé, assim também será na vinda do filho do homem”.

   Ao observarmos o desrespeito que há entre os seres humanos pelos seus semelhantes; assassinatos em massa de indefesos seres ainda no ventre; a corrupção em nome da ambição consome os recursos que seriam canalizados para os que morrem à míngua; a imoralidade tomando conta das ações dos indivíduos;  envenenamento de rios, terra, ar; florestas sendo dizimadas e os fenômenos naturais intensificando-se e encurtando o tempo entre uns e outros. Para isso não se pode atribuir um caráter meramente utópico. Contra fatos não há argumentos. Mesmo que se queiram abrir precedentes às palavras das escrituras não há como. A maioria dos fatos aos quais elas referiram, vêm acontecendo em nossos dias – e continuarão no futuro.

   Ante esse panorama adverso à vontade de Deus, cabe perguntar: qual tem sido nossa atitude ante esses fatos?  Que atitudes temos tomados em relação à condição humana, a qual foge das diretrizes divinas? Ante estas perspectivas podemos considerar a história da humanidade como um gigantesco funil, e dizer que estamos começando a entrar no gargalo desse utensílio. Na realidade, à medida  em que o tempo passa, mais estreito esse “gargalo” se torna. Temos conhecimento que os governantes têm tomados medidas, as mais importantes possíveis, porém os problemas mundiais se agravam à medida que o tempo passa. Não havendo como resolver tais casos, dias chegarão nos quais haverá explosões em todos os sentidos. Será quando as profecias bíblicas se cumprirão integralmente. Cremos estar no início do cumprimento delas, porém chegará um tempo em que ira de Deus se trasbordará, dando lugar ao derramamento das taças, da abertura dos selos e do toque das trombetas, fatos estes registrados no Apocalipse.

   Primeiro ponto seria uma tomada de posição, cada um de nós analisando seu comportamento, descobrindo se não estamos no rol dos que marcham contra a vontade de Deus. Segundo, darmos atenção redobrada à vida futura, verificando se não temos sidos relapsos a ponto de nunca nos preocuparmos em buscar a Deus. Principalmente sabendo que dias negros se abaterão sobre a terra. Feito isto, a conscientização de que somos pecadores; que sem Cristo estamos fadados a perder o lugar nas moradas celestiais, prometidas por ele aos que o seguem, e buscar nas palavras de Deus para saber o quanto se está afastado dEle. Sabedores de que com o tremendo fardo pecaminoso ninguém será admitido no reino do céu, só isso seria o suficiente para tratarmos de nossa vida futura enquanto há tempo. Jesus disse, referindo-se à transitoriedade da vida humana: “Enquanto é dia vamos trabalhar, vindo a noite vamos descansar”. Isso equivale dizer: antes que a morte chegue deve-se tomar a iniciativa em se preparar para enfrentar o “outro lado da vida”. Quando ela chegar o destino estará selado! Principalmente ao saber que o dia da vinda de Cristo ninguém sabe!

     Deus, na sua infinita misericórdia, não deixou o pecador na mão. Providenciou uma forma dele se recuperar de sua vida decadente, tornando-o filho espiritual do Pai, mediante o aceitar e crer em Jesus Cristo como Senhor e Salvador (evangelho de João 1:12). Diz essa passagem: “... mas a todos quanto O receberam foi-lhes dado poder de serem feitos filhos de Deus, a saber: aos que crêem em seu nome”. Notamos que da parte do homem cabe apenas crer e receber Cristo como Senhor e salvador. O restante, ou seja, o principal Deus se encarregou, quando ele “deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna”(João 3:16). Ante o cumprimento das profecias que começam a se manifestar, a melhor medida é aceitar o oferecimento de Deus que, através de seu dom gratuito, propiciou a redenção àqueles que estão no vale da sombra da morte. “Eis que vem(o Senhor) com as nuvens, e todo olho O verá (...) Eis que venho sem demora. Bem-aventurados aqueles que guardam as palavras da profecia deste livro” Apocalipse 22:7).