Sinais do verão
Publicado em 03 de agosto de 2011 por Ranon de Amorim Machado
Já não chove há algum tempo. Aos poucos, as evidências da seca vão se revelando na paisagem. Árvores amareladas de sede perdem suas folhas e seus galhos retorcidos, nus, entrelaçados, parecem buscar no espaço um ponto de fuga desse sufoco. Um vento quente aumenta ainda mais a sensação desértica do lugar.
Margeando as águas do Capivara, que agora corre lento, sem forças, ainda se vê um verde empoeirado, pálido, serpenteando pelos vales e campinas dos arredores de Nerópolis. Animais esquálidos, sob rala sombra de árvores desfolhadas, ruminam o fraco alimento que ainda encontram nas pastagens. No intenso azul do céu, impiedoso, impera o sol. Seca brava! Tudo parece perdido! Entretanto, Deus fez sábia a natureza. Alimentando a esperança de dias melhores, no pó ardente da terra seca, as sementes esperam resistentes pela chuva para, enfim, como a fênix, ressurgirem exuberantes, cheias de vida, deixando, de novo, tudo belo.