HISTÓRIAndo
Edevânio Francisconi Arceno
Acadêmico de História – UNIASSELVI

1808-2008 - 200 Anos Brasil
Capital do Império
( 1ª Parte)

“Foi o único que me enganou”
Napoleão Bonaparte, nas suas memórias escritas pouco antes de morrer no exílio da ilha de Santa Helena, referindo-se a D.João VI, rei do Brasil e de Portugal.

È exatamente assim, que Laurentino Gomes, ex-editor do Jornal O Estado de São Paulo, da revista Veja e atualmente Diretor da Editora Abril, inicia o seu mais recente livro intitulado 1808, da editora Planeta, fenômeno de vendas e críticas, é atualmente o segundo livro mais lido no país. Em uma linguagem jornalística e de fácil compreensão, este livro traz detalhes riquíssimos sobre a vinda da Família Imperial para o Brasil em 1808, mais precisamente na cidade do Rio de Janeiro. E tudo isso em meio a um dos acontecimentos mais marcantes da História mundial, pois a França transformava um “filho da revolução”, Napoleão Bonaparte, em Imperador.

O BRASIL EM FESTA

No ano que vem 2008, o Brasil comemora o duo centenário da vinda da família Imperial e sua corte para o Brasil, e nós da Folha de Garuva, estaremos fazendo parte desta festa, trazendo aos nossos leitores, a cada edição, etapas desta façanha que impressionou o mundo. Acompanhe-nos nesta viagem, e você perceberá a riqueza histórica deste fato e se perguntará como um Príncipe inseguro e medroso, filho de uma Rainha Louca e esposo de uma Princesa temperamental e desleal, conseguiram enganar e ofuscar o grande Imperador Bonaparte.

O EMBARGO CONTINENTAL

O Imperador Francês e senhor absoluto da Europa, era reconhecido pela sua genialidade militar, conquistava tudo o que via pela frente, submetendo reis e rainhas. A cada conquista não só o seu exército crescia, mas também o seu prestigio, como o conquistador invencível. Realmente por terra ele era invencível, a França contava com um exército de 750 mil homens treinados, equipados e altamente motivados, porém por mar, seu exército era inútil se comparado a competente marinha Inglesa comandada pelo Lord Nelson, impondo derrotas consecutivas a Napoleão. Em virtude disto, Napoleão institui o embargo continental à Inglaterra, ou seja, ninguém poderia comprar ou vender nada à Inglaterra, inclusive Portugal.

A INDECISÃO PORTUGUESA

Portugal mantinha acordos com a Inglaterra há muito tempo, por gratidão, pois foi ela, que depois das Cruzadas, ajudou a expulsar os Mouros das terras portuguesas. Mantinham desde então boas relações cordiais e comerciais. Por outro lado nenhum líder em sã consciência se colocaria contra Napoleão Bonaparte. O príncipe Regente D.João, tinha conselheiros que representavam e defendiam ambos os lados, por causa disto e também porque era extremamente indeciso, ia levando a situação em banho maria, não dizia não à Napoleão e também não restringia totalmente o comércio com a Inglaterra, até que um dia ele recebe uma notícia, Napoleão manda um recado intimando D.João:

“Se Portugal não fizer o que eu quero, a Casa de Bragança não reinará mais na Europa dentro de dois meses”. (GOMES, 2007, p.52).

Na próxima edição, veremos a resposta surpreendente de D. João à ameaça de Napoleão, transformando a História do Brasil e do mundo, é imperdível! Até Lá.

Referências:
GOMES, Laurentino. 1808.1.ed. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2007.