Outro dia, ao assistir uma reportagem sobre maus tratos a animais, mais especificamente sobre a mortandade de cães no “campus” da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS),  vi um rapaz que, ao se referir sobre o fato, afirmou que “não acreditava que as pessoas que haviam feito aquelas maldades, fossem seres humanos”. Ou seja, ele como outros tantos, entende que o que caracteriza o ser humano é justamente suas condutas moral e eticamente irrepreensíveis.

 

Ledo engano. Através de todos os meus anos de vida, aprendi amargamente que é justamente o contrário. O que é mais marcante nos homens, é a agressividade, a prepotência em relação aos demais seres do universo, uma tendência sádica à destruição, à tortura, à eliminação sumária de outros seres sem motivo plausível, enfim, uma lista tão grande de coisas ruins, que se eu não parar de enumera-las, irei me estender infinitamente.

 

O ser humano, com todo o seu potencial de criar as mais diversas formas de destruir até mesmo os outros de sua espécie,  é tão petulante que até inventou um pretenso deus que os teria criado à sua forma e semelhança. Quanta arrogância. Arvora-se a centro do universo, não conseguindo recolher-se à sua insignificância.

 

Eu sempre apregoei que qualquer animal que habita a face da terra, é superior à espécie humana e por isso, praticamente já não tenho mais amigos. Alguns deles até já me aconselharam a ir viver no meio deles. Bem, eu faço isso com o maior gosto. Prefiro o convívio com animais do que com a maior parte dos outros de minha espécie, com suas maldades, egoísmos, individualismos e ausência de sentimento de solidariedade, completamente sem noção de seu verdadeiro lugar no contexto do universo. Excetuando algumas pessoas especiais e de luz, meu contato com o resto da humanidade, é apenas na medida do estritamente necessário. Sou um misantropo assumido e não consigo aderir à hipocrisia de ser politicamente correto.

 

Jorge André Irion Jobim. Advogado de Santa Maria, RS
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