Será que vale a pena estudar tanto?

Por: André Lúcio Gonçalves da Silva

Resumo

  Nos últimos anos tem surgido situações frustrantes que fazem-se levantar o questionamento: Será que vale a pena estudar tanto? Essa é uma questão complexa, pois cada indivíduo apresenta seu próprio raciocínio sobre a questão baseado em sua própria experiência e benefícios alcançados com o estudo. O estado e o sistema através das mídias apresentam apenas o lado bom, baseado nos sucessos de uns poucos privilegiados bem sucedidos  que geralmente são indicados e são usados como referências para motivar a todos, mas não se fala que nem todos que se dedicam a estudar terão essas oportunidades e serão bem sucedidos, por esse motivo levanta-se esse questionamento conscientizando-se as pessoas que nem tudo é tão fácil como é apresentado à todos, pois grande parte da vida de muitos são dedicada aos estudos, outros dedicam sua vida inteira e nada conseguem e/ou quando  conseguem já é tarde demais como muitos que são reconhecidos anos depois de sua morte, hora já é tarde demais para esse reconhecimento ou qualquer  honrarias. Esse trabalho tentará apresentar algumas das dificuldades como também benefícios para aqueles que se dedicam a estudar, bem como um alerta para que as massas não se iludam com as propagandas apresentadas nas mídias.

 Introdução

  Esse trabalho não tem a intenção de desmotivar a quem pretende estudar, mas alertar a todos que tanto estudo diante das políticas empregadas no mercado hoje não é garantia de nada para ninguém, pois se tem um marketing muito forte incentivando as pessoas a estudarem principalmente os jovens, porem os resultados desse investimento é apenas para uns poucos baseado em critérios não muito justos. Quando se fala sobre estudo se tem algumas linhas de raciocino que apresentam alguns pontos que já são observados hoje, pois partindo-se do começo da vida pode-se dizer que uma criança e como um livro em branco que será escrito ao longo de sua jornada ou ainda em uma linguagem mais atual que o ser humano é como um computador que precisa ser programado para desempenhar suas funções em todos os aspectos, bem o que se quer dizer com isso é que o ser humano é o resultado do que lhes é ensinado ao longo de sua vida, todo ser humano pode ser ensinado inclusive o caráter e a personalidade podem sofrer grande influência desse ensino, contudo as crianças são as mais vulneráveis a esses ensinamentos o que podem ter como resultado indivíduos bons ou ruins dependendo do real objetivo do ensino, lembrando que ensinar não é doutrinar que é um erro dentro da educação, porém é algo visualizado por alguns grupos dentro da sociedade com a intenção de controlar as liberdades individuais das pessoas.

   Há nos últimos anos muita discursão sobre educação e a qualidade do ensino onde exige-se muito de todos em um curto prazo de tempo, é paradoxal essa análise, pois para se adquirir  conhecimento e experiência e preciso algum tempo, e em hipótese alguma essas podem ser adquiridas em curto prazo de tempo, no mínimo a médio prazo, mas  o ideal é à longo prazo, ninguém chega pronto ao mercado e à vida, nem os sistemas de educação preparam os indivíduos para o mercado como se anunciam nas grandes mídias, tudo isso é só propaganda que alimenta a esperança de milhões de pessoas, porém nos últimos anos isso têm se tornado uma grande frustração pelos já formados que não conseguem sua colocação no mercado. Há muitos que se dedicam e investem muito de suas vidas ao estudo, mas uma graduação não é mais garantia de uma boa colocação no mercado e principalmente na área de formação do indivíduo. Segundo Vinholi (2016) estamos beirando uma quarta revolução industrial com o seguinte questionamento “O por que você não consegue emprego mesmo sendo engenheiro, formado em federal e com inglês fluente?” Esse é um questionamento muito oportuno, pois sabe-se que o país a muito tempo não investe em desenvolvimento, onde é mais prático e econômico comprar tecnologia pronta, do ponto de vista de alguns. Enquanto alguns países  investem fortemente em educação, ciências e tecnologias outros oferecem as melhores condições para reunir os  melhores profissionais desses que investem na educação com a finalidade de desenvolver conhecimento, ciência,  tecnologia e inovação onde tudo isso tem como causa os estudos, mas essas oportunidades são oferecidas a poucos, vale lembrar que essas oportunidades e investimentos não tem um caratê apenas sócio e econômico mais principalmente político com a pretensão de tornar esses países referencias no mundo como mais desenvolvidos, um exemplo; Estados Unidos, mas esses aspectos não serão explorados nesse trabalho.

 A educação no Brasil

   A educação no Brasil tem suas deficiências causadas por fatores políticos, socioeconômicos e culturais e não apenas sobre o corpo de docentes ou as instituições como se alegam.

 Segundo BRUNI (2016) Ao propor uma reflexão sobre a educação brasileira, vale lembrar que só em meados do século XX o processo de expansão da escolarização básica no país começou, e que o seu crescimento, em termos de rede pública de ensino, se deu no fim dos anos 1970 e início dos anos 1980.

Com isso posto, podemos nos voltar aos dados nacionais:

O Brasil ocupa o 53º lugar em educação, entre 65 países avaliados (PISA). Mesmo com o programa social que incentivou a matrícula de 98% de crianças entre 6 e 12 anos, 731 mil crianças ainda estão fora da escola (IBGE). O analfabetismo funcional de pessoas entre 15 e 64 anos foi registrado em 28% no ano de 2009 (IBOPE); 34% dos alunos que chegam ao 5º ano de escolarização ainda não conseguem ler (Todos pela Educação); 20% dos jovens que concluem o ensino fundamental, e que moram nas grandes cidades, não dominam o uso da leitura e da escrita (Todos pela Educação). Professores recebem menos que o piso salarial (et. al., na mídia).

   Diante do exposto surgem os mais variados debates com críticas ao sistema educacional seus atrasos e avanços onde a culpa geralmente recai sobre as instituições ou seu corpo docente, porém se esquecem de mostrar o lado dos estudantes e seus interesses, pois as desigualdades socioeconômicas e culturais levam as pessoas a necessidade de querer adquirir resultados o mais rápido possível do ponto de vista financeiro, seja para a sobrevivência ou para a ostentação diante das apelações das mídias que incentivam essa necessidade de ostentar, mais lembre-se sempre há um proposito em tudo para favorecer a alguns grupos ou alguém e isso muitas vezes fica implícito, não é percebido pelas massas e o sistema político têm sua parcela de culpa nisso, pois as políticas visam o favorecimento de uns poucos e não da coletividade como é visto.

    O mundo está em plena evolução e a educação está aderindo as ideologias de grupos para tentar acompanhar a modernidade esquecendo-se que ela também é responsável de certa forma pelas bases da ética e moral que estão sendo deturpadas diante das ideologias como a de gênero que contrariam as leis naturais e que levantam dúvidas que ninguém consegue responder, nem os seus idealizadores, além de apresentarem os direitos que são comuns a todos independentemente de cor, sexo ou religião e não a grupos específicos o que gera de certa forma conflitos sociais, religiosos e de gerações  onde parte dessa culpa pode ser atribuída ao relativismo, mas esse assunto é complexo e não é para ser explorado nesse trabalho.

    Inovação é o que mais se fala no mercado hoje em todas as áreas e meios até mesmo na educação, mas inovar significa arriscar, testar, colocar em pratica novas ideias, mas no mundo real ninguém quer isso, querem resultados positivos apenas, que gerem resultados cada vez mais rápidos, não há tempo para ensinar, treinar e preparar pessoas novas com novas ideias, não se quer correr risco algum logo como se quer pessoas inovadoras se recusam as pessoas com ideias diferentes, é algo à se pensar em um momento onde só se fala em inovação e profissionais inovadores. A escola e a faculdade não fazem por si só dos estudantes profissionais inovadores, assim como não se aprende tudo que lhes é ensinado onde muitas vezes você é julgado por isso, isso é justo?

 Segundo BRUINI (2016) provavelmente o que você aprendeu na universidade foi insuficiente, mal ensinado e provavelmente sem aplicabilidade direta no mundo real. A função da faculdade, que era te preparar para exercer uma profissão, foi executado de forma medíocre.

    Essa ideia em muitos casos desqualifica e desvaloriza os profissionais de um modo geral e isso é injusto, pois ninguém pode aprender tudo dentro de uma faculdade ou mesmo em uma escola técnica independente da excelência ou mediocridade da mesma onde a peça principal dentro das instituições são os alunos, esses devem ter interesse com o objetivo de aprender o máximo, embora haja o problema da aplicabilidade dos conhecimentos, mas essa só poderá ser aplicada caso os indivíduos tenham oportunidades em suas áreas de formação, além do mais cada indivíduo tem suas próprias tendências dentro das áreas assim cada um tem sua disciplina de destaque, claro que há aqueles que se destacam de uma forma geral, mas mesmo esses apresentam pontos fracos que deveriam ser melhor observados antes de se considerar os outros menos qualificados ou medíocres.

     Notas em testes não podem avaliar os indivíduos como sendo superiores em comparação os que não se saem bem nos testes, pois há outros fatores a serem avaliados em relação a esses testes, existem fatores psicológicos que afetam os indivíduos nesses testes então pode-se questionar, que tipo de profissional as empresas buscam? Os que se saem bem em testes hipotéticos e teóricos ou aqueles avaliados como medíocres que apresentam muitas vezes soluções práticas e eficazes na área de trabalho, bem é difícil dizer, pois há paradoxos nessas avaliações com exceções, claro, mas que não devem ser usados como eliminatório para todos, no entanto há aqueles que estão nas áreas erradas, na profissão errada, pois não se encontraram profissionalmente e esses sim podem ser eliminados.

[...]