Senador Edward Kennedy, uma perda irreparável para a política dos EUA.
Roberto Ramalho é Advogado, Relações Públicas e Jornalista.

Edward Moore "Ted" Kennedy, nasceu na cidade americaqna de Boston em 22 de fevereiro de 1932, e falecu de câncer em Hyannis Port, 25 de agosto de 2009. Foi um político que pertenceu ao Partido Democrata, tendo sido  reeleito por sete vezes senador por Massachusetts, ficando conhecido como o "leão do Senado".

Ele era o mais novo dos nove filhos de Joseph P. Kennedy, um homem de negócios nos EUA e ex-embaixador americano de origem irlandesa. Descendente de uma família rica, Ted Kennedy formou-se em Direito na Universidade Harvard, em 1956, tendo sido anteriormente expulso da mesma universidade por fraudar exames, o que na época foi uma atitude lamentável. Seu primeiro mandato como senador, poré, foi obtido após o adiamento de eleições, o que permitiu que tivesse a idade mínima necessária para o cargo, na vaga deixada pelo seu irmão, eleito presidente, gerando acusações de favorecimento, mas que na verdade não houve. O que existia na verdade era pura inveja e ambição dos republicanos pelo cargo que veio a ser ocupado por ele.

Integrante da mais destacada dinastia política dos Estados Unidos da América, Ted Kennedy teve tanto defeitos como virtudes na sua vida em família. Mais o fato mais grave para a sua vida foi ter tido um irmão que chegou à presidência da República, John Kennedy, e que seria assassinado durante o mandato em 1963, numa conspiração que até hoje não definiu quem foram os reais mandantes e assasasinos. O outro, Robert Kennedy, Então ministro da Justiça no governo de seu irmão, disputava a indicação para o cargo de presidente da República, mas acabou também sendo assassinado, em 1968.

Com a morte de mais um irmão, esperava-se que Ted Kennedy se candidatasse ao cargo de presidente da República dos EUA, mas ele não teve a ambição suficiente. Um fato marcante que contribuiu também para frear suas pretensões políticas, foi a morte, em julho de 1969, de uma ex-secretária sua devido a um acidente automobilístico em que ele dirigia um carro que caiu na água, conseguindo salvar-se, mas que ao mesmo tempo  não prestou nem pediu socorro para sua acompanhante, que teria morrido horas depois afogada. Ted Kennedy assumiu a culpa, e declarou-se em estado de choque com a morte de sua ex-secretária, sendo condenado a dois meses de prisão condicional, ao mesmo tempo em que nunca houve maiores investigações sobre a veracidade de sua versão.

Por essa razão, e pelo fato desse acidente trágico tê-lo marcado definitivamente na sua vida pública, não concorreu à presidência nos pleitos de 1972 e 1976, concorrendo apenas por ocasião da eleição presidencial de 1980, a indicação pelo Partido Democrata, perdendo para o seu oponente para o candidato à reeleição, Jimmy Carter, que governou Os Estados Unidos no final da década de 70.

Não tendo outra alternativa na sua vida pública e política, voltou-se, então, para a defesa de causas liberais, apoiando, mesmo sendo de família católica, o aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo, sofrendo severas crítica da Igreja Católica e Evangélica americana e até do Papa. Sua trajetória política também foi marcada pela defesa intransigente dos direitos dos imigrantes e do controle de armas de fogo, vendidos facilmente no País.

No âmbito externo, teve grande atuação política, condenando a ditadura militar do general chileno Augusto Pinochet, o regime de apartheid na África do Sul, a guerra do Vietnã e a guerra do Iraque, além de participar de esforços de paz na Irlanda do Norte.

Em 2006, a revista Time o considerou como um dos dez melhores senadores americanos, devido a todo seu histórico de vida na luta dos direitos políticos e sociais das minorias no EUA. Para muitos analistas políticos, cientistas políticos, jornalistas, e historiadores, seu legado em décadas de lutas legislativas foi mais promissor que o deixado por seus dois outros irmãos, o ex-presidente John Kennedy, e Robert Kennedy.

Sua maior capacidade de articulação política o colocou como um dos interlocutores e por sua habilidade em tratar com os republicanos. Ainda que o Partido Democrata aquem ele pertencia tenha combatido muitas de suas idéias, seus projetos sempre contavam com apoio de políticos desse partido
Eleito ao todo oito vezes senador, permaneceu mais de quarenta anos no cargo, sendo o segundo o que mais ficou no cargo, ficando apenas atrás do democrata Robert Byrd.

Recebeu de Barack Obama, em 2009, a mais alta condecoração civil, a Medalha Presidencial da Liberdade, pelo seu trabalho como agente de mudanças nos setores social, político e econômico. 

 Afirmou Barack Obama sobre ele: “Por cinco décadas, praticamente toda legislação importante no avanço dos direitos civis, saúde e bem-estar econômico do povo americano ficou marcada pelo seu nome e resultou de seus esforços”. 

Representou em 20 de janeiro de 2009 os Kennedy na posse de Barack Obama, estando em cadeira de rodas devido a uma cirugia a que se submeteu. Morreu dia 25 de agosto do mesmo ano devido a um câncer de cérebro.

O enterro está marcado para acontecer nesse sábado, dia 30 de agosto, no cemitério onde estão enterrados os seus irmãos John Kennedy e Robert Kennedy.