Sempre é hora de amar e respeitar o país

 

Edson Silva

 

Uma das coisas que aprecio na vida é Música Popular Brasileira (MPB), principalmente a de alguns compositores(as) e cantores (as) clássicos. Um dia desses ouvindo Simone cantar “O Vendedor de Sonhos”, de Milton Nascimento e Fernando Brant, alguns versos me chamaram a atenção, foram estes que divido com você leitor: “...Tantos anos contando a história/ de amor ao lugar que nasci/ tantos anos cantando meu tempo/ minha gente de fé me sorri/ tantos anos de voz nas estradas/ tantos sonhos que eu já vivi...”  Eu os achei lindos e refleti que há gente que se envergonha de dizer que ama o país que nasceu, trabalha, viu crescer filhos, enfim o lugar onde vive. Há alguns que preferem se minimizar diante de outros povos, de maldizer o lugar que nasceu, fazem chacotas e não se orgulham de sua pátria.

 

Lógico que situações vergonhosas existem, mas isso não ocorre só no Brasil. Por isso me atrevo dizer que amo o lugar onde nasci, me orgulho de ser brasileiro e continuarei, enquanto viver, a vender este sonho e a continuar construir o país dos meus sonhos, vendendo esperança e “mais teimoso que uma criança”, se permitem surrupiar outra estrofe de “O Vendedor de Sonhos”, do Milton e do Brant, em busca de um Brasil com mais igualdade, mais oportunidades de estudos e de emprego para todos, enfim um país que queiram ou não está saindo do papel dos sonhos para o concreto mundo real. Muito mais precisa ser feito e todos temos responsabilidade neste processo de boas mudanças.      

 

Vejamos, por exemplo, cenas de desolação provocadas pelas chuvas em algumas partes do país, inclusive em nossa Região Metropolitana de Campinas (RMC). Se a gente observar bem, além do intenso volume de chuvas vamos ver montanhas de lixo, principalmente garrafas plásticas, contribuindo para obstruir passagens de água e provocando enchentes em ruas, sob pontes e alagando quintais e casas. Existe o tão falado “Aquecimento Global” e não se pode dizer que esta ou aquela pessoa é culpada pelas cheias, afinal dia a dia nos deparamos com notícias de chuvas históricas, com níveis jamais vistos, o que nenhum ribeirão, córrego ou rio suportaria sem transbordar. Mas que o lixo jogado nas ruas ajuda agravar a situação, isto é fato.

 

Por isso, é preciso rever atitudes, amar e respeitar o lugar onde vivemos. Encerro lembrando o filósofo alemão Bertold Brecht, que escreveu: “Do rio que tudo arrasta/ Se diz violento/ Mas não se diz/ O quanto são violentas/ As margens que o reprimem", acrescento que o lixo jogado nas ruas e terrenos é que torna as margens ainda mais repressivas e violentas.

 

Edson Silva, jornalista da Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Sumaré

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