SEMÂNTICA E GRAMÁTICA NO LIVRO DIDÁTICO

Walter Ap. Gonçalves
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Resumo

O presente trabalho tem como fim, compreender como se define a semântica e a gramática no livro didático tendo como objeto de estudo o livro Português e Linguagens de William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. Compreender como as conjunções e a semântica se apresentam nos exercício propostos.

Palavras chaves: Semântica, Gramática, Livro Didático.

Introdução
Os estudos da linguagem tem avançado muito nos últimos tempos nas s diversas instituições de ensino espalhadas pelo país, o que tem levado muitos pesquisadores e educadores a pesquisarem o assunto. Nos livros didáticos utilizados no ensino da língua portuguesa no Brasil, podemos observar que a maioria procura diferençar o ensino com exemplos de forma que o leitor seja levado a um aprendizado mais eficiente.
Neste artigo procuro compreender como a os valores semânticos são trabalhados no livro didático Português e Linguagem dos autores Willian Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães, no exercício 04 da pagina 46 onde se apresenta da seguinte forma:
4)- No anuncio a seguir, no lembrete que faz advertência contra o uso do fumo, omitiu-se a conjunção integrante:
O Ministério da Saúde adverte: (que) fumar é prejudicial a saúde mal a saúde
A omissão da conjunção torna a mensagem mais direta e rápida. Veja:

O Ministério da Saúde adverte: (...) fumar é prejudicial a saúde mal a saúde

Segundo Cereja e Magalhães (1999, p.46) na linguagem escrita, por motivo de expressividade, clareza e concisão, devemos, sempre que possível, evitar a repetição da conjunção que. No caso do emprego das orações subordinadas substantivas, dispomos dos recursos de substituir o verbo por um substantivo ou transformar a oração desenvolvida em uma oração substantiva reduzida.
Para maior compreensão apresento outros exemplos conforme:
Observe as frases:
Atravesso noites e dias no vento.
Marcos entrou e Débora saiu.
Saíamos quando você chegava.
Podemos ver que:
No primeiro exemplo, a palavra e liga duas palavras, ou seja, dois elementos de uma mesma oração. Podemos dizer que o e é uma conjunção.
No segundo exemplo, a palavra e liga duas orações: (Marcos entrou) e (Débora saiu). E no último exemplo, a palavra quando também esta ligando duas orações: (Saíamos) quando (você chegou). Dizemos que o e e o quando são conjunções. (Amaral, Antônio e Patrocínio, 1994, p. 137).
Segundo Cunha e Cintra (2001, p. 579.), conjunções são vocábulos gramaticais que servem para relacionar duas orações ou dois termos semelhantes da mesma oração. As conjunções que relacionam termos ou orações de idêntica função gramatical tem o nome de coordenativas. Veja os exemplos:

O tempo e a maré não esperam por ninguém.
Ouvi primeiro e falei por derradeiro.

Para eles denomina-se conjunção subordinativas as que ligam duas orações, uma das quais determina ou completa o sentido da outra oração. Veja as comparações:

Eram três da tarde quando cheguei às arenas romanas.
(U. Tavares Rodrigues, JE, 183.)
Pediram-me que definisse o Arpoador.
(C. Drummond de Andrade, CB, 106.)
As conjunções subordinativas classificam - se em: causais, concessivas, condicionais, finais temporais, comparativas, consecutivas e integrantes. As causais, concessivas, condicionais, finais temporais, comparativas, consecutivas iniciam orações adverbiais e as integrantes introduzem orações substantivas. (Cunha e Cintra, 2001, p. 586.).
Quanto aos valores Semânticos pouco se pode observar no enunciado presente na página 46 do livro Português e Linguagens de William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães.
O Ministério da Saúde adverte: (que) fumar é prejudicial a à saúde mal a saúde
Para entender melhor a semântica veja o que diz Bechara na Moderna Gramática Portuguesa (p. 424.). Semântica é o estudo da significação dos vocábulos e das transformações de sentido por que estes mesmos vocábulos passam. No decorrer de sua história nem sempre o vocábulo guarda seu sentido etimológico, isto é, originário.
Por motivos variadíssimos o sentido ultrapassa os limites de sua primitiva "esfera semântica" e assume valores novos. "Os vocábulos mudam de sentido ou porque as coisas se modificam ou porque a "constelação psíquica" sob cuja influência nasce o sentido do objeto, se altera graças a causas diversas". A significação dos vocábulos está intimamente relacionada com o mundo das idéias e dos sentimentos; "entre as: idéias, entre os pensamentos não há separação absoluta, por isso que as associações se estabelecem, sem cessar, de uns para outros".
Em outro artigo de minha autoria, procurei compreender as variações do léxico semântico nas palavras que Camões utilizou para compor a obra "Os Lusíadas". Quero aqui deter-me a semântica; o que observei no estudo empregado foi que a semântica formal, a semântica da enunciação ou argumentativa e a semântica cognitiva, por exemplo, estudam o mesmo fenômeno, mas com conceitos e enfoques diferentes, e que a todo momento surgem palavras a todo momento.
Umas entram em desuso, outras voltam a ser usadas com um novo conceito, (...). Podemos observar que na língua portuguesa, o significado das palavras leva em consideração a:
Sinonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos:
Antonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou ais que apresentam significados diferentes, contrários, isto é, os antônimos:
Homonímia: É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica, ou seja, os homônimos.
Homógrafas: palavras iguais na escrita e diferente na pronúncia
Homófonas: palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita.
Perfeitas: palavras iguais na pronúncia e na escrita.
Paronímia: É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita, isto é, os parônimos.
Polissemia: É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados. (Gonçalves, 2010, p. 2-5).

CONCLUSÃO

É importante considerar a Semântica no ensino de Língua Portuguesa como um processo que está apenas iniciando e que requer, portanto, muito mais pesquisa para que possamos chegar a um conhecimento mais aprimorado e assim promover um ensino mais eficiente, gerando livros didáticos mais produtivos e com conteúdos mais bem elaborados.
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¹ Trabalho acadêmico apresentado a Prof.ª Ana Maria Macedo como final de conclusão da disciplina de Semântica , ofertada pelo referida professora no Curso de Letras da UNEMAT.



REFERÊNCIAS

BAGNO, Marcos (org.) Linguística da norma. São Paulo: Loyola, p. 155-177, 2002.
Bechara Evanildo, Moderna Gramatica da Língua Portuguesa, ed, 37ª, editora Lucerna, Rio de Janeiro, 2001.
BORBA, Francisco da Silva, 1932 - Introdução aos estudos linguísticos. 13ª ed. Campinas, SP: Pontes Editores, 2003.
CEREJA, William Roberto, Magalhães, Thereza Cochar Português: linguagens: literatura, produção de textos e gramática, vol. III, - 3. ed. rev. e ampl. - São Paulo: Atual, 1999.
FIORIN, José Luiz. Introdução a Linguística II, princípios de análise. São Paulo: Contexto, 2003.
ILARI, Rodolfo. A linguística e o ensino da língua portuguesa. São Paulo, Martins Fontes, 1997.
KOCH, Ingedore. O texto e a construção dos sentidos. São Paulo, Contexto, 2000.
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino da gramática no 1º e 2º graus. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2002.