Brilhava a lua por entre a sombria e úmida mata escura que me cercava. Também sentia sombrio o coração que despertara aquele amor solitário em mim, como solitário era o instante amargo que se abrigava em mim.

 

As duvidas freqüentes transformavam-se nas mais absolutas certezas, dos desencontros nos momentos que não foram vividos, e que não fazem parte de nossa vida em comum.

 

A espera se tornou uma sangrenta guerra, que nos transmitia o frio do medo, nos diferentes caminhos a percorrer na busca de um futuro que só existe na saudade de um passado remoto e exigente, que era um desejo superior e maior que a própria razão. Por vezes, o destino e o universo nos levam a definir superações, a partir das causas de nossos próprios medos dentro de indecisas situações, num fundamento único e próprio chamado você...

 

O crescimento interior não se busca em tecnologias, mas se criam e se aprofundam nos sentimentos, atuam na alma e no interior do coração de cada um, conforme um desejo que embriaga a vida, indiferente aos momentos e esforços tão simples, mas tão difíceis perante os caminhos de guerra ou de paz.

 

Ouvia aquela voz murmurando ao meu ouvido, sem compaixão nem piedade de meu coração que explodia em lamentações e tormentos dentro de minha geleira adversa ao amor. No entanto, não sabia de onde vinham tantas verdades, tão duras e insignificantes, mas tão reais e desprezíveis, como as águas poluídas de um riacho sem vida, sem beleza e sem paz. Tudo que era certo, apenas a solidão que pairava sobre mim, a lua se fora e sequer meu reflexo nas águas frias e densas, bem como as cicatrizes que precisam de tempo, mesmo tempo superficial.

 

Sabia, porem, que precisava superar tal momento e a mim mesmo, mas tudo que fluía e via não eram meus e precisava agora partir atrás de um novo caminho, onde viver é preciso, ainda que sem considerar os fatos, no entanto consideramos algo ou a própria vida?

 

Parecia profanar um nome santo, parecia profano aquele momento de dor, superação e esperança!

 

O máximo de serenidade parecia surgir distante como a manhã, que se aproximava lentamente naquela fase da vida, que se parecia com uma das fases da lua. Mas, as lembranças não terminavam, de tudo e do hoje, antes tão agradável, agora tão estranho e diferente.


Tentava converter a realidade em minha amiga de todas as horas, mas era inútil lutar por um caminho que não se pode construir grandioso como o sonho, que foi vivido e muito bonito, embora cheio de fantasmas, na agora cruel circunstancia real.

 

Precisava retornar, a manhã se aproximava na madrugada que se ia. Sentia sua presença a me acompanhar, ainda era possível ouvir seus passos, sentir sua respiração ofegante como sempre, e aquele sólido chão abria-se lentamente tornamdo-se profundo sob meus pés, me fazendo desabar no abismo de meu próprio coração.

 

Embriagado e forte como um guerreiro que busca sobreviver em meio a batalha, era agora o sentimento que tentava despertar em meio meus tormentos, certo de que eu mesmo o sufocava.

 

Como homem consagrado, solitário, que abre seu próprio caminho, é voltei a cabana solitária próxima ao riacho da verdade, que me fazia despertar aos pés da esperança, retirando o gosto amargo que se fez pelo deserto da valentia humana, com a boca sedenta das juras inexistentes nas forças de um profeta e suas antigas profecias, que começavam a se realizar.

 

A partir de então, naquele momento de total fraqueza uma força procurava restabelece-lo entre a manha e o nascer do sol, e naquele lugar é divino a beleza de um sol que nasce por dentre montanhas, refletindo seus primeiros raios no orvalho da manha, sobre os campos cobertos pela fina nevoa e a umidade do riacho sombrio e frio, que logo refletirá toda a beleza a seu redor.

 

Como gostaria que não refletisse meu rosto ao amanhecer, pensava triste na realidade passada e sofrida da despedida antes de partir. Estranhava tanto desabafo sem lagrimas, pois o momento justificaria qualquer atitude neste sentido, onde tudo parecia o fim ...


Logo haverá continuação desta historia!