Comecei a acompanhar futebol quando ainda era muito garoto, depois de ver o lendário time do Flamengo de 1980 ganhar do Atlético mineiro na final do brasileiro daquele ano. O Atlético tinha um timaço, porém menor que o Flamengo, comandado com eficiência e arte por Zico, aliás, como sempre!

Mais que um jogo, um show no Maracanã. Depois de me encantar com o futebol arte, veio à copa de 1982.

Nossa seleção era conhecida como a "Ciranda", e na história das melhores seleções mundiais em todos os tempos, só perde para seleção brasileira de 1970. Em 1982 tudo ia bem até jogarmos pelo empate. O Telê, que não era retranqueiro, se arriscou sacando o eficiente Paulo Isidoro e colocando Cerezo, foi o principal erro! Cerezo ''deu'' o passe para o jogador italiano Paolo Rossi que aproveitou e marcou sem piedade. Ganhava alí o futebol feio.

O Brasil perdeu mais ainda, nunca mais veríamos arte em nossa seleção brasileira. Houve até uma esperança de renovação com a seleção de juniores de 1983, de Bebeto, Geovane, Mauricinho, Paulinho, mas caíram em mão erradas, cartolas gananciosos soterraram essa renovação. Mas eles deram show no México! Em 1982, toda uma geração de geniais craques estava em seu auge, até mesmo o goleiro era dos bons, de Leandro a Éder, passando pelo Mestre Telê. Um inaceitável erro de um jogador, e de um brilhante treinador, perdeu à arte que foi substituída pelo futebol chato, sonolento, só de toques e poucos lançes de arte.

Quando quero dormir depois do almoço de domingo, vejo o campeonato italiano.

Nossas emissoras com os seus contratos milionários precisam nos enganar lançando jogadores que não passam de ''trigres de papel''. O maior exemplo foi à seleção de 2006, vejam à italiana, chegou como sempre, com discrição e jogando feio, e ganhou à copa. Jogar feio e ganhar não nos interessa. O Dunga, é um símbolo disso, quem não se lembra da era Dunga?! Era chamado assim porque ele jogava feio, sem arte, com o propósito apenas de ganhar.

Esta sepultada em Sarriá nossa saudosa seleção arte.