Eu trago um grande desgosto;

um recordar impreciso...

A quem pertence esse rosto,

de quem será o sorriso?...

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Mal vejo a estrada em que trilho;

uma luz a me ofuscar...

A quem pertence esse brilho,

de quem será esse olhar?...

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Chego à beira da loucura;

ah...me Deus, como eu queria

saber quem é essa figura

que faz do meu coração moradia;

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a quem pertence esse semblante

que mal vejo, de tão distante,

por isto meu coração se tumultua;

de quem será essa boquinha

que pela impressão minha

foi feita pela mão tua?...

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Ah!...a saudade tem mais de um gosto:

doce e amargo; que é preciso

deleitar-se no desgosto

de ver mesmo ausente, um sorriso!...

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Ah...o sentimento deste andarilho

que recorda da amada ausente, o olhar...

Mas, o sofrer não é empecilho:

sofre, mas quer recordar!...

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A saudade tem mais de um gosto;

doce ou amargo, pouco importa:

A tua ausência é um desgosto

que a tua lembrança conforta!...

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(GERALDO COELHO ZACARIAS)