Antes da luz elétrica, que só chegou em 23 de agosto de 1920, as noites de Paquetá só eram iluminadas quando a lua e as estrelas apareciam no céu ! ...

Até então, em cada poste de esquina havia um lampião, a gás ou a querosene, que sempre era aceso à noite e apagado de manhãzinha, a mando de cada um dos Inspetores de Quarteirão daquela época ...

Foi o tempo áureo dos saraus, das serenatas e dos seresteiros de Paquetá ... Tempo de Augusto Alves, o popular “Nordeste”, o maior de todos os seresteiros de Paquetá, de todos os tempos ...

Tempo de João Paulino, cujo violão ficou de herança para o Anibal, o menino que o via cantar e que, certamente, inspirou-se nele para se tornar também, além de ótimo compositor, um excelente seresteiro ... Era o Anibal do armazém do “seu” Diogo que, depois, passou para o seu filho, Wilson Leivas ...

Tempo do Freitas, que morava na Rua de Santo Antônio, na esquina com a Comendador Lage, e que também foi um grande seresteiro, lembrado ainda pelos mais antigos ...

Só bem depois é que chegaram Catulo, Silvio Caldas e Orestes Barbosa ...  

Catulo da Paixão Cearense é citado num dos livros de Humberto de Campos como tendo participado de uma seresta em Paquetá, com 100 violões, enquanto Silvio Caldas e Orestes Barbosa foram parceiros em “Chão de Estrelas”, uma das canções mais famosas do cancioneiro popular brasileiro.

E todos eles foram sólido alicerce para os que vieram depois:

O Conjunto dos Sete Gambás, com “seu” Hernesto, “dona” Honorina, Luso, Wilson “Papinha”, Oswaldo “Massa Bruta”, Alfredo “Maravilha” e Ivo “da escola” ...

Roque Freire, Osmar “come-gato”, João Benevenuto (o saudoso “Bené”), Zé Fisher, Vadinho, o Coral da Terceira Idade, o Grupo de Seresteiros Ilha dos Amores, e outros ...