Existe, de fato, muito pouco a ser salvo.
A tempestade se aproxima e me convence de que é a melhor saída
Sim Mickey, o amor pode matar o demônio, só o amor...
Quem me dera existissem remédios para não pensar
Quem me dera existissem sonhos pelos quais lutar
Quando se engana, se mata uma esperança
e nem as doses mais generosas
da morte gradual podem resgatar a essência da alma que apodrece.

Isso! Estão mortos!

Com suas televisões, ereções, cães, gatos e tortas, todos condenados à existir sem propósito.
Sejam felizes, acabem com o livre arbítrio
Não são só as forças malignas que comercializam almas
no chão sujo de qualquer rua, antes do rapa.

As benevolentes, nas butiques, compram e vendem caro
Vendem a sua vida, com você acreditando nela,
Eles vendem a sua vida por migalhas!
E quando nos damos conta
Não temos mais lugares para nos mover. Eis o castigo!

As drogas não serão suficientemente boas e autônomas
E estaremos mortos enfim...
Mais uma vez, mortos...
O que dizer, se podemos morrer consumindo oxigênio?

Minha sepultura é meu quatro
Meu escritório
O bar e a cachaça de cada dia!

Eles estão lá, no playground com seus filhos
Nos seus empregos, suas celas, suas mortalhas
Querendo sempre mais alguma coisa
que não sabem o que.
Vocês crescerão na vida sim, terão uma morte digna, afinal
Pagaram para isso, venderam a alma para isso

Se o preço é justo, eu não sei...
O que sei é que, no final, ninguém será inocente