Professor: Dra. Marizete Z. Kunz

Disciplina: A literatura sapiencial e poética veterotestamentária e suas aplicações.

Mestrando: Claudio José Bezerra de Aguiar.

Obra: LINDEZ, José Vílchez. Sabedoria e sábios em Israel. São Paulo: Loyola, 2014. p. 29-36.

A sabedoria em Israel e suas fontes principais, tema este, atribuído ao capítulo desta obra, a que se propôs esta análise. Dentro desta perícope, porém, o autor inicia apresentando que, a sabedoria de Israel foi influenciada pelos povos vizinhos, uma vez que, no período seminômade, eles faziam parte de um povo pequeno e insignificante, tendo que se adequar as culturas dos territórios onde se instalavam. Um detalhe, importante por sua vez, foi a diferença apresentada entre sábios no contexto atual e o no período antigo. Segue-se que, o primeiro remete a uma pessoa perita em alguma área do saber, a modo de um especialista ou um doutor. Enquanto o segundo trata-se de pessoas que tinham, de certa forma, domínio em todas as áreas do conhecimento. Uma vez que estes, mesmo não havendo um consenso sobre quem eles eram, podiam ser os mestres da época. Pessoas que instruíam os príncipes, cuidavam das áreas administrativa do palácio, ou mesmo, os educadores da classe rica da sociedade. No contexto bíblico, estes se enquadram, ainda que o tema seja discutido entre os estudiosos, na classe de sábios e profetas. Sábios estes, que normalmente eram os conselheiros dos reis, tarefa entretanto, que possivelmente Isaías poderia ter exercido antes do seu ofício profético. Não havendo consenso, a esse respeito, certo é que, Isaías era uma pessoal culta de sua época, tinha contato direto com os sábios e, muitos de seus presságios se utilizaram dos mesmos recursos que o os sábios utilizavam. A sabedoria antiga ocorre no processo natural, por assim dizer, no empirismo. As pessoas na arte de viver uma com as outras, aprendem e descobrem formas de se adaptarem. Descobertas que, com o propósito de não se perderem, são formuladas em frases com poucas palavras, algumas vezes rimadas, uma vez que este método facilita a aprendizagem. De modo que, as pessoas mais velhas eram, portanto, portadoras de mais sabedoria do que um jovem. Sabedoria que, tem sua origem na família, se estende para as escolas, a considerar que, em Israel participavam desta organização os filhos de reis e as crianças pertencentes à elite da sociedade. A experiência, a tradição, e a reflexão, meios este que estão envoltos de sabedoria. Vindo a reflexão ser um produto de sábios maduros, uma vez que, entram no diálogo, a fim de refletir, discutir e achar respostas para os problemas que se apresentam os devidos contextos. Diante da análise deste capítulo, pode-se concluir que, a sabedoria é, ou sempre foi, uma constante descoberta da realidade, transmitida e aplicada por pessoas capazes de a possuí-la, em outras palavras, sabedoria é conhecimento aplicado, e passando adiante, por pessoas que souberam conquista-lo. De modo que, em Israel os sábios, se autoqualificavam por esta designação, uma vez que, possuíam o conhecimento na experiência e da tradição, prontos para reflexão e para entrar em debate com qualquer pessoa. Na atualidade, no entanto, as pessoas buscam sabedoria apenas em uma área. Tornam-se peritos em determinado assunto, doutro lado, porém, são ignorantes em qualquer outro assunto fora da sua especialidade. Não obstante, não se pode deixar de destacar que, a gama de informação do contexto hodierno, nem se compara com o do mundo antigo. Contudo, o presente período da história não deveria, apesar dificuldade, deixar de analisar e aprender com uma cultura remota. Certo que, o sábio é o que encontra a sabedoria nos lugares que ninguém á vê.