Sim...

Quantas vezes vejo a tristeza das tardes...

O vazio e a solidão

Que a noite guarda em seu sepulcro.

 

Quanto mais se o vento sopra,

Frio, tenebroso, barulhento,

No seu uivo desesperado.

 

Mais triste ainda, torna-se o vento,

Aumentando minha tristeza,

Quando vem lambendo o espaço,

Apagando rastros de sonhos

Deixados pelos caminhos.

 

Daí, o que poderia ser sonho eterno,

Torna-se fulgáz, passageiro...

 

Num instante, o curso de uma vida,

Toma outro rumo.

 

Quem dera!

Horas felizes

Fossem eternas...

 

Quem dera!

Horas amargas,

Fugazes, passageiras...

 

Mas, como nem sempre

O vento trás

A brisa fresca da manhã,

A alegria da tarde,

O descanso da madrugada,

Continuo meu caminho...

 

Se triste ou sozinho

Vou seguindo...

O rumo do vento.