Hoje me sinto como muitas pessoas que tiveram assuas vidas invadida, impregnada pela covardia de "homens" que se apossam de nossos sonhos. Sou só mais uma entre as muitas que se sacrificam, lutam, abre mão de algo, para conquistar um bem melhor. No meu caso coloquei como meta um carro melhor, pois o que eu possuía não tinha mais condição de uso. Apresentava de tudo um pouco,do motor esfumaçando, ao assoalho que dava para ver o asfalto. Então,visto como necessidade e não como um luxo, me posicionei e fui em busca do meu sonho. Foram dias de pesquisa, visitas as agências, ligações, cotação do maisacessível ede repente eis que como um sonho encontro o bem tão desejado. A negociação é feita, apesar de estar um pouco além doestipulado parao meuorçamento domestico, analiso e apertandomais um pouco, fechamos o negocioe saímosfelizes da garagem. As crianças pulando, eufóricos com a novaaquisição, já colocandonome no carro "Floquinho", pois ele é um Gol bolinha, placa CYI 7501, branquinho. Eu transportando de alegria,tinha conquistado o meu ideal. E a rotina das nossasvidas prosseguia.Levar crianças na escola pela manhã cada um em um extremo da cidade, buscar na hora do almoço, leva-lanovamente paraoutra instituição. Busca-los ao fim do dia, fazer compras, ir ao médico, em fim toda a comodidade que um automóvel nos proporciona. Porémno dia 18 de agosto de 2008, ao retornar do almoço, estaciono o meu carro enfrente ao meu local detrabalho e por volta das quatorze horas, olho para o estacionamento e observo que o mesmo não esta mais lá, no exato momento dirijo-me ao lugar que estacionei, não podia acreditar, vem o desespero, paguei três parcelas, de quatro anos ainda a ser pago. A policia comparece ao local, é feito o BO.Todasas pessoas em minha volta procuram me tranqüilizar com palavras de consolo. Rezo, não consigo acreditar no que estou vivendo as horas passam, os dias, as semanas e nada apenas um vazio imenso no lugar de uma conquista. Para muitas pessoas tudo isso pode ser nada e com certeza frente a muitos problemas o que eu estou passando não é nada, porém na luta diária,a frustraçãoé enorme por não ter, ou mesmo não saber como agir diante desse cenário. Sinto-me impotente, fragilizadafrente a uma sociedade na qual os bandidos ocupamo podioe nos assalariados, trabalhadores,nãoencontramossoluçõese continuamos penalizados, porém alheios a tudo, envolvidos pela rotina, até o dia que o seu sonho pode simplesmente sumir.