A sociedade capitalista exige a especialização de um profissional; não serve mais a graduação. Hoje, o "bom profissional" é visto pela quantidade de especializações que apresenta em seu currículo.

A experiência no trabalho há muito tempo não demonstra qualificação na função, ou serve de critério para reconhecimento do profissional, proporcionando-lhe crescimento, estabilidade e melhoria na função ou cargo.

Hoje, mais do que nunca são reconhecidos e apadrinhados aqueles profissionais "políticos". Os pervertidos são elogiados e recebem incentivos, assim como promoções. Os sinceros e autênticos são humilhados e oprimidos.

Fala-se muito na necessidade de mudança de atitude, e busca-se o profissional que apresente não apenas inteligência, mas inteligência emocional; aquele que sabe controlar suas emoções, mesmo que suas intenções sejam maléficas e destruidoras.

Lógico que é necessária a capacidade de controlar as emoções; mas é preciso dar espaço ao indivíduo manifestar-se como pessoa na empresa, e não apenas como "imagem do bom profissional", construída como número que dá lucro para a Instituição.

Enquanto não se formarem cidadãos e pessoas nos profissionais, mas buscarem capas, rótulos bonitos de se vê, mas sem conteúdo, e que se tornam ao longo de um tempo máquinas destrutivas da sociedade, as empresas e a própria sociedade serão vítimas dos rótulos bonitos que se apoderam do status de chefe e de líder, e que destroem a capacidade de ser do indivíduo em relação com o seu semelhante.

Destrói a capacidade do diálogo, da responsabilidade social, da cidadania, da solidariedade, da empatia.

A sociedade vive momentos de terror, vitimada por vândalos, por marginais. Quem os formou?

Será que a excessiva exclusão entre os indivíduos das diferentes classes sociais e econômicas, não fez este gatilho disparar em direção à formação dos destruidores dos bens comuns e privados, e da boa convivência?

Quem são os marginais? São os mendigos, os colarinhos brancos? São aqueles que roubam para comer, são aqueles que em desespero fazem justiça com as suas próprias mãos?

Onde está a justiça social, a segurança, a saúde, a escola, a habitação? Direitos reservados a todo indivíduo...

Onde está o conteúdo do cidadão comum, do político, do profissional? Qual será o seu valor de bom e princípio de ética e moral?