RISCOS ENVOLVENDO A IMUNODEPRESSÃO GESTACIONAL

 

 Leonardo de Araújo LOPES¹; Claudia Silva LANA²; Poliana Marcela Rodrigues XAVIER³

 

1 – Docente da Universidade Presidente Antônio Carlos – UNIPAC

2 – Docente da Universidade Presidente Antônio Carlos – UNIPAC

3 – Graduanda em biomedicina da Universidade Presidente Antônio Carlos UNIPAC

 

Durante a gestação ocorrem varias mudanças fisiológicas no corpo da mulher, essas modificações afetam todo o organismo modificando seu metabolismo. Durante o período gestacional o sistema imunológico da mulher fica altamente complexo, com freqüente exacerbação de enfermidades ou alterações pré-existentes.  Tem sido feitos uma serie de estudos sobre o sistema imunológico da reprodução, pois ainda não se conhece um mecanismo perfeito de adaptação imunológica presente na gestação (PORTO; AMORIM; COELHO; SANTOS, 2008).

Com a gestação o embrião representa parte de um patrimônio antigênico proveniente do pai e, portanto, estranho ao organismo materno. Nas células fetais e placentárias em suas superfícies existem algumas proteínas maternas e paternas, que pertencem ao sistema antígeno leucocitário humano (HLA), um importante complexo de histocompatibilidade em vertebrados, durante a gestação ocorre um processo de adaptação onde a mulher deve identificar as proteínas paternas e produzir anticorpos que são chamados de bloqueadores, estes vão ter como função controlar a atividade das células natural killers (NK). Os anticorpos bloqueadores conectam-se nos receptores das células NK onde ira ocorre um estimulo desta, fazendo com que o organismo não rejeite o feto e as proteínas paternas (PROENÇA, 2009).

Em qualquer ser humano a resposta imunológica desempenha um papel importante não apenas como sistema de defesa contra agressões externas, mas como mediadoras do equilíbrio dinâmico do organismo. A gestação que evolui normalmente é sinal de que houve um perfeito equilíbrio materno-fetal, mas nem sempre o sistema imunológico se adapta com a gestação, a conseqüência disso são os abortos de repetição imunológica que são classificados como “de causa desconhecida” (PROENÇA, 2009).

Com toda essa mudança no sistema imunológico nas gestantes elas ficam muito mais expostas a varias doenças, dentre elas destacam-se a (Toxoplasma gondii, Treponema pallidum), toxoplasma gondii quando infecta a mulher grávida pela primeira vez ela pode transmite a infecção ao feto podendo sofrer seqüelas imediatas ou tardias, como manifestações neurológicas (calcificações intracranianas e hidrocefalia) e oculares (retinocoroidite). A gestante durante o pré-natal deve incluir um exame de sangue para detectar se houve contato recente ou passado com o parasita, que através deste será possível detectar anticorpos para o toxoplasma gondii (anti IgG e IgM), este exame deve ser feito o mais cedo possível para q não ocorra a infecção para o feto já que o risco maior é no  primeiro trimestre de gestação. As gestantes devem evitar contato com gatos de rua, tomar sempre água filtrada ou fervida (LENA, 2008).

A sífilis é uma doença sexualmente transmissível causada pela bactéria treponema pallidum, a mulher grávida infectada pode transmitir a doença para o feto em qualquer estagio da gravidez ou ate mesmo durante o parto, pois a infecção é transmitida através da placenta fazendo com que o treponema invada todos os vasos do cordão umbilical, onde ali vai se multiplicar e atacar todo o organismo do feto, assim a criança infectada pode nascer com feridas pelo corpo, pneumonia, cegueira, problemas ósseos ou levando ate a morte. As mulheres que pretendem engravidar devem passar por um exame de sangue pra ver se houve contato com a bactéria, e fazer também exame nos recém nascidos para que em caso de infecção seja feito um tratamento de imediato (FONTES, 2005).

Devem-se destacar também os riscos teratogênicos envolvidos durante a vacinação contra alguns vírus como: (Rubéola e Influenza), o vírus da rubéola quando detectados em mulheres a doença é inofensiva já em mulheres grávidas pode acarretar uma serie de problemas ao feto, o vírus quando invade o organismo da mulher ele pode atrapalhar no desenvolvimento do feto ou ate mesmo causar um aborto. A melhor prevenção contra rubéola é a vacina, porém mulheres grávidas não podem receber a dose, pois a vacina contra rubéola contém vírus vivos atenuados fazendo com haja transmissão do vírus para o feto, é aconselhado que as mulheres ao tomar a vacina se previnam da gravidez de um mês após a dosagem da vacina, gestantes deve evitar contato com pessoas contaminadas (MARCONDES, 2001).

A gripe A é transmitida pelo vírus influenza (H1N1), é uma doença respiratória aguda e é transmitida de pessoa para pessoa através de tosses e espirros, a gestante por esta com baixa imunidade tem mais facilidade de pegar a doença. A gestante contaminada pelo vírus pode transmitir a doença para o feto através da barreira placentária, mas não houve estudos que comprovaram o grau de prevalência da doença no feto, existe caso de mulheres grávidas infectadas q faleceram mais a criança nasceu saudável ou que a mulher faleceu e o feto estava morto no útero. A gripe A é uma doença nova em que se tem feitos estudos para que possa afirma o seu grau de virulência e disseminação para o feto de uma mãe, com isso as gestantes devem tomar cuidados com pessoas contaminadas e passar por exames em caso de apresentar algum sintoma (KALIL, 2009).

Diante de tantos riscos que as gestantes podem sofrer, vem ocorrendo vários avanços nesta área, com relação a estudos nas disfunções imunitárias materno durante a gravidez.  Compreender o funcionamento do sistema imunológico das gestantes é um importante passo no desenvolvimento de estratégias para o tratamento de doenças que as gestantes estarão expostas, no entendimento dos abortos de repetição assim para sua prevenção e tratamento (XAVIER, 2009).