RIQUEZAS INCOMPREENSÍVEIS

"A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo". Ef 3.8.

Existem declarações na Bíblia que são verdadeiros paradoxos. Paulo era perito nisto, em propor o quase impossível para os irmãos.

Se estas riquezas de Cristo são incompreensíveis, por que e para que anuncia-las?

Por que as coisas mais incompreensíveis tornam-se plenamente compreensíveis para aqueles que tem a mente de Cristo, para os que são espirituais.

Porque os espirituais discernem bem tudo e eles mesmos de ninguém são discernidos.

Ousei expor algumas dessas riquezas incompreensíveis de Cristo, porque sei que mesmo que nosso entendimento não chegue a atingi-las plenamente, podemos aceita-las e elas se tornam para nós bênçãos ilimitadas. Vamos ver algumas delas:

1. Riquezas de conhecimento celestial.

Mesmo não o compreendendo plenamente, mas sabemos que ele existe e é galardoador daqueles que o buscam.

Sabemos que existe um reino glorioso que se comunica conosco e com o qual nos comunicamos.

Sabemos que existe um espaço infinito povoado de seres celestiais que nos observam eque velam por nós.

2. Riquezas de amor redentor.

Não somos parias nem órfãos. O Senhor nos criou sem qualquer mérito mas ele se dignou de nos promover e nos transformar em...

a) Co-herdeiros com Cristo.
b) Reis.
c) Sacerdotes.
d) Nação santa.
e) Povo adquirido.
f) Profetas.
g) Arautos.
h) Mensageiros das boas novas de salvação.
i) Ministros de uma nova aliança.
j) Filhos de Deus.
k) Concidadãos dos santos.
l) Guerreiros.
m) Intercessores.
n) Adoradores.

3. Riquezas de perdoadora misericórdia.

Nós homens cheios de falhas, infiéis e desobedientes, somos agraciados com estas riquezas insondáveis, provenientes do Pai das luzes em quem não há variação nem sombra de mudança, o qual hab ita em luz inaccessível, mas se digna oilhar para nós e nos agraciar com sua divina benevolência.

4. Riquezas de graça santificadora.

Quem somos nós, humanos e frágeis seres, sem qualquer capacidade em nós mesmos, quem somos nós para, por nossa própria capacidade, adentrarmos os portões da graça e atingirmos a santificação sem a qual jamais veremos a Deus?

5. Riquezas de consolação.

Jamais entenderemos através do poder intelectual, o porquê de estarmos neste mundo, aparentemente sem motivo e condenados à morte. Viemos ao mundo sem sermos consultados e de repente nos encontramos aqui, à mercê de um poder infinitamente maior do que nós, sem nada sabermos de nós mesmos a respeito de nossa origem, missão e destino. Somos avassalados pela angústia do ser, pelo absurdo da existência, pela carência vivencial e cercados de inimigos de todos os tipos.

No meio desses embates e borrascas, somos abençoados com as riquezas incompreensíveis da consolação, algo que não entendemos mais que faz nosso pobre coração descansar.

6. Riquezas de esperança.

Sem qualquer garantia de futuro a não ser a que provém da fé, somos impelidos pelas riquezas incompreensíveis da esperança, sendo assim concitados a seguir o exemplo da Abraão que, em esperança creu contra aesperança, em esperança da vida eterna, a qual Deus que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos seculosl

Somos obrigados a seguir um trilho estranho para nossa humanidade, pois o paladino dos gentios afirmou categoricamente que nós temos paz com Deus pela fé, através da qual nos gloriamos na esperança. Mas, um detalhe importante: Para atingirmos esta glória de esperança primeiramente temos que passar pela prova das tribulações (Rm 5.3) e, ainda por cima, nos gloriamos nas tribulações. E aqui vem a seqüência:

1º.) A tribulação produz a paciência;
2º.) A paciência produz a experiência;
3º.) A experiência produz a esperança.

7. Riquezas de imortalidade.

Se Deus não tivesse programado o homem para a imortalidade, o próprio universo seria um incomensurável absurdo. A imortalidade justifica plenamente o ab surdo de uma vida incognoscível, aparentemente aleatória, aparentemente sem sentido e sem objetivo.

São riquezas incompreensíveis que nos levarão a grandiosidade do projeto divino, à perfeição do esquema universal.

8. Riquezas de glória.

Não o vendo agora, mas crendo, podemos calcular e entender que no pensamento divino as luzes e as perfeições do universo nos serão apresentadas e veremos e gozaremos aquilo que a palavra de Deus classifica como "indizíveis"?

Foi por isto que o escritor sagrado consciente dos tesouros da sabedoria e do conhecimento de Deus, teve a coragem de afirmar estas palavras:

"Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam". 1 Co 2.9.