É verdade que nem tudo que está nos noticiários é verdade, mas que dá vontade de acreditar, isso dá. Já pensou se a moda pega e as policias se unem, os poderes públicos se unem e todos se põem a trabalhar visando o bem da população. Pense como poderia melhorar a vida de todos nós que pagamos impostos e somos vítimas do Estado?
Vitimas do Estado, pois dos bandidos, isso é algo indiscutível!
Mas eu estive sonhando.
Não como forma de vingança, mas como forma de efetivamente fazer com que os honestos deixem de ser penalizados pelos crimes dos malandros.
Veja só: suponhamos que precisemos fazer um financiamento. O sistema financeiro diz que precisará nos cobrar juros que ultrapassam os limites da sanidade ? e da honestidade, pois o que ocorre é um roubo institucionalizado pela legislação ? porque tem que se precaver contra os maus pagadores. Quer dizer, está nos roubando para se precaver contra possíveis não pagamentos, golpes de espertalhões. Quer dizer, nós pagamos a conta do bandido! Algo assim como: estamos numa lanchonete, tomamos um refrigerante e o cara da mesa ao lado, tomou uma grade de cerveja, distribuiu aos amigos e sai sem pagar. E o proprietário coloca essa despesa em nossa conta. É mole ou quer mais?
E tem mais.
Já percebeu o absurdo que vem ocorrendo, há muito tempo?
Veja só: em muitas residências são erguidos muros e sobre os murros são colocados sistemas de defesa elétrica. Precaução contra a bandidagem!
Outras residências e, principalmente, estabelecimentos comerciais se utilizam de sofisticados sistemas de segurança com câmeras e sistemas de alarme. Meios de dificultar a ação dos bandidos.
E os exemplos poderiam ser aumentados.
Note que o mesmo ocorre em relação à educação: criam-se incontáveis escolas particulares (da pré-escola à universidade). Porque? Para tentar ter acesso ao estudo ou a melhor qualidade de ensino.
Na saúde é a mesma coisa. O que os planos de saúde, senão uma demonstração de plena desconfiança em relação ao serviço público de saúde.
Isso tudo para dizer que pagamos impostos. E mais impostos.... e mais alguns ainda! Municipais, estaduais e federais... pagamos os impostos e ficamos com os AIS, pois o imposto pago deveria ser revertido em benefícios para a população, mas não retorna.
A segurança pública se vendeu às empresas privadas de segurança. Por isso só pode contar com algum arremedo de segurança quem tem dinheiro para pagar: cerca elétrica, muros altos, empresas de vigilância e segurança ? desde carros blindados até guarda costas. Pois o serviço publico de segurança à população está sucateado em favor dos interesses particulares...
A escola pública vem, cada dia mais, caindo aos pedaços. Caindo metaforicamente e literalmente. E quando alguma reforma se faz, o serviço é tão mal feito que chega a ser aviltante. Isso sem contar que os salários dos profissionais da educação estão abaixo da linha da humilhação. Já virou chacota! E, com isso, toda a engrenagem do comércio é prejudicada, pois sem dinheiro, não se compra... e os lojistas ficam contando as moscas ao longo do tempo em que esperam os salários do funcionalismo público melhorar...
A saúde é o drama de sempre: além de uma máfia que se insere por entre algumas brechas do sistema privado, os órgãos púbicos confessam a incapacidade de resolver problemas simples como a fila quilométrica e assassina. Continuamos tendo que agendar a data em que podemos ficar doentes.
Mas os impostos continuam sendo recolhidos. Religiosamente recolhidos e se impondo e sendo desviado...
Mas tem solução. O que falta, para resolver, pelo lado do poder publico, é vontade. Vontade de servir a quem o legitimou pelo voto e não a quem o constituiu pelas articulações inconfessáveis. E da parte de quem elege, começarmos a agir como consumidores: Se pagamos, queremos levar. É direito do consumidor. Pagamos impostos? Exijamos os serviços!
É claro que lá tem outros grandes interesses por trás, mas a guerra do Rio de Janeiro demonstra que o poder público tem condições de resolver os problemas. Basta que os gestores dos órgãos públicos voltem seus interesses em favor da população....
Poderia ser de outra forma: a população se pondo na rua, com faixas, cartazes. Instalado-se na frente de todas as residências dos que se fizeram eleger nossos representantes... na forma de uma insurreição, fazendo em nossas cidades, pela nossa pressão, o nosso Rio de Janeiro, enfrentando a bandidagem eleita...
Neri de Paula Carneiro ? Mestre em Educação, Filósofo, Teólogo, Historiador.
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