O comercio entre povos sempre foi uma importante fonte de renda das sociedades, mas após um grande período de “trevas”, o mundo se torna palco de intensas transformações, em ritmo tão acelerado que ainda hoje não é possível calcular com exatidão a magnitude dos reais benefícios e avanços, e os possíveis malefícios e consequências na qual estamos expostos, e na contramão do desenvolvimento, muitos países sofrem os cruéis efeitos da globalização, impostos por fatores históricos, geográficos e econômicos (DAVID LANDES, 1998).

     Após um lento processo de unificação, os países europeus começaram a substituir o feudalismo pelo modo de produção capitalista. Entre meados do sec. XIX, a 1ª e a 2ª revolução tecnológica impulsionaram avanços na metalurgia, no transporte, agricultura e outros setores da economia. Mas é no sec. XX que a 3ª revolução industrial trouxe avanços exponenciais em todos os setores, em especial nas áreas de telecomunicação, biotecnologia e informática e comunicação oque acelerou o contato entre culturas, globalizando essas tecnologias (TERRA, 2005).

     Entretanto toda essa globalização, nem sempre beneficiou a todos, pois ainda no final do sec. XIX começaram a surgir os monopólios. O poder do estado foi afetado, de regulador econômico, foi forçado a admitir o neoliberalismo, e abrir-se ao mercado externo. Países ricos e grandes empresas dominavam as tecnologias, acumulavam riquezas e capital, e manipulavam a economia mundial. Já os países subdesenvolvidos em busca da modernização e melhorias na qualidade de vida, aumentaram suas dívidas externas. (FELDEMANN, 2009).

     Segundo o Relatório de desenvolvimento humano, publicado pela ONU em 2000, os países subdesenvolvidos estavam cada vez mais dependentes da tecnologia estrangeira, dado preocupante para a época como vemos no trecho a seguir extraído da obra de TERRA, 2005:

 

Sem ciência e tecnologia, um país está condenado ao atraso e a dependência. Como países subdesenvolvidos têm acesso limitado aos setores dinâmicos do conhecimento, o crescimento das desigualdades tem sido inevitável: aumentam as diferenças entre países pobres e ricos, e milhões de pessoas são marginalizas pela falta de acesso ás novas tecnologias, entre elas a internet.”         

    

     Sobretudo nos países subsaarianos, surgiram também diversos problemas de ordem social, pois a informatização e mecanização do trabalho debilitaram sindicatos, o desemprego se acentuou, e no geral houve um baixo nível de desenvolvimento, levando países subdesenvolvidos a ficarem cada vez mais pobres, e as potencias capitalista ficaram cada vez mais ricas (TERRA, 2005).

     Outro ponto questionável é a questão do impacto ambiental advindo dessas transformações, pois umas das características marcantes da globalização são as sociedades de consumo, a velocidade de produção, leva a um rápido e obsoleto desperdício de recursos naturais, gerando aumento do consumo de petróleo, carvão mineral, e outras matérias-primas, elevando consideravelmente os níveis de poluente na atmosfera e solos.  Por outro lado um efeito positivo dos avanços de tecnologias é a disseminação de grupos de defesa de causas ambientais, sociais, e até mesmo politicas, pois a informação repercute de forma rápida e precisa, promovendo debates, e pressionando governantes na tomada de decisões (SAMPAIO, 2009).  

     Mas apesar de tantos efeitos ilusórios e contraditórios, é impossível falar de desenvolvimento, sem mencionar a contribuição significativa para as ciências em geral, graças à globalização surgiram novas descobertas da medicina, e importantes ações de saúde coletiva, nova tecnologia de alimentos, aumento na expectativa e qualidade de vida, entre tantas outras proezas científicas, oque deixa a opinião de todos dividida em relação ao assunto. (VEJA, 2012). 

     Entre tantos benéficos e malefícios é difícil determinar aonde chegaremos, quais são os limites para a utilização dessas novas tecnologias, e como devemos inseri-la em nossas sociedades sem perder nossa integridade cultural, social e econômica. Discursões sobre o assunto são indispensáveis, debates abrirão novos horizontes e estabelecerão limites e diretrizes, para que as sociedades se desenvolvam de forma igualitária e sustentável.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA:

TERRA, Ligia; COELHO, Marcos de Amorim. Geografia Geral e Geografia do Brasil. O espaço natural e socioeconômico. Volume Único. São Paulo – Moderna, 2005.

LANDES, D. Riqueza e a pobreza das nações: por que algumas são tão ricas e outras são tão pobres. Rio de Janeiro: Campus, 1998.

FELDMANN, Paulo Roberto. O atraso tecnológico da América Latina como decorrência de aspectos geográficos e de fatores microeconômicos interligados. Economia e Sociedade, Campinas, v. 18, n. 1 (35), p. 119-139, abr. 2009.

SAMPAIO, Fernando dos Santos; SILVA, Vagner Augusto da. Geografia: Para Viver Juntos. 1ª ed. rev. São Paulo – Edições SM, 2009.

VEJA. Do alto tudo é melhor. Ed. 2266 – ano 45 – num. 17 - 2012

ONU – PNUD. Relatório do desenvolvimento humano 2013. Estadão Paulista.