Resumo

 

Este trabalho focaliza o período napoleônico dentro da Revolução Francesa (1799-1814). Tem como objetivos principais, estudar a França e a Europa durante o governo de Napoleão Bonaparte, e também o ponto de vista do povo francês a respeito do período napoleônico. Dentre os livros usados, os principais são: “Revolução e Contra Revolução Francesa” de Sílvio Costa e “Napoleão” de Thierry Lentz. E como fonte primária o livro: “O Príncipe” de Nicolau Maquiavel, com comentários de Napoleão, contendo as memórias do imperador, com que podemos entender um pouco mais o seu caráter e onde ele mostra quais foram seus pensamentos durante o seu império. O resultado do desenvolvimento do trabalho nos esclarece que apesar de ter cedido inúmeros territórios, que haviam sido conquistados pelo imperador, a França sempre será vista como uma das mais importantes civilizações do mundo e Napoleão como um dos mais célebres imperados que já existiu.

 

Palavras-chave: Revolução Francesa, Napoleão, império, batalhas.

 

 

Abstract

 

This paper focuses on the Napoleonic period in the French Revolution (1799-1814). It's main objectives is: to study France and Europe during the government of Napoleon Bonaparte, and also the point of view from French people about of the Napoleonic period. Among the books used, the main ones are: “French Revolution and Counter Revolution” by Silvio Costa and “Napoleon” by Thierry Lentz. And as a primary source the book “The Prince” by Nicolau Maquiavel, with comments by Napoleon, containing memoirs of the emperor, with which we can understand a little-more you character, and where it shows what were your thoughts during his empire.

The result of development this work clarify to us that, despite the fact he had lost numerous territories that were conquered by emperor, France will always be seen as one of the most important civilizations of the world, and Napoleon as one of the most famous emperors ever.

 

Keywords: French Revolution, Napoleon, empire, battles.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Introdução

 

 

Avaliando o contexto da época estudada, encontramos a sociedade carente de um líder que restaurasse o império na França. E que viesse a suprir as necessidades da população. Quando assume o poder, Napoleão é apoiado pela burguesia e considerado herói do povo francês. A França que se encontrava em guerra desde o início da Revolução entra em um período de estabilidade, graças à vários tratados de paz. Apesar disso o novo imperador encontra dificuldades, pois para expandir seus interesses precisa enfrentar a Inglaterra.

E o meio achado para fazer isso foi atacar os países aliados, como a Península ibérica, decretar bloqueios para que estes países não comercializassem mais com sua rival e se tornassem dependentes da indústria francesa e principalmente a invasão da Rússia em 1812, fato muito bem explicado por Evgnii Viktorovich Tarle no seu livro: “A campanha de Napoleão de 1812”, e este foi com certeza um marco na história, sendo o resultado desta inesperado até por Napoleão culminando assim no seu exílio em 1814, mesmo assim Napoleão foge e tenta reconquistar o poder. Mas o governo foi curto, e em junho de 1815 ele sofre sua pior derrota sendo novamente exilado. Napoleão Bonaparte morre em 1821 na ilha de Santa Helena.

Apesar disso, a Revolução Francesa foi e é considerada inspiradora de diversos movimentos revolucionários no mundo todo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Diretório e consulado

 

O governo de Napoleão Bonaparte pode ser dividido em 3 partes: o diretório (1795-9), o consulado (1799-1804) e o império (1804-14), sendo o diretório a primeira fase. O diretório estabeleceu uma nova constituição em 1795, que tinha por fim estabelecer a paz na França em caos depois da morte do Robespierre e o fim dos termidorianos, estabelecer tanto no âmbito politico como no econômico.

 

No dia 14 de brumário do ano IV (5 de novembro de 1795), o Diretório, “para dar conhecimento de sua instalação” lançou uma proclamação, autêntico programa de governo . No plano político, pretende: “ mover guerra ativa à monarquia, reavivar o patriotismo,reprimir com mão de ferro todas as facções, reduzir o espirito de vingança, estabelecer a concórdia, restaurar a paz.” . No plano econômico, cuida de:”reabrir as fontes da produção, reanimar a indústria e o comércio, destruir a agiotagem, dar vida nova as artes e às ciências, restabelecer a abundância e o crédito público.”1

 

Porém o Diretório não conseguiu por em prática seu programa, pois como o governo vigente era constituído por cinco lideres era difícil ter como manter o poder focado em uma pessoa apenas, aliado ainda a crises deixadas pelos governos anteriores, como afirma o autor Albert Saboul em seu livro história da revolução francesa: “Uma crise fiscal duplicava a crise monetária, os impostos não rendiam, o tesouro estava vazio... A catástrofe monetária multiplicava, contudo,a miséria popular, tornando impossível a politica de união por um momento esboçada”2. Desta forma a população desgastada com a revolução, se vê em uma situação de crise novamente e perde as esperanças no Diretório.

 

O descrédito do regime generalizou-se em todas as camadas da sociedade. Os funcionários eram pagos irregularmente. Os serviços públicos, a falta de meios financeiros , só funcionavam com grande esforço. Para desafogar o orçamento nacional, o Diretório deixaria os tribunais, as escolas centrais, a assistência a cargo das administrações locais ,cujas finanças no entanto, sofriam o mesmo descalabro das do governo... Com o aumento do descontentamento, a incapacidade financeira do diretório fazia o jogo da oposição monarquista, enquanto se aproximava as eleições do ano V.3

 

Pode-se afirmar então que o diretório não conseguiu resolver os problemas da França, ao contrário, trouxe mais problemas. Este seria o cenário perfeito para entrar o gênio de Napoleão, uma sociedade que precisava de um líder que restaurasse o antigo império da França, que suprisse não só com promessas mas com atitudes as vontades da população, e como ele vinha de campanhas magníficas no Egito ( 12 de abril de 1798) o general vira o herói francês. Portanto, nesta conjuntura de fatos é que se deu o golpe do 18 Brumário, colocando o general Bonaparte no poder como cônsul, - em primeira instância como 1º cônsul depois como cônsul vitalício: que deteve como suas obrigações organizar a França, já que possuía mais poder que os outros 3 cônsules.

 

O poder legislativo, destituído de seu poder anterior, na prática, passou a existir apenas formalmente, dividido em quatro assembleias: o Conselho de Estado, nomeado pelo primeiro Cônsul,responsável por redigir os regulamentos da administração pública,tratar de questões administrativas e elaborar parecer sobre os projetos de lei; O Tribunato, para um mandato de seis anos, sendo um quinto renovável periodicamente, com a responsabilidade de acolher petições e debater os projetos de lei elaborados pelo conselho de estado, restringindo-se a emitir pareceres sobre a sua redação; O Corpo Legislativo, escolhido pelo senado,[...]apenas votava favorável ou contrariamente as leis, após ouvir os representantes do Tribunato, sendo-lhe vedado participar do debate; e o Senado, nomeado pelos 3 cônsules, [...] teoricamente escolhido entre os candidatos apresentados pelas outras três assembleias, incluindo entre si 80 senadores vitalícios, que deveriam garantir a execução das leis. Essa forma de organização o transformava em um ajuntamento de órgãos conservadores e submissos ao Executivo, no fundamental, ao Primeiro Cônsul, o general Napoleão Bonaparte.4

 

Com esse poder, como afirma o autor Sílvio Costa, ”A reorientação de todo o aparato estatal permitiu a Bonaparte exercer seu poder de forma centralizadora”5, assim o General podia escolher as pessoas de sua confiança a ocupar cargos públicos, fazendo com com que sua autoridade apenas aumentasse. Não apenas na política ficou restrita às mudanças feitas por Napoleão, o sistema educacional foi modificado,”Em todos os estabelecimentos de ensino foi implantada uma disciplina militarizada”6, preparando as pessoas para cargos militares e públicos. Preocupado com as divergências entre o estado e a igreja, propôs um acordo com o clero, então em 1801 foi assinada uma concordata com o estado pontífice.

 

A igreja aceitou os confiscos de bens eclesiásticos efetuados a partir de 1789. em contrapartida, ficaria vedado ao governo intervir no culto; os bispos seriam indicados pelo governo e nomeados pelo Papa; e, para ser investido de suas funções, deveriam prestar juramento de fidelidade ao regime, empenhando-se em não participar de atividades a ele contrárias e a denunciar tudo o que pudesse vir a comprometê-lo. As bulas e os decretos papais entrariam em vigor após a aprovação do regime. A realização de qualquer concílio regional ou nacional só ocorreria com a autorização expressa do governo. Foi revogada ,então,a Constituição Civil do Clero. Os eclesiásticos, entendidos como funcionários, passavam a receber vencimentos do Estado. Posteriormente, fora introduzido, nesse tratado já discutido, artigos que permitiam a ampliação de controle do poder temporal sobre o espiritual/religioso e fixando diretrizes semelhantes a outras religiões. Ao catolicismo não foi assegurado nenhum privilégio especial, não sendo reconhecido como religião oficial da França, mas sim da grade maioria dos franceses. O general Bonaparte estabelecia, com esses artigos introduzidos na concordata maior domínio do Estado sobre a igreja.7

 

Desde o começo da revolução a França estava em constantes guerras, porém, Napoleão conseguiu dar um descanso para a população francesa.

 

rapidamente se seguiram os tratados de paz com Nápoles (28 de março de 1801, Portugal (6 de junho e 29 de setembro de 1801), a Baviera (24 de agosto de 1801) e a Rússia (8 e 10 de outubro de 1801). No dia 1ºde outubro de 1801, foram concluídas as tratativas preliminares com a Inglaterra, que resultaram, em 27 de março de 1802, na assinatura do tratado de Amiens.[...] Pela primeira vez em dez anos, a França estava em paz e todo o benefício politico foi desfrutado pelo primeiro Cônsul, ao acrescentar a esse aumento de popularidade aquele, ainda mais considerável, que havia conquistado na politica interna.8

 

A popularidade de Napoleão só aumentava, seus grandes feitos não deixavam duvida de que ele era o salvador da França. Em virtude disso foi-lhe atribuído um controle maior sobre o aparelho estatal, que levaria o senado em 1802 a elaborar uma nova constituição, a Constituição do ano X da República, assim os poderes do primeiro Cônsul eram ampliados chegando até a assegurar poderes imperiais a Bonaparte9

 

Império

 

Dava-se início então ao Império de Napoleão Bonaparte, pois no ano de 1804 “de fato o senado havia proclamado Bonaparte como o Imperador dos franceses, com o nome de Napoleão I”10. Sem contestações, no ano em que foi coroado ouve um plebiscito com participação de 40% da população, o resultado foi 99,99% de sim11, ou seja o povo aclamava pelo novo imperador, que teve seu poderes aumentados, e assegurados por vontade popular.

Coroado uma vez imperador, os objetivo dos burgueses estavam literalmente alcançados, uma nova constituição, um código civil, a concordata com a igreja e um período de relativa paz era oque eles esperavam.

 

A adoção dessa nova constituição e do Código civil; a reorganização administrativa; e o coroamento de Bonaparte como imperador concluía uma fase do período napoleônico. Suas realizações permitiram à grande burguesia desfrutar da estabilidade almejada perseguida desde 1791, quando da proclamação da primeira Constituição revolucionária. As realizações políticas e institucionais da Revolução sobreviveram vitoriosamente aos conflitos bélicos, passando a influenciar a elaboração de constituições e Códigos, inclusive de outros continentes.12

 

Com estes objetivos atingidos “a grande burguesia comercial francesa para expandir seus interesses tinha de enfrentar a grande concorrência da Inglaterra”13,como afirma o autor Sílvio Costa. A Inglaterra era a grande potência econômica da Europa da época, para superar sua rival, Napoleão deveria fazer com que os outros países europeus deixassem de importar de sua rival para importar da França, mas alguns países (como Portugal) eram aliados da Inglaterra, tornando mais difícil o processo de conquista da Europa, fazendo com que em 1806 o imperador decretasse um embargo as ilhas Britânicas.

 

Um primeiro decreto, apresentado em Berlim em novembro de 1806, proclamou o embargo das ilhas Britânicas, medida que foi reforçada por outros textos apresentados nos meses subsequentes, em Fontainebleau e em Milão. A solução do embargo, mesmo não sendo nova, foi aplicada com particular rigor, sobretudo após 180914

 

Mesmo com o embargo, a Inglaterra ainda conseguia fazer frente à França, pois sua frota marítima era superior e conseguia furar o bloqueio e manter uma rota de comércio com alguns países da Europa, principalmente com a Península Ibérica, então “visando garantir respeito e controlar o continente, Napoleão I se viu obrigado a ampliar a guerra a outras regiões do continente; e invadir e ocupar a Península Ibérica”15. A invasão aos Países Ibéricos traria segurança, ao império, já que pouco tempo antes Napoleão havia assinado com o Czar russo o tratado de Tilsit, no qual as duas potências dividiriam o continente entre elas, e a Rússia respeitaria o embargo francês, decretando assim a aliança entre os dois Países16. A invasão seria para acabar com a aliança comercial entre Portugal e a Inglaterra, porém, com reviravoltas de sucessão no trono espanhol, o imperador não tardou em tirar proveito da situação.

 

No mês de Outubro, Bonaparte começava a ocupar a Espanha e se dirigia a Portugal, aliado da Inglaterra, fazendo com que a família real portuguesa fugisse para o Brasil, sob escolta da marinha inglesa. Na Espanha, as disputas no seio da realeza a propósito da sucessão forneceram pretextos a Napoleão I para instalar no trono seu irmão José, que estabeleceu seu reinada em Madri. Os espanhóis resistiram à ocupação e, apoiado pelos ingleses, iniciaram uma longa luta de resistência por intermédio de guerrilhas nas montanhas.17

 

Em 1809 Napoleão derrotou uma coalizão entre austríacos e ingleses, que pretendiam se opor a ocupação da Espanha. Contudo, as guerras contra Napoleão, as guerrilhas na Península Ibérica e o controle dos britânicos nos mares não afetou o governo napoleônico, ao contrário, este, a partir de suas conquistas se projetou como o senhor da Europa, tomadas as devidas proporções, nos anos de 1809 e 1810 o Império atingia seu apogeu, porém, logo viria sua decadência.

 

No inicio de 1810, o império parecia estar em seu apogeu. Na realidade, suas fragilidades eram patentes e resultavam na necessidade que Napoleão tinha de avançar sempre, sem realmente consolidar as posições adquiridas. Sem jamais fazer uma pausa. A crise econômica (devida, evidentemente, às más colheitas, mas também aos efeitos nefastos do embargo) abalava a confiança. A família Bonaparte se revelava, muitas vezes, incapaz de governar os reinos que lhe haviam sido confiados ( mas e igualmente verdade que não e fácil satisfazer Napoleão, que exercia uma cerrada tutela sobre os napoleonistas). [...] Depois do apogeu (pelo menos geográfico) a queda viria rapidamente.18

 

A invasão da Rússia

A derrocada que se seguiu deve-se muito a invasão da Rússia. Para se firmar como o soberano da Europa, Napoleão voltou sua atenção para o Oriente alarmando o Czar russo.

 

As ambições de Napoleão em conquistar regiões orientais deixou o Czar russo alarmado, sobretudo pelo fato de a Rússia ter desrespeitado o Bloqueio imposto pelo Imperador da França. […] A dubiedade nas relações entre os monarcas russo e francês e as constantes demonstrações de interesse por parte de Napoleão I em relação ao Oriente levaram a Rússia, em 1812, a romper a aliança com a França e o Bloqueio ao comércio Inglês.19

 

Napoleão tinha agora seus motivos para invadir a Rússia, não tardaria para que o imperador malograsse uma investida contra o Czar, para se sobrepor aos “traidores” do regime napoleônico.

 

Napoleão tinha necessidades de afastar a Inglaterra dos mercados europeus. A Rússia cumpria mal as obrigações do Bloqueio, e era preciso forçá-la a obedecer. Napoleão encontrou aqui uma primeira causa de conflito. Desejava ele que Alexandre I alterasse as pautas aduaneiras de Dezembro de 1810 que eram desfavoráveis às exportações francesas para a Rússia. Ai encontrou o imperador uma segunda causa de conflito. Para se lançar contra o império russo, Napoleão procurou firmar-se sob o ponto de vista político e militar, procurando criar um vassalo forte mas submisso, nas próprias fronteiras da Rússia, e organizar, duma maneira ou doutra, o estado polaco. Esta foi a terceira causa de conflito.20

 

Assim, podemos dizer que o objetivo da França ao invadir a Rússia era acabar com uma das últimas rotas de comércio da Inglaterra com a Europa, pois assim poderia se lançar em uma escaramuça contra os britânicos e se estabelecer como o soberano da Europa. Não tardou para o imperador se lançar contra os russos, em 1812, Napoleão preparava seus contingentes para a invasão, um exército formidável, para muitos o maior da época, reuniu consigo diversos países submissos à sua influência, Napoleão acreditava em uma vitória rápida e incontestável para logo atingir seus objetivos principais, porém o que se seguiu foi uma catástrofe.

 

Napoleão decidiu atacar o Czar em casa e, para isso, montou uma formidável coligação, composta, como se dizia na época, de “ Vinte Nações”.[...] De fato o Grande Exército nunca mereceu tanto o seu nome: aos contingentes franceses, holandeses, espanhóis, poloneses e italianos foram acrescentados os alemães da Confederação do Reno, os prussianos e os austríacos. Essa imensa força (mais de seiscentos mil homens) se reuniu nas fronteiras da Rússia, destinada tanto a fazer pressão sobre o governo de São Petersburgo como a declarar guerra ao exército russo, de toda a maneira muito inferior em numero e em qualidade.21

 

Em 8 de Abril de 1812 Napoleão atravessou o Niemen ( Rio fronteiriço entre Varsóvia e a Rússia), o começo de sua expedição foi um sucesso, ganhou as primeiras batalhas com tanta facilidade que acreditava estar cada vez mais próximo de seus objetivos, porém viriam as dificuldades, as táticas usadas pelos russos minavam os franceses e deixavam-nos cada vez mais frustrados com a batalha. Com a tática de Terra Queimada, os russos conseguiam colocar os franceses em uma situação alarmante, os russos abandonavam suas cidades e queimavam tudo o que deixavam para trás, fazendo com que os franceses ficassem sem seus mantimentos tornando-se presas fáceis para os russos.22 Napoleão não estava preparado para sua derrota final.

 

O exército napoleônico avançava com dificuldades sobre o território russo, sofrendo grande perda. Os enormes espaços desabitados não permitiam a utilização do método tradicional: realizar campanhas rápidas em regiões povoadas e ricas, permitindo às tropas provisão por intermédio de confisco e saques. Na frente oriental, as regiões desabitadas e pobres não propiciaram a reposição de mantimentos e o abastecimento regular das tropas, levando-as, quando possível, ao saque de camponeses das regiões ocupadas e estes, por sua vez, liquidavam o que podiam do exército francês, destruindo provisões, inclusive. À medida que o exército napoleônico penetrava em território russo, suas baixas aumentavam e o número de inimigos ampliava-se, não só pela hostilidade camponesa, mas sobretudo por parte de tropas provenientes da Sibéria, do Cáucaso e do Danúbio.[...] A situação tornava-se trágica com a batalha de Moscou, obrigando Napoleão I a travar violentíssimo combate para impor a retirada dos russos que, ao deixarem a cidade, saqueavam-na e incendiavam-na, não permitindo nenhuma vantagem aos franceses com a vitória.23

 

Não havia mais esperanças à Napoleão, para piorar sua situação, um tratado assinado pela Prússia (tratado de Tauroggen) e outro assinado com o príncipe austríaco colocavam o imperador em uma situação mais complicada, além da tentativa de golpe de Estado organizada pelo general Murat.24 Com o efeito deste ultimo acontecimento, Napoleão resolveu deixar a Rússia e partir para a França onde seria mais prestativo. Na Península Ibérica a situação era alarmante, a coligação feita por lusitanos e espanhóis estava infringindo grandes derrotas aos franceses, as duas situações (a campanha na Rússia e a da campanha na Península Ibérica) obrigou Napoleão a fazer um recrutamento de todas as suas tropas.

 

Na Península Ibérica, o General Welington comandava as tropas portuguesas e, com apoio de guerrilheiros espanhóis, passou a impor derrotas ao exército francês. Napoleão I, frente a catástrofe anunciada, num esforço desesperado, chamou as tropas que se encontravam na Espanha e determinou a convocação e reconvocação de todos os homens em condição de luta. Tais derrotas repercutiram com intensidade e, em todas as regiões sob o domínio do exército napoleônico foram iniciadas insurreições.25

 

Com esta convocação, Napoleão esperava poder ter uma última chance contra os aliados, que agora eram apoiados pelos suecos. Porém em 1813 os aliados retomaram as hostilidades, marchando sobre a França. No mesmo ano, os ingleses destronaram José I, libertando a Península Ibérica e seguiram para a França, o papa renegou a concordata, não se submetendo mais às ordens de Imperador.

Em 1814, devido ao seu isolamento político e a falta de um contingente militar efetivo, as forças aliadas invadiram Paris, fazendo Napoleão I renunciar no dia 6 de abril do mesmo ano, sendo exilado na ilha de Elba. Os aliados, pretendo restaurar na França o antigo regime monárquico, colocaram no poder Luís XVIII, último descendente da família Bourbon. Os aliados assinaram o Tratado de Paris, que obrigava a França a pagar uma indenização de guerra, suas fronteiras foram alteradas de forma significativa, perdendo territórios importantes, a população ficou de certa forma aliviada com a derrota do imperador, pois já estava desgastada com as guerras e convocações.

Napoleão ainda teria mais uma passagem pelo cenário francês. Em 1815, Bonaparte planejou sua fuga da ilha de Elba, quando retornou para França, não foi difícil retornar ao poder, pois a falta de popularidade de Luís XVIII o ajudou muito. Porém, seu governo foi muito curto, sendo conhecido como o Governo dos Cem Dias. Quando retomou o poder Napoleão encontro muita dificuldade para restabelecer seu império, porém, Bonaparte acreditava em seu êxitos passados, e mesmo sem um exército preparado, partiu para a batalha contra os países baixos, nos primeiros dias de batalha logrou algumas vitórias contra os ingleses e contra os prussianos, porém no dia 18 de junho de 1815, em Waterloo sofreu uma derrota memorável. Novamente partiu para a França após a derrota, mas novamente as tropas aliadas invadiram a França e exilaram-no na ilha de Santa Helena, onde acompanhado do general inglês Lote, mais uma comitiva de austríacos, prussianos e russos foi impossibilitado de malograr uma nova fuga. Napoleão morreu em maio de 1821, na ilha de Santa Helena.

 

 

Conclusão

 

Ao analisarmos os estágio do governo napoleônico, tais como o Diretório, o Consulado e o Império, tal qual suas consequências, podemos afirmar que Napoleão, foi um dos mais celebres imperadores da França e do mundo, por muitos chamado (e por ele mesmo) de Carlos Magno, suas conquistas foram muito mais que apenas anexar territórios, elas reavivaram a moral da população francesa, mostrou novamente que a França do diretório não era a verdadeira França, recolocou-a de novo em seu lugar mais celebre, e por 13 anos (1799-1812) a França não avia duvida de que Napoleão Bonaparte era mesmo a reencarnação do antigo Imperador dos romanos, assim como afirmam os autores Thyerry Lentz e Sílvio Costa.

Seu governo foi marcado pelas constantes guerras, guerras que delimitar uma nova Europa, desde a conquista da Península Ibérica ate a conquista dos países baixos, porem a mais importante marca de seu governo foi sua derrota. Em 1814 durante sua primeira derrota começou a ser organizado o congresso de Viena proposto pelas monarquias absolutistas da Europa mais a Inglaterra (sendo a Inglaterra uma monarquia parlamentarista),para defender o regime monárquico mas principalmente para evitar um novo Napoleão, este congresso formou a Santa Aliança.

Com a derrota do Imperador, a Inglaterra firmou-se novamente como a maior potência do mundo, pois nem a Santa Aliança poderia se opor ao seu poderio. Oque se segui foi um período de relativa paz entre as monarquias europeias, mas as forças aliadas vitoriosas em campo não poderiam destruir o mito napoleônico.

 

 

 

 

 

Referências bibliográficas

 

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1SABOUL,Albert. História da revolução francesa. Rio de Janeiro. 2ºedição. Editora Zahar 1974 PG:426

2Idem. PG:428

3Ibidem. PG:441

4COSTA, Sílvio. Revolução e contra revolução francesa. São Paulo: A. Garibaldi,1999, p.154.

5Idem. p.155

6 Ibidem. p.155

7COSTA,Sílvio. Revolução e contra revolução francesa. São Paulo: A.garibaldi,1999. p.156

8LENTZ,Thierry. Napoleão. São Paulo: unesp,2008. p. 72-73

9COSTA,Sílvio. Revolução e contra revolução francesa. São Paulo: A.garibaldi,1999. p.157

10LENTZ,Thierry. Napoleão. São Paulo: unesp,2008. p.83

11Idem. p.91

12COSTA,Sílvio. Revolução e contra revolução francesa. São Paulo: A.garibaldi,1999. p.162

13Idem. p.163

14LENTZ,Thierry. Napoleão. São Paulo: unesp,2008. p.110

15COSTA,Sílvio. Revolução e contra revolução francesa. São Paulo: A.garibaldi,1999. p.164

16Idem .p.164

17Ibidem .p.164

18LENTZ,Thierry. Napoleão. São Paulo: unesp,2008. p.120

19COSTA,Sílvio. Revolução e contra revolução francesa. São Paulo: A.garibaldi,1999. p.169

20TARLÉ, Evgenii Victorovich. A campanha de Napoleão de 1812.Lisboa: Gleba,p.10

21.LENTZ,Thierry. Napoleão. São Paulo: unesp,2008. p137

22Idem .138

23COSTA,Sílvio. Revolução e contra revolução francesa. São Paulo: A.garibaldi,1999. p.170

24COSTA,Sílvio. Revolução e contra revolução francesa. São Paulo: A.garibaldi,1999. p.170

25Idem. p.171