Para pais de adolescentes e jovens
Escrito por: Judith Kemp | Publicado em 12/02/2009

“Mais do que as palavras, suas atitudes é que nos levarão a confiar-lhes os nossos mais terríveis medos. E mais que as palavras, seus gestos, seu olhar atento, sua confiança em nós e sua disponibilidade é que nos farão sentirmo-nos protegidos e livres das ameaças e chantagens do que quer e de quem quer que seja.” (Tânia Zagury, O adolescente por ele mesmo, Editora Record, p. 211)

Não há dúvida. Estamos, já há algum tempo, vivendo uma revolução moral e sexual em nossa sociedade. A principal questão não é se essa revolução afetará as nossas famílias, mas o que vamos fazer a respeito dela. Uma coisa é certa: se nós não educarmos adequadamente nossos filhos nesta área, não podemos ser ingênuos em pensar que alguém mais irá fazê-lo. Ou melhor dizendo, pode ser que nossos filhos até sejam ensinados sobre sexo, mas não de acordo com os valores cristãos. Certamente eles conversarão com os amigos sobre o assunto, mas quantos deles já não serão sexualmente ativos? As bancas de jornal sempre terão muito material disponível para ensiná-los, e a Internet também. A mídia tentará convencê-los do empolgante prazer que existe no “sexo livre”. Na maioria dos filmes a que eles assistem, tanto na televisão como no cinema, a cena que mostra o casal se beijando quase invariavelmente passa para outra dos dois na cama tendo relações sexuais. Os professores se esforçarão para ensinar seus alunos, mas a literatura que as escolas usam fala sobre “sexo seguro” e “estilos de vida alternativos”. Na verdade, os educadores, em geral, desistiram de aconselhar a abstinência, pois isso não funciona mais atualmente.

Os nossos jovens são espertos. Quando são confrontados com os fatos, eles sabem tomar decisões inteligentes. Mas minha pergunta é: quem está lhes apresentando os fatos? É também responsabilidade da igreja fazê-lo, porém muitas vezes os líderes não querem tocar no assunto. Os pais, talvez por vergonha ou, o que é mais grave, por negligência, nunca sentam com seus filhos para ter um diálogo aberto sobre os perigos e as consequências do sexo fora do casamento.

É absolutamente necessário que um ponto de vista claro, objetivo e saudável sobre sexo seja oferecido pelos pais do adolescente, do jovem, dentro da sua própria casa.

De Pai para Filho

A Bíblia tem muito a dizer sobre sexo. Nos capítulos 5 a 7 de Provérbios um pai dá uma aula de educação sexual ao seu filho. Ele alerta sobre os perigos de uma vida promíscua e faz o contraste com a alegria do sexo no contexto do casamento. É importante apresentar os dois lados.

Meu marido gosta muito de trabalhar com adolescentes e jovens nas escolas e nas igrejas. Em primeiro lugar, porque eles são muito “ensináveis”. Também porque é mais fácil prevenir os problemas do que tentar repará-los depois. Muitos casamentos já estão condenados ao fracasso antes de serem realizados por causa de irregularidades, de “escorregões” que aconteceram durante o namoro.

Anos atrás Jaime escreveu um livro que recebeu o título Sexo: aqui e agora? (disponível em www.larcristao.com.br). Ele é recheado de ilustrações atraentes e interessantes, e os capítulos são curtos e objetivos. Nele Jaime apresenta vinte razões por que o sexo antes do casamento é prejudicial. Quero destacar apenas algumas:

• Abala nossa amizade com Deus.

• Interfere na comunicação do casal.

• Prejudica a confiança e o respeito mútuo.

• Diminui a autoestima.

• O rompimento torna-se mais doloroso.

• Há ameaça de uma gravidez ou de uma doença sexualmente transmissível.

• Haverá maior tendência à infidelidade conjugal.

• Causa desentendimentos entre pais e filhos.

• Os futuros pais terão dificuldade em serem exemplos para seus filhos.

• Rouba o encanto da noite de núpcias.

Como meu marido gosta de dizer: “Não existe um presente mais valioso que você pode oferecer ao seu cônjuge na noite de núpcias do que dizer: ‘Eu me guardei para você e para esta hora’”.

De Mãe para Filha

Eu fui convidada para escrever um livro sobre sexo, cujo título sugerido era O segredo da rosa (Editora Hagnos). Não foi difícil desenvolver a ideia da rosa, pois em Cânticos dos Cânticos a jovem da história afirma: “Eu sou a rosa...” (Cântico dos Cânticos 2.1 – ARA ).

No livro falei sobre:

• Os espinhos – as consequências e os perigos do sexo antes do casamento. Existe um velho provérbio chinês que diz: “Aquele que não quer os espinhos não deve tocar a rosa”.

• O solo – o enorme benefício que representa um lar onde existe comunicação aberta, aceitação, amor e harmonia.

• Os jardineiros – os pais e, especialmente, Deus, o Criador.

• A poda – isto é, toda “erva daninha” que precisamos arrancar ou cortar e jogar fora.

Também falei sobre o botão de rosa. A moça sulamita repete três vezes em Cântico dos Cânticos: “Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, pelas gazelas e cervas do campo, que não acordeis, nem desperteis o amor, até que este o queira” (2.7; 3.5 e 8.4 – ARA). Em 8.8 lemos: “Temos uma irmãzinha que ainda não tem seios; que faremos a esta nossa irmã, no dia em que for pedida?”.

Certa vez Jaime aconselhou uma garota de dezessete anos de idade que decidiu “ficar” com um rapaz da sua escola. Ele a levou para um motel, onde ela perdeu a virgindade. Entre soluços, ela confessou ao Jaime: “Sabe o que é pior? Na semana seguinte, quando encontrei com ele no colégio, ele nem sequer lembrou o meu nome!”.

Não há nada mais triste do que ver um botão de rosa morrer antes de abrir. E não existe nada mais bonito do que assistir ao desabrochar de uma flor – sua beleza, seu perfume, o encanto e a alegria com que envolve a todos.

Nossa nação e nossas igrejas serão fortes na medida em que as suas famílias forem fortes. E nossas famílias serão fortes quando estiverem firmadas nos eternos e imutáveis princípios da Palavra de Deus.

(Matéria da Edição 108 - EDUCAÇÃO)

Judith Kemp é esposa do Pr. Jaime Kemp, mãe de três filhas e avó de três netos. É autora de cinco livros: Meu filho, meu discípulo; As filhas de Sara; Depressão e graça; Papo de anjo e O segredo da rosa.

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