ALVES-MAZZOTTI, Alda Judith; GEWANDSZNAJDER, Fernando. O método nas ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. São Paulo: Pioneira, 1998, p. 179 - 188.

SPAGNOLO, F.; CÂMARA J. S., et al. Normas e orientações para a elaboração do projeto e da dissertação. Brasília - DF: UCB, 2003, p. 35 - 47.

José Paes de Santana[1]

Este tópico de revisão de literatura pode receber nomes como: “revisão teórica, estado da arte, referencial teórico, marco conceitual, revisão histórica, [...] revisão de literatura” (SPAGNOLO e CÂMARA et al., 2003, p. 35) e tem como objetivo informar ao pesquisador sobre outros trabalhos relevantes já existentes na área de sua pesquisa, além de fornecer-lhe conceitos teóricos sobre seu tema, permitindo-lhe posicionar-se criticamente.

Segundo Spagnolo e Câmara et al., (2003), nesse tópico é importante conhecer a evolução do que já se sabe teoricamente sobre o tema em estudo, bem como sobre a evolução dos conceitos e possíveis entraves teóricos na área da pesquisa em questão, além familiarizar o pesquisador com o estado do conhecimento em sua área de interesse, habilitando-o a problematizar sobre seu tema e melhor definir os contornos da relevância social e acadêmica que sua pesquisa trará para a expansão do conhecimento.

Do primeiro texto de indicação da professora que ministrou a aula sobre o assunto, depreende-se que toda pesquisa pressupõe dois tipos de revisão de literatura: a de que se necessita para esclarecimento das principais questões teórico-metodológicas sobre o tema escolhido, “e aquela que vai efetivamente integrar o relatório de estudo” (ALVES-MAZZOTTI e GEWANDSZNAJDER, 1998, p. 179), que é específica para cada pesquisa, pois, ainda segundo os mesmos autores, a revisão de literatura deve estar a serviço do problema da pesquisa.

Ainda recomendam os autores supracitados que na seleção da bibliografia, é aconselhável basear a revisão de literatura em fontes primárias indo buscar os originais das fontes citadas nos artigos, dissertações, teses e livros consultados, evitando-se comentar citações de terceiros.

 Quanto ao estilo de redação, este deve ser próprio da academia, afastando-se do coloquial, do literário, do poético, do novelista e do retórico e especialmente do metafórico, de modo que os textos devem ser apresentados “tecnicamente corretos e linguisticamente apropriados” (SPAGNOLO e CÂMARA et al., 2003, p. 38) de forma direta, seguindo o padrão da língua culta, apresentando consistência gramatical e argumentativa, bem como coerência fraseológica do ponto de vista lógico, semântico e cognitivo, de modo que no seu todo apresente coesão, evitando-se linguagem personalizada, parágrafos muito longos e ambiguidades textuais.

Pode-se concluir que a revisão de literatura deve proporcionar ao pesquisador melhor conhecimento do tópico em estudo, evidenciar-lhe resultados já obtidos em estudos congêneres anteriores ao seu e esclarecer-lhe sobre técnicas e métodos que foram utilizados nesses estudos já realizados, além de se apresentar como um texto lógica e gramaticalmente correto.



[1] Mestre em Educação. Graduado em Ciências, Matemática, Bacharel em Direito e atualmente é Diretor do Centro de Ensino Fundamental 02 do Guará - Secretaria de Estado de Educação do DF - Brasil. Trabalha com  Educação, com ênfase em Educação Matemática, Mediação de Conflitos, e Direito. [email protected]