REVISÃO DE LITERATURA

  1. ALIMENTOS FUNCIONAIS

A demanda dos consumidores por alimentos que contribuam para uma dieta saudável, promovendo a saúde e bem estar tem aumentado significativamente. Para se adequar a estes novos hábitos alimentares e acompanhar o crescimento deste setor, a indústria alimentícia busca desenvolver produtos que combinem características sensoriais agradáveis com características que remetem a qualidade em saúde. Agregam-se a estes alimentos, aqueles conhecidos como funcionais, por apresentarem funções nutricionais básicas e produzir efeitos benéficos à saúde (SAAD et al., 2011; VICENZI, 2014).

Ao longo dos últimos anos, vários fatores vêm estimulando o desenvolvimento de alimentos funcionais, evidenciando-se principalmente o aumento da expectativa de vida em países desenvolvidos, o elevado custo dos serviços de saúde, os avanços na tecnologia de alimentos e ingredientes, a necessidade que as instituições públicas de pesquisa têm em divulgarem os resultados de suas investigações e a maior cobertura dos diferentes tipos de mídia dada a essas descobertas e às questões de saúde (ARVANITOYANNIS, HOUWELINGEN-KOUKALIAROGLOU, 2005).

A percepção do poder benéfico do alimento à saúde não é recente, visto que a crença no poder medicinal dos alimentos é muito antiga. Entretanto, em meados de 1980, o termo alimentos funcionais foi introduzido pelo governo Japonês, em detrimento a redução dos gastos com saúde pública, considerando a elevada expectativa de vida naquele país (ARAYA; LUTZ, 2003). Assim, foi estipulado no Japão a definição legal de alimento funcional, de acordo com o Sistema “Alimento Destinado para Uso Específico de Saúde” (Food for Specific Health Use – FOSHU), da legislação de alimentos japonesa. Este país foi o pioneiro na formulação do processo de regulamentação específica destes alimentos, e para alegar tal propriedade ao produto é necessário o uso do selo de aprovação do Ministério da Saúde e Bem-estar (STRINGHETA et al., 2007).

A legislação brasileira não define alimento funcional, porém, a Agência Nacional De Vigilância Sanitária (ANVISA), possui um regulamento que define alegações de propriedades funcionais, alegações de propriedades de saúde dos alimentos e ingredientes para consumo humano, bem como, estabelece as diretrizes para sua utilização. Assim, o alimento ou ingrediente que alegar propriedades funcionais ou de saúde pode, além das funções nutricionais básicas, quando se tratar de nutriente, produzir efeitos metabólicos e/ou fisiológicos e/ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo sem supervisão médica. Dentre as diretrizes relacionadas com este tipo de produto, são permitidas alegações funcionais relacionadas com o papel fisiológico no crescimento, desenvolvimento e funções normais no organismo, e, ou, ainda alegações sobre a manutenção geral da saúde e a redução de risco de doenças, em caráter opcional. Não são permitidas alegações que façam referência à cura ou à prevenção de doenças (BRASIL, 1999; STRINGHETA et al.,2007).

Os principais elementos responsáveis pela funcionalidade destes produtos são liderados pelas fibras, óleos de peixe, esteróis de plantas, minerais, vitaminas, prebióticos e probióticos (THAMER; PENNA, 2006). Quanto a fonte, podem ser classificados de origem vegetal ou animal, ou quanto aos benefícios que oferecem. São capazes de atuar no sistema cardiovascular, no metabolismo de substratos, no crescimento, desenvolvimento e diferenciação celular, no comportamento das funções fisiológicas e como antioxidantes (SOUZA; SOUZA NETO; MAIA, 2003).

A ingestão de microrganismos probióticos em matriz vegetal está sendo amplamente abordado nos últimos tempos. A maioria dos produtos alimentícios probióticos são categorizados como alimentos funcionais, e a demanda está crescendo rapidamente para este tipo de produto. O mercado global de alimentos funcionais e bebidas cresceu de 33 bilhões de dólares em 2000, para 176.700 milhões de dólares em 2013, que representa 5% do mercado global de alimentos, e é a condução de crescimento para a indústria de alimentos como um todo (GRANATO et al., 2010)