REUTILIZAÇÃO DO PAPEL NOS CAMPUS DA UNIVERSIDADE: UM (RE)PENSAR EXTRATÉGICO PARA O FUTURO DO LIXO.

Escrito por: Anderson Herane

PROBLEMÁTICA

A era moderna está a exigir cada vez mais, responsabilidade e respeito ao meio ambiente, como condições de continuidade de vida na terra, durante todo desenvolvimento da civilização tal como a conhecemos o homem explorou a natureza sem se preocupar com as conseqüências. Hoje a decomposição e queima de matéria orgânica, vem lançando na atmosfera uma enorme quantidade de gases poluentes e materiais particulados. Afirma MARTINELLI citada por BATAIOLI:

A natureza tem métodos e equilíbrio perfeitos em suas múltiplas expressões. A mãe Terra e seus elementos unidos nos compõem e mantêm. A atuação perfeita da natureza é por si só uma grande lição, que ensina ainda, o quanto fazemos parte dela. Demonstramos como sistema do qual somos parte integrante. A saúde da natureza, a ecologia e seu equilíbrio devem ser respeitados e preservados, assim como devemos nos manter saudáveis e equilibrados. Após tantas agressões e devastações praticadas contra a natureza pela nossa ignorância cega e ambiciosa, devemos procurar ter um diálogo mais harmonioso e humano com ela e suas criaturas. Manifestação da vontade de Deus, a natureza e suas expressões são sagradas. (P.57, 2005)

Considerando esse prejuízo ambiental e social, a grande quantidade de papel descartado no lixo comum da universidade federal, procura de forma consciente, poder  ter um destino adequado, evitando o desperdício, gerando um lixo altamente rico em recursos naturais. Esta constatação despertou o interesse de trabalhar esta questão, tão atual de maneira sistemática, a fim de buscar soluções para este problema. Esta prática vem sendo adotada por algumas universidades brasileiras, e com auxílio de outros representantes da sociedade na colaboração dos resíduos descartáveis, atitudes de consciência e ciclagem de papéis descartados fazem com que a reutilização seja satisfatória para a ecologia.

A problemática ligada ao lixo e de interesse mundial, sabemos hoje, que o uso excessivo do recurso natural rompe o equilíbrio do sistema sócio ambiental e quebra o sistema econômico. Portanto, dentro desta Instituição busca-se alcançar o equilíbrio com a natureza e com as finanças evitando que este papel seja decomposto, e o objetivo é a sua reutilização pela própria instituição de ensino nos departamentos de artes entre outros, desenvolvendo assim uma visão mais ecológica na busca do equilíbrio homem-natureza. “A sociedade humana está sendo empurrada por padrões de consumo insustentáveis, impostos por modelos de desenvolvimento insano, tornando-se mais injusta, desigual e insensível”.

Em decorrência, agrava-se a crise ambiental, produzindo mudanças indesejáveis como aumento considerável do efeito estufa. Existem outras necessidades de enfoque na questão ambiental porém neste estudo focaremos a atenção em um setor de crescimento emergente, o reaproveitamento do papel e a reeducação para o uso do papel. O papel é usado mundialmente em todas as fases e níveis da sociedade, exercendo uma função insubstituível.

São de extrema importância a dissipação e informações que ensinem à reutilização adequada do papel. Atualmente vários já descobriram no papel um meio de obter renda, realizando a sua coleta e reciclagem, seja artesanalmente, seja em escala industrial. Sabe-se, atualmente, que a Educação Ambiental é um processo contínuo, onde indivíduos e comunidade devem construir o meio de acordo com suas necessidades no devir de sua existência e não apenas ligados às ações mais imediatas.

 Faz-se necessário ensinar para os reeducando filhos de GAYA, o valor moral e o valor ético no uso e desuso dos papéis, como fonte do aprendizado e conservação da vida. Comumente dizemos hoje não mais desperdiçar tempo, mas sim dizer não mais desperdiçar vida, por isso, queremos que o tema proposto, traga para a sociedade universitária mais que uma breve consciência ecológica e sim, uma coletividade de ações entre seus preceptores na defesa dos interesses geopolíticos e ambientais.

JUSTIFICATIVA

Visando atender as necessidades de mudança de comportamento recomendada para a era contemporânea pela UNESCO, protocolo de KIOTO, entre outros, pretendemos colaborar para mudança de comportamento para a era sustentável, quanto ao tratamento das questões ambiental numa perspectiva filosófica, cultural, educacional, psicológica e econômica.

Entendemos a reciclagem como um termo que sugere o reaproveitamento de um polímero( macro-molécula que constitui a parte sólida das arvores) da . de  no mesmo processo que por alguma razão foi rejeitado. E envolve um conjunto de técnicas com finalidade de aproveitar os detritos e reutilizá-los no ciclo de produção de que saíram. Também entendida como o resultado de uma série de atividade sobres os materiais que se tornaram ou estão no lixo, são coletado, separados e utilizados como matéria prima na manufatura de novos produtos.

Considerando que a matéria prima para a fabricação do papel provém de árvores como eucalipto e pinos das quais são retiradas a celulose, considerando esse fato muitas árvores podem ser poupadas se os educadores deixarem claro, por meio de suas escolhas de consumo, que prefere o papel reciclado. E a UFMT, verificar a viabilidade de investirem no reaproveitamento de papel estará dando um exemplo de responsabilidade social e.política num educar a perspectiva cientifica filosófica de para o presente e futuro social político.

Segundo as políticas públicas já existentes no Brasil visando a preservação ambiental podemos citar a legislação prevista para reciclagem:

 Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preserva-lo para os presentes e futuras gerações. (Constituição da República Federativa do Brasil. Promulgada em 5 de outubro de 1988)

Esperamos que a presente proposta que hora apresentamos seja concernente com a auto-sustentação na presente instituição de ensino e que encontre condições de ser viabilizada vindo de encontro com o contexto sóciopolítico de padrões almejados. Considerando que os incentivos encontram-se garantidos na constituição federal.  

Art. 164 - A reciclagem de resíduos deve ser adotada quando ocorrerem alternativamente as seguintes hipóteses:

I-considerada economicamente viável e quando exista um mercado, ou este possa ser criado para as substâncias produzidas e os custos que isso requer não sejam desproporcionais em comparação com os custos que a disposição final requereria;

II-considerada tecnicamente possível mesmo que requeira pré-atendimento do resíduo;

III-considerada ambientalmente conveniente.

Parágrafo Único - A reciclagem deve ocorrer de forma apropriada e segura, de acordo com a natureza do resíduo, e de forma a não ferir os interesses públicos, nem aumentar a concentração de poluentes.

Artigo 104 dispõe que os critérios a adotar quanto ao método de reciclagem terão normas técnicas elaboradas pelo SISNAMA. Artigo 169 dispõe que as empresas exclusivamente recicladoras gozará de privilégios fiscais e tributários, cujas normas específicas deverão ser editadas pelo Governo Federal, Estadual, Municipal e DF.

Quanto a viabilidade dessas, não se tem duvida porque nas hipóteses consideradas como:I, II e III da presente legislação vem de encontro com os anseios sentido ao cogitar a enorme quantidade de papel descartado no lixo da UFMT. Ao que concerne a esta conceber esta possibilidade de efetivação deste projeto de forma emancipatória fica melhor esclarecido nas palavras de Pedro Demo:

Conceber e executar projeto emancipatória supõe de modo geral dois suportem mais visíveis que são a busca de auto-sustentação e de autogestão, algo econômico e político. As duas dimensões formam um todo, embora com lógicas próprias, necessitando-se mutuamente. (Demo, P.79, 2006)

São várias as dimensões dos benefícios desse projeto quando consideramo-los sociais, desse investimento na esfera da universidade federal, que pode trazer uma riqueza pedagógica para a área de Ciências Exatas e  da Terra principalmente no que concerne a química e ciências, e também tem a possibilidade de aplicabilidade nas artes entre outras, além dessas possibilidades a de retorno financeiro também pode ser inclusa neste estudo após os levantamentos dos resíduos e as possibilidades de estabelecer parcerias com empresas privadas.

É na perspectiva de melhoria de qualidade de vida e  melhorar a qualidade ambiental como encontramos registrado e adaptado da obra de MARIA ELISA MARCONDES HELENE: Florestas; Desmatamentos e Destruição. São Paulo, Scipione. Sobre a importância da preservação das florestas e sua colaboração para amenizar o efeito estufa relacionado à importância da reciclagem para a sociedade:

O Brasil é hoje o maior emissor de gás carbônico do mundo através de desmatamento. Somos responsáveis pela emissão de 300 milhões de toneladas de carbono na forma de gás carbônico todos os anos. Esse valor e três vezes maior do que as emissões brasileiras pela queima de petróleo e outros combustíveis fosseis.

O desenvolvimento de uma depende da troca de nutrientes que ocorre entre a atmosfera, a hidrosfera e a crosta terrestre. Dentre esses nutrientes encontramos o carbono, que é da atmosfera pela planta na forma de gás carbônico, durante o processo de fotossíntese, no qual há liberação de oxigênio.

Uma planta armazena carbono durante a faze inicial de seu desenvolvimento. Quando este cesse, a quantidade de carbono armazenada iguala-se á quantidade de carbono devolvida para a atmosfera na respiração. Isso quer dizer que,quando a planta deixa de crescer , a quantidade de carbono armazenada não aumenta mais. Contudo, enquanto a floresta estiver de pé, o carbono permanecerá estocando. Por isso os ecossistemas das florestas são conhecidos como reservatórios de carbono.

 O impacto do aumento de gás carbônico na atmosfera tem sido, em todo o mundo, uma das primeiras justificativas para implantação de programas de reflorestamento com espécies exóticas (plantação de árvore estranhas a região), destinado a desempenhar praticamente o papel da floresta nativa na captação do gás carbônico. Em outras palavras o reflorestamento vem sendo sugerido como um meio de enfrentar o aumentar do efeito estufa.

Por esse motivo, o cálculo do carbono captado por um reflorestamento é um indicador da qualidade do projeto para o qual se solicita empréstimo ambiental. Um cálculo simples, que fornece a quantidade de carbono captado por hectare, mostra que quando maior o reflorestamento, maior a quantidade de carbono fixada e, portanto mais indicado será o projeto para receber financiamento dos fundos ambientais internacionais. Ocorre que os reflorestamentos em países tropicais como o nosso sempre cobrem, áreas antes desmatadas (que também já foram agrícolas), as quais , durante o desmatamento, foram responsáveis pela emissão de grandes quantidades de carbono para atmosfera.

Com a inclusão do passado da terra no cálculo do carbono, vê-se que quanto maior a área, pior o projeto, pois mais amplo foi o desmatamento que o precedeu e maior a quantidade de carbono emitida (a floresta primária tem muito mais carbono por hectare do que as árvores de um reflorestamento). Em outras palavras, o reflorestamento retira da atmosfera o gás carbônico recentemente emitido pela queima de combustíveis fósseis. Nada mais fazem que capture parte do gás carbônico emitido durante o desmatamento da área. Por isso, é sempre mais interessante, do ponto de vista da captação do carbono, manter uma floresta nativa do que reflorestar uma área desmatada.

 Além do mais, as fábricas que irão usar a madeira dos reflorestamentos, principalmente as siderúrgicas e as que produzem pasta de celulose e papel, consomem combustíveis fósseis, que são os maiores emissores de gás carbônico. Por isso, é fundamental calcular o balanço entre o carbono liberado e o carbono captado, a fim de apreciar corretamente o valor de um projeto que se intitula ambiental.

Encontramos respaldo nos registros da FAO (1993) sobre a importância da preservação ambiental: Desmatamento Dados da FAO

O relatório da ONU que avalia o desmatamento tropical define desmatamento como porcentagem de destruição permanente do dossel das árvores (lembre-se de que a floresta está sendo vista de cima) que envolve mais de 90% de sua extensão natural. De acordo com os dados desse relatório, aparentemente Brasil e Indonésia respondem por cerca de 50% da perda das florestas úmidas. No Brasil, as áreas degradadas e fragmentadas podem ser significativamente maiores do que a área realmente desmatada, indicando que a perda de habitat e, portanto, de biodiversidade, é maior do que a apontada pelos dados de desmatamento.

Apesar de abrangente, o relatório da ONU deve ser olhado com cuidado: os dados provêm de relatórios nacionais do inventário florestal (cujo método de preparação difere muito de um país para outro), que são compilados e armazenados em um banco de dados. Em seguida são ajustados para um ano-base comum e, com a utilização de modelos matemáticos têm exatidão limitada, e a fonte primária de dados sobre desmatamento depende, entre outros fatores, de como cada país o define. Os dados são escassos na África, menos escassos na América Latina e, se comparados a essas regiões, amplamente disponíveis na Ásia.

Para a FAO (organização de Alimentação e Agricultura), no final de 1990, as florestas tropicais cobriam 17,56 milhões de km2, com 52%na América do Sul e no Caribe, 30% na África e 18% na Ásia e nas ilhas do Pacifico. Metades das florestas tropicais estão localizadas em quatro países: Brasil, Zaire, Indonésia e Peru. Seis países respondem pela metade do desmatamento tropical: Brasil, Indonésia, Zaire, México, Bolívia e Venezuela.

Considerando a importância e emergência de políticas ambientais com fins aplicativos na esfera educacional, esperamos com que instituições federais, sejam o lugar mais apropriado para viabilizar o projeto hora apresentado pela faculdade de Ciências Humanas, mais especificamente a coordenação de geografia que vê nesta a oportunidade de crescimento humano, meios de sustentabilidade e consciência ambiental no consumo desalienado dos papéis, como resgate a dignidade e cultura de uma sociedade politizada e organizada.

  OBJETIVO GERAL

Promover a reflexão sobre sua postura perante o meio ambiente e o aproveitamento dos recursos naturais, como o papel numa proposta de reciclagem melhorando a qualidade de vida, assumindo a responsabilidade da ação de formação acadêmica oferecida com uma proposta econômica e política que estimule a responsabilidade, garantindo a vida para as gerações futuras.

OBJETIVOS ESPCÌFICOS:

Analisar a viabilidade de instalação de uma manufatura de reciclar papel nos campos da UFMT.

Propor uma coleta seletiva de lixo nos campus da UFMT, voltada para a separação e reciclagem de papel.

Desenvolver cursos de formação continuada para o pessoal do apoio administrativo, visando à formação humana consciente na efetivação da proposta de coleta seletiva.

Reconhecer a importância da preservação das florestas na preservação da Bio diversidade.

Verificar que existem formas de aproveitar aquilo que é descartado, com retorno econômico aproveitando o incentivo das políticas e legislações atuais,

 Verificar que a ação humana sobre o meio estabelece conseqüências a nível mundial.

 Reconhecer que o melhor aproveitamento dos recursos naturais contribui para melhorarar a qualidade de vida.

HIPOTÉSE

Pode haver aceitação da presente proposta estendendo a coleta seletiva de papel para as demais instituições de ensino.

Espera-se uma possibilidade de retorno econômico e pedagógico numa perspectiva de dar ênfase as questões ambientais e políticas promovendo uma formação continuada com ênfase ecológica ambiental na preservação do espaço geográfico e sua biodiversidade, para as intuições de ensino das esferas privadas e públicas.

METODOLOGIA

A pesquisa será de cunho qualiquantitativo, com levantamento de custo para montagem da indústria manufatureira, considerando a possibilidade de alimentação da mesma com o papel proveniente do uso das várias faculdades que compõe o campus. Se a proposta for aceita estender-se-á o convite as demais instituições de ensino na condição de cooparticipantes na coleta seletiva do lixo, recebendo em troca do departamento de geografia um curso de formação continuada com ênfase nas questões ecológicas ambientais.

REFERENCIAL TEÓRICO