RETROSPECTIVA DO PLANO DE DEUS PARA HUMANIDADE

Eduardo Veronese da Silva

1. O Nascimento de Jesus

Antes mesmo do nascimento do Messias (o Ungido e Filho de Deus) já havia por parte de Deus um plano traçado para a vida do homem na terra. Nesse plano, o homem viveria eternamente e sem nenhum problema social. No entanto, Ele teve que mudar esse plano devido à desobediência desse primeiro casal.

Plano de Deus: Quando Adão e Eva pecaram no Jardim do Éden, Deus sinalizou como seria a vida na terra a partir desse ato pecaminoso. Ao homem (Adão ) estava determinado: "[...], maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos e cardos também te produzirá, e comerás a erva do campo" (Gn 3.17,18). Quanto à mulher (Eva), mudou a forma de sua concepção : "E a mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor e a tua conceição; com dor terás filhos; [...]". (Gn 3.16).

Depois de muito tempo, Deus levanta homens ungidos por Ele, para serem seus Arautos diante das nações ímpias, iniciando-se o período dos profetas e das profecias. Num desses acontecimentos, usa o profeta Elias para anunciar ao povo acerca da vinda do Messias, o Ungido de Deus, o salvador desse mundo corrupto e perverso:

Prenúncio: Aproximadamente 700 anos antes do nascimento de Jesus Cristo (o Messias), Deus o anunciou a humanidade, estando registrado no livro do Profeta Isaías: "Portanto, o mesmo Senhor vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará a luz um filho, e será o seu nome Emanuel" (Isaías 7.14).

Passados muitos e muitos anos deram-se o cumprimento desta profecia, estando registrado no livro de Mateus e de Lucas, no Novo Testamento (NT):

Cumprimento: "[...]: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo. [...]: Eis que a virgem conceberá e dará a luz um filho, e ele será chamado pelo nome de EMANUEL (Deus conosco)" (Mt 1.18,23; Lc 2.4-7):

Lucas 2.4-7. E subiu da Galiléia também José, da cidade de Nazaré, à Judéia, a cidade de Davi chamada Belém (porque era da casa e família de Davi), a fim de alistar-se com Maria, sua mulher, que estava grávida. E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz. E deu à luz o seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem.

Seguindo-se os costumes e as tradições judaicas, o Menino Jesus foi circuncidado e apresentado no Templo, conforme está registrado no Evangelho de Jesus Cristo, segundo escreveu Lucas:

Circuncisão/apresentação: passados oito dias de seu nascimento, Jesus foi circuncidado e apresentado no Templo: "E, quando os oito dias foram cumpridos para circuncidar o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe fora posto antes de ser concebido" (Lucas 2.21).


Tomando ciência de que Herodes queria tirar a vida do menino Jesus, ordenando, inclusive, que matassem todos os meninos recém-nascidos e até aqueles que tivessem de dois anos para baixo, eles fogem para o Egito.

Fuga para o Egito: Os magos do oriente avisaram José e Maria sobre a intenção de Herodes e orientam a irem para o Egito: "E, sendo por divina revelação avisados em sonhos para que não voltassem para junto de Herodes [...]. E, esteve lá ate a morte de Herodes, para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz: Do Egito chamei o meu filho". (Mateus 2.12,15; Oséias 11.1)

Cumprindo-se o que fora dito pelo Anjo enviado pelo Senhor, após a morte do rei Herodes, eles retornam para sua terra natal.

Volta para Jerusalém: numa de suas peregrinações a Jerusalém, Jesus já com seus 12 anos de idade, dialoga com doutores da lei judaica: "Ora, todos os anos, iam seus pais a Jerusalém, a Festa da Páscoa. E, tendo ele já doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa. [...]. E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os". (Lucas 2.41,42 e 46).

Dos 12 aos 30 anos: a Bíblia não relata sobre esse período da vida de Jesus, no entanto, presume-se que ele tenha trabalhado na carpintaria esses 18 anos na companhia de seu pai (José): "De onde lhe vem essas coisas? E que sabedoria é esta que lhe foi dada? [...]? Não é este o carpinteiro, filho de Maria [...]". (Marcos 6.2,3).

Lucas 3.23. E o mesmo Jesus começava a ser de quase trinta anos, sendo (como se cuidava), filho de José, e José, de Eli.

Já com seus trinta anos de idade, Jesus inicia sua peregrinação pelo deserto com o propósito de pregar o Evangelho (as Boas Novas), mas antes, precisava ser batizado nas águas.

Início de seu Ministério Público: após ser batizado por João Batista, Jesus começa sua pregação na terra: "E, aconteceu naqueles dias, que Jesus tendo ido de Nazaré, da Galiléia, foi batizado por João, no rio Jordão. E, logo que saiu da água, viu os céus abertos e o Espírito, que, como pomba, descia sobre ele". (Marcos 1.9,10). E a sua mensagem transmitida ao povo, era a mesma proferida por João Batista: "Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus". (Mateus 3.2)

2. Prisão, Crucificação, Morte e Ressurreição

Jesus tinha o hábito de afastar-se da multidão para ter certa privacidade e, ao mesmo tempo, conversar em particular com o Pai Celestial. Um dos locais preferidos d?Ele era o Getsêmani :

Jesus chega neste lugar com seus discípulos. Chama Pedro e os dois filhos de Zebedeu para afastarem-se do grupo. Agora Ele se afasta dos três para orar: "Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar. E, levando consigo a Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se muito". (Mateus 26.36, 37).

Diálogo com o Pai: a princípio, pede ao Pai Celestial que o deixe fora deste grande sofrimento, mas volta rapidamente atrás e diz: "Pai, se é possível, passa de mim esse cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres". E, indo uma segunda vez orar, disse: "Meu Pai, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade". (Mateus 26.39,42).

2.1. Prisão: Judas ajunta grande multidão para ir até onde estava Jesus, todos armados com espadas e porretes para prendê-lo: "E, estando ele ainda a falar, eis que chegou Judas, um dos doze, e com ele, grande multidão com espadas e porretes, vinda da parte dos príncipes dos sacerdotes e dos anciãos do povo". (Mateus 26.47)

2.1.1 Jesus perante o Sinédrio e Pilatos: Ele é levado ao Conselho dos Anciãos de Jerusalém (Supremo Tribunal dos Antigos Judeus). Esses anciãos julgavam as causas Administrativas e Criminais. Destaca-se o que disse o sacerdote Caifás: "E, levantando-se o sumo sacerdote, disse-lhe: Não respondes coisa alguma ao que estes depõem contra ti? (Mateus 26.62) Como também, as palavras de Pôncio Pilatos: "Não ouves quanto testificam contra ti? (Mateus 27.13).

No entanto, Ele prefere ficar calado, tendo em vista que eles arrumaram falsas testemunhas para o acusarem publicamente, ou seja, tudo foi plenamente arquitetado para levá-lo a crucificação e morte.

2.2 Crucificação: depois de passar por várias humilhações públicas, Jesus é levado ao Gólgota : "E, chegando ao lugar chamado Gólgota, que significa Lugar da Caveira".[...]. E, havendo-o crucificado, repartiram as suas vestes, lançando sortes, para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta: Repartiram entre si as minhas vestes, e sobre a minha túnica lançaram sortes. E, por cima da sua cabeça, puseram escrita a sua acusação: ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS" (Mateus 27.33, 34, 37).

2.3. Morte: esse momento triste para os seguidores de Jesus Cristo foi registrado por períodos de tempo decorridos em horas. Nessa época (primeiro século), os judeus tinham adotado o período de 12 horas para o dia. Sendo assim, presume-se que o sofrimento de Jesus cravado na cruz, teve início desde à hora sexta (provavelmente às 12h00min = meio-dia) até a hora nona (15h00min).

Mateus 27.45,46,50,51. E, desde a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra, até a hora nona. E perto da hora nona, exclamou Jesus em alta voz: Eli, Eli, lemá sabactâni, isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? [...]. E Jesus, clamando outra vez, com grande voz, entregou o espírito. E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras.

2.4 Ressurreição: o Deus que nós servimos e apresentamos a sociedade, não está mais pregado num madeiro ou apodrecido e ossificado abaixo da terra. Ele ressuscitou e está a destra do Pai, intercedendo por mim e por você: "E eis que houvera um grande terremoto, porque um anjo do Senhor, descendo do céu, chegou, removendo a pedra, e sentou-se sobre ela. [...]. Mas o anjo respondendo, disse às mulheres: Não tenhais medo; pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como tinha dito. Vinde e vede o lugar onde o Senhor jazia". (Mateus 28.2,5,6).

E a esse Deus, foi dado todo o poder sobre o céu e a terra (Mateus 28.18) e seu sacrifício e morte pela humanidade, está sendo lembrado todas ás vezes em que é Celebrada a Santa Ceia nas igrejas cristãs de nossa era, com sendo uma das ordenanças deixada por Ele para ser cumprida até que volte para buscar sua igreja (todos aqueles que procuram seguir seus mandamentos).

A Ceia do Senhor é um ato de comunhão com Cristo e de participação nos benefícios da sua morte sacrificial e, ao mesmo tempo, comunhão com os demais membros do corpo de Cristo ? a Igreja (João 10.16,17). Ele, como anfitrião, faz-se presente de modo especial nesse dia (Mt 18-20; Lc 24.35). Nós, cristãos, nesta ocasião, reafirmamos seu Senhorio sobre nossas vidas e o nosso compromisso em fazer a Tua vontade.

Portanto, somos gratos a Deus por termos o privilégio e a honra de participar desse Grande Memorial (Ceia do Senhor) em lembrança de seu sacrifício vicário e de sua morte na cruz do calvário (Gólgota) pelo resgate da humanidade. Amém!



EDUARDO VERONESE DA SILVA
Obreiro da Assembléia de Deus ? Cariacica/ES
Professor da Escola Bíblica Dominical ? Cariacica/ES
Professor do IBADEP/Paraná
Bacharel em Direito ? FABAVI/ES
Especialista em Direito Militar ? UCB/RJ