UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA

Campus Recife – Curso de Licenciatura em Pedagogia 

José Ronaldo dos Santos 

RESUMO DO LIVRO: PEDAGOGIA E PEDAGOS PARA QUÊ?

Recife / PE

2012.2
JOSÉ RONALDO DOS SANTOS

RESUMO DO LIVRO: PEDAGOGIA E PEDAGOS PARA QUÊ? 

Trabalho solicitado pelo Professor do Curso de Pedagogia:

Marcos Sérgio

Recife / PE

2012.2

Encontramos no livro: Pedagogia  e Pedagogos, para quê? Textos que discutem no período do ano de 1990 questões importantes que falam da importância desse profissional e de suas práticas de ensino. Tendo em vista que o autor: José Carlos Libneo  possui um pensamento amplamente conhecido na história da educação brasileira.

Em algumas ações são declaradas, publicamente, os pensamentos que justificam certas atitudes e opções. Libâneo, procura fazer ao longo dos cinco capítulos do livro, mostrando as razões que realmente justificam a vivência da pedagogia como “ciência da educação”, colocando-se em favor da especificidade da atuação profissional do pedagogo e construindo uma proposta eficiente para sua formação.

Segundo Libâneo, o que explica a existência da pedagogia é o fato de esse campo ocupar-se do estudo sistemático das práticas educativas que realizam em sociedade como processos fundamentais da condição humana. A pedagogia segundo o autor, veio para estudar a natureza, as finalidades e os processos importantes e essenciais às práticas nos espaços educativos como o objetivo de propor a realização desses processos nos diferentes contextos em que essas práticas se desenvolvem. A prática se constitui, com o entendimento, em um campo de saberes que possui objeto, problemáticas e métodos próprios de investigação, configurando-se como “ciência da educação”.

A pedagogia possui uma grande grade de conhecimentos que beneficiam o desenvolvimento dos atores envolvidos nesse processo, através de metodologias e visões diferenciadas e vivenciadas por cada profissional competente. Para Libâneo, as práticas educativas não se restringem à escola ou à família. Elas ocorrem em todos os contextos e âmbitos da existência individual e social humana, de modo institucionalizado ou não, sob várias modalidades.

Diante do que fala Libâneo, compreendemos que todo espaço educativo ou não, vivenciam  práticas pedagógicas constantemente, porém, qualquer ação, gesto ou atitudes são comportamentos que reverenciam o ator nesse processo de convivência social com suas formas de lidar como o outro, e que cada profissional pedagógico está inserido nesse processo diretamente para realizar uma adequação eficaz desses comportamentos apresentados e vividos diariamente por indivíduos de diferentes classes sociais.

Entre essas práticas e vivências diferenciadas, há as que acontecem de forma difusa e dispersa, são as que ocorrem nos processos de aquisição de saberes e modos de ação de moda não intencional e não institucionalizado, configurando a educação informal. Há também, as práticas educativas realizadas em instituições não convencionais de educação, mas com certo nível de intencionalidade e sistematização, tais como as que se verificam nas organizações profissionais, nos meios de comunicação, nas agências formativas para grupos sociais específicos, caracterizando a educação não formal. Existem, ainda, as práticas educativas com elevados graus de intencionalidade, sistematização e institucionalização, como as que se realizam nas escolas ou em outras instituições de ensino, compreendendo o que o autor denomina educação formal.

Podemos dizer que a Pedagogia é o modo como se ensina, o modo como se ensina a matéria, o uso de técnicas de ensino. A pedagogia ocupa-se, de fato, dos processos educativos, métodos, maneiras de ensinar, bem mais globalizante. Ela é um campo de conhecimentos sobre a problemática educativa na sua totalidade e historicidade e, uma diretriz orientadora da ação educativa. O fenômeno educativo apresenta-se como expressão de interesses sociais em conflito na sociedade. A Pedagogia é uma ciência e, expressa uma direção explícita da ação educativa. Distinguem-se diferentes manifestações e modalidades de prática educativa, tais como a educação informal, não-formal e formal. Informal, corresponderia a ações e influências exercida pelo meio. A não-formal seria a realizada em instituições educativas fora dos marcos institucionais, mas com certo grau de sistematização e estruturação. E a formal, compreenderia instâncias de formação, escolares ou não, onde há objetivos educativos.

Para Libâneo, são esses processos que constituem o objeto de estudo da pedagogia, demarcando-lhe um campo próprio de investigação. Ela estuda as práticas educativas tendo em vista explicitar finalidades, objetivos sociopolíticos e formas de intervenção pedagógica para a educação.

Pedagogia é, portanto, o ato educativo, da prática educativa concreta que se realiza na sociedade como um dos ingredientes básicos da configuração da atividade humana. Já a Educação é, portanto, o conjunto das ações, processos, influências, estruturas, que intervêm no desenvolvimento humano de indivíduos e grupos na sua relação ativa com o meio natural e social, num determinado contexto de relações entre grupos e classes sociais, vislumbrando a realidade vivenciada por todos aqueles que buscam realizar a inserção de novos paradigmas na sociedade, através de histórias de vidas e contextos diferentes apresentados durante todo momento em discussão na sociedade.

O pedagógico da ação educativa expressa, justamente, na intencionalidade e no direcionamento dessa ação. Esse posicionamento é necessário, defende o autor, porque as práticas educativas não se dão de forma isolada das relações sociais, politicas, culturais e econômicas da sociedade. Vivemos em uma sociedade desigual, baseada em relações sociais frustradas de antagonismo e de exploração. Por isso a pedagogia não se pode eximir de se colocar abertamente sobre qual direcionamento a ação educativa deve tomar , sobre que tipo de homem presente formar.

Assim tomando como fundamento os diversos espaços onde necessitam de conhecimentos pedagógicos, nota-se que a formação do homem está vinculada ao pedagogo e direcionada essencialmente para o contexto formal dos muros escolares, mas na atuação profissional conforme esta descrito nas DCNs a prática pedagógica está para além do espaço escolar, abrindo possibilidades de inserção em diversos campos do conhecimento. Com isso a formação pedagógica quebra o perfil profissional necessariamente atuante em contextos escolares colaborando para uma definição de uma prática que trabalhe o ser do contexto escolar no âmbito social, compreendendo que os alunos das camadas populares participam de vários projetos e programas cujos serviços oferecidos são coordenados e gestados pelos educadores que trabalham no âmbito escolar e social. A discussão aqui levantada contribui para a discussão sobre a formação deste profissional pedagógico,  elegendo-se a atuação em espaços sociais e educativos, com uma prática direcionada para o suporte e o desenvolvimento de programas e projetos de educação social enquanto complemento da educação formal.

Diante do ponto de vista do autor, isso é o que justifica a existência da pedagogia como área do conhecimento, cuja, especificidade é realizar uma reflexão global e unificadora da realidade da educação.

Nessa concepção, pedagogo é o profissional que atual em várias instâncias da prática educativa, indireta ou diretamente vinculadas à organização e aos processos de aquisição de saberes e modos de ação, com base em objetivos de formação humana definidos em uma determinada perspectiva. Dentre esses espaços, o profissional pedagógico pode estar presente desempenhando suas funções nos sistemas macro, intermediários ou micro de ensino (gestores, supervisores, administradores, planejadores ou outros); nas escolas (professores, pesquisadores, formadores, etc); nas instâncias educativas não escolares (formadores, consultores, técnicos, orientadores que ocupam de atividades pedagógicas em empresas, órgãos públicos, movimentos sociais, meios de comunicação, na produção de vídeos, filmes, brinquedos, nas editoras, na formação profissional, etc.).

Por isso Libâneo, entende que a formação do professor e a do pedagogo não podem ser realizadas em um único curso de formação de educadores, atualmente representados pela Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação – Anfope.

A proposta do autor é a de que haja dois cursos, um de pedagogia para formar o pedagogo stricto sensu e um de licenciatura para formar professores para os níveis fundamentais e médio de ensino.