Por Daniel


BACON, Francis. Novum Organum. (tradução de José reis de Andrade). São Paulo: Nova Cultura, 1997, p. 33- 98.

Resumo

Francis bacon, publicou em 1620 sua obra mais famosa, o Novum Organum, que, na intenção do autor deveria substituir o Organum aristotélico. Nesta obra Aristóteles apresenta sua lógica, essencialmente dedutiva, que deveria conduzir a filosofia à verdade. Bacon filósofo da modernidade opõe a esse método do estagirista e propõe um novo método, a indução por eliminação. A primeira parte da obra (a única que deteremos), chamada de interpretação da natureza e o reino do homem, o filósofo preocupa-se em demonstrar que os métodos vigentes, o dedutivo na filosofia e o indutivo por enumeração em algumas ciências eram improdutivos. Associado a isso havia também os bloqueadores da razão que ele chamava de ídolos e por fim apresenta um novo método que visa à produção de conhecimentos mais coerentes. O problema da dedução é que ela em vez de interpretar a natureza, procura antecipá-la, deixando de lado o experimento e, baseando-se em axiomas gerais, julga tudo e fornece uma explicação para tudo, ou seja, constrói noções prematuras da natureza por utilizar um método inadequado. Por isso, conclui ele que, a lógica tradicional era inútil para a pesquisa das ciências e para a filosofia. Como também a indução numérica cujos axiomas são extraídos indevidamente, por meio de uma passagem rápida e ilegítima de poucos casos particulares para o universal. Além de criticar o método vigente da época, apresentou os bloqueadores da razão humana, para o filósofo, aqueles que se detinham as especulações científicas e as reflexões filosóficas deveriam ter cuidado com os deturpadores da verdade que ele chama de ídolos. Esses são falsas noções que invadem o intelecto humano, tornando difícil o acesso à verdade. Há quatro tipos de ídolos: o da tribo, que é estruturada a partir da natureza humana, por causa da influência das vontades e dos afetos humanos; o da caverna que tem por base a individualidade, que é influenciado pela educação, os hábitos e costumes; o do foro que se origina das relações sociais há influência da linguagem; o do teatro que derivam das doutrinas filosóficas. Ao apresentar estes obstáculos da razão, bacon afirma que há a necessidade de um auxílio para a razão, por isso, estabelece uma nova lógica indutiva por eliminação. Esta consiste em extrair dos fatos particulares axiomas (médios) interpretativos da natureza, afim de, obter conhecimentos gerais mais seguros. A indução proposta por Bacon é chamada de eliminação, pois visa a partir de uma idéia básica de determinado fenômeno eliminar as hipóteses falsas com o intuito de fazer valer uma teoria verdadeira. Por tanto estes são as três temáticas trabalhadas por Bacon na primeira parte, criticar os métodos vigentes, expor os bloqueadores da razão e apresentar um novo método para a filosofia.