RESUMO DE MONOGRAFIA: PERFIL DOS DOADORES DE SANGUE EM UMA UNIDADE DE HEMOCENTRO NO MUNICÍPIO DE BARREIRAS, NO OESTE DO ESTADO DA BAHIA.

PERFIL DOS DOADORES DE SANGUE EM UMA UNIDADE DE HEMOCENTRO NO MUNICÍPIO DE BARREIRAS, NO OESTE DO ESTADO DA BAHIA.

Luiz Felipe Pereira Malaquias;

Paulo Ramon da Silva Bastos;

Luciana Ângelo Leal Campos;

 

Resumo: A doação de sangue é um gesto altruísta, voluntário e não gratificado. O sangue é um tecido vivo, responsável pela nutrição celular, transportador de gases, hormônios entre outras utilidades e não existem substitutos, visto isso ele é indispensável para a sobrevivência humana e que o próprio ser humano é a única fonte deste recurso. A doação de sangue possibilita que uma pessoa saudável possa fornecer seu sangue e/ou hemoderivados a outra que necessite deste recurso para seus mais variados fins, como: tratamento de patologias diversas, cirurgias ou reposição volêmica em casos de hemorragia provocada por acidentes e outros.  O objetivo principal do estudo realizado visou identificar o perfil dos doadores de sangue no município de Barreiras-Ba. Tratou-se de um estudo de caráter exploratório, descritivo de natureza quantitativa. A coleta de dados ocorreu logo após a coleta do sangue, durante o mês de setembro de 2013 e os doadores da unidade receberam um questionário composto por 06 (seis) questões socioeconômicas e 02 (duas) questões referentes ao fator motivacional e frequência de doação de sangue. Tendo como local de estudo o Centro de Hemodiálise e Hemoterapia LTDA. (UNISANG). O resultado desta pesquisa revelou que a maioria dos doadores de sangue é do sexo masculino, casado, com idade entre 36 e 45 anos, com predominância religiosa católica, renda familiar acima de dois salários mínimos, residem com mais três pessoas e a solidariedade é o principal fator influenciador na doação de sangue. Concluiu-se ainda que as pessoas sociocultural e economicamente menos favorecidas tenham uma maior predisposição para ajudar o próximo com esse gesto tão belo que é a doação de sangue.

 

 

 

1. INTRODUÇÃO

            A doação de sangue é um gesto altruísta, voluntário e não gratificado. O sangue é um tecido vivo, responsável pela nutrição celular, transportador de gases, hormônios entre outras utilidades, e não existem substitutos, portanto ele é indispensável para a sobrevivência humana. A única fonte deste recurso é o próprio ser humano. A doação de sangue possibilita que uma pessoa saudável possa fornecer seu sangue e/ou hemoderivados a outra que necessite deste recurso para seus mais variados fins, como: tratamento de patologias diversas, cirurgias ou reposição volêmica em casos de hemorragiaprovocada por acidentes e outros.

            Ao debater o assunto doação de sangue é imprescindível abordar a importância da homeostasia, quais as causas de um desequilíbrio e como esse desequilíbrio pode ser corrigido. Ao abordar os assuntos supracitados torna-se mais fácil a compreensão da relevânciada doação de sangue e da manutenção de níveis adequados de estoque.

            O corpo humano de um adulto contém aproximadamente 5 litros de sangue, cerca de 7 a 8% do peso corpóreo. O sangue é composto por 2,75 a 3 litros de plasma e a porção restante é composta por células.¹O sangue é o responsável pelo transporte de nutrientes, água, eletrólitos e resíduos do metabolismo celular. Sua função é nutrir todos os tecidos e células, fluindo através do sistema circulatório. ²

O sangue se encontra dividido em duas partes: o plasma (parte líquida) e os glóbulos sanguíneos que são subdivididos em eritrócitos, plaquetas e leucócitos, todos esses se encontram suspensos no plasma. ³

            A principal função das hemácias também conhecidas como eritrócitos, consiste no transporte de hemoglobina que, por sua vez, leva oxigênio dos pulmões para os tecidos. As hemácias desempenham outra função além do transporte da hemoglobina. E é também responsável pelo tamponamento acidobásico.⁴

            “[...] o sangue circulante transporta também os produtos residuais do metabolismo celular, desde o local onde foram produzidos até os órgãos encarregados de eliminá-los [...]”⁵

            Os leucócitos ou glóbulos brancos são componentes muito importantes do organismo que desempenha a função de sistema de defesa do corpo para combater agentes agressores, sejam eles infecciosos ou tóxicos, como as bactérias, parasitas, vírus e fungos. Os leucócitos tem a capacidade de migrar entre os tecidos combatendo assim o agente invasor em qualquer lugar do organismo. ²

            “[...] As plaquetas promovem a coagulação do sangue e auxiliam na recuperação da parede dos vasos sanguíneos, evitando a perda de sangue”. ³

            O sangue é um componente indispensável e insubstituível para a sobrevivência humana e seu uso é feito em diversas situações de perturbações de saúde como: cirurgias, anemias, acidentes e outras.⁶A única fonte direta de sangue para reposição,  são os seres humanos, pois o mesmo não pode ser comprado em farmácias. Portanto, os seres humanos devem doar sangue com o objetivo de salvar a vida de outros seres humanos que necessitam de transfusão.⁷

             “[...] No Brasil, a demanda crescente de sangue e seus derivados se faz sentir de forma cada vez mais preocupante.”⁶ A quantidade total de doadores de sangue em nosso país corresponde, a cada ano, a menos de 1% da população. Esse percentual é insuficiente, principalmente se levada em consideração à recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), que recomenda o índice ideal entre 3% e 5%. 8

            A portaria Nº 343/2002, do Ministério da Saúde regulamenta a doação de sangue⁹, a qual se encontra estabelecida e ratificada na Constituição Federal que enfatiza que a doação deve ser de forma altruísta, voluntária e não gratificada¹⁰.

Com o objetivo de conhecer o perfil dos doadores do Centro de Hemodiálise e Hemoterapia LTDA.(UNISANG) no município de Barreiras – Ba, a pesquisa visou à resposta da seguinte pergunta: Qual o perfil dos doadores em uma unidade de hemocentro no município de Barreiras, no oeste do estado da Bahia?

2. Metodologia

            Tratou-se de um estudo de caráter exploratório, descritivo de natureza quantitativa, onde os dados foram coletados através de estudo de campo. Este método foi escolhido para a pesquisa visto que o intuito do estudo é trazer novas informações que proporcionem um melhor conhecimento do assunto descrevendo determinadas características de uma população e se aprofundando nas questões propostas.

            Os dados foram obtidos através de questionários aplicados aos doadores de sangue da unidade pesquisada que compareceram nos dias da coleta de dados, que ocorreu em setembro de 2013, (três vezes por semana em duas semanas do respectivo mês), na unidade de hemocentro descrita nos dias 10, 12, 24 e 26 no período matutino e nos dias 14 e 28 de setembro de 2013em período integral. A coleta de dados realizada aos finais de semana (sábado até ao meio dia) teve como objetivo minimizar a possibilidade de falsos achados relacionado à renda familiar, partindo do pressuposto de que em horário comercial grande parte da população economicamente ativa está ocupada, ficando assim impossibilitada de comparecer aos hemocentros para realizar a doação.

            Foram incluídos nas pesquisas apenas 36 (trinta e seis) doadores aptos com idades entre 18 (dezoito) e 65 (sessenta e cinco) anos após a coleta de sangue, nos dias da coleta de dados em seus respectivos locais de doação e que se dispuserem a participar mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

            Os dados obtidos por meio do questionário eram relativos ao sexo, estado civil, idade, escolaridade, religião, renda familiar, quantidade de pessoas na residência, qual meio de comunicação que influenciou a doar sangue ou escolher a unidade. O questionário continha também duas perguntas abertas para identificar o que motivou a doação e qual a frequência. Essas razões foram quantificadas pela frequência de aparecimento nas respostas dos sujeitos da pesquisa. Os dados foram tabulados e analisados, trabalhados com recursos da estatística descritiva e uso de percentuais, apresentados por meio de recursos com tabelas e, ou, gráficos utilizando-se o programa Microsoft Excel, viabilizando a análise dos dados com validade e fidedignidade. A pesquisa obedeceu às orientações da Resolução CNS, nº. 196/96, e somente foi iniciada após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa sob Nº 99.130.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os dados foram tabulados e analisados em forma de tabela para uma melhor compreensão. Os dados colhidos foram comparados com dados oficiais fornecidos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística);sempre que o mesmo disponibilizar dados referentes ao assunto contido na tabela, para que possa ser estabelecida não apenas a razão numérica dos dados apresentados, mas também uma razão proporcional dos mesmos; os dados foramtambém comparados com dados da pesquisa realizada pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em parceria com a UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) bem como publicações de outros autores de diversas regiões do país.

TABELA 1: SEXO DOS DOADORES

SEXO DOS DOADORES	NÚMERO DE DOADORES	PERCENTUAL
Masculino	23	64%
Feminino	13	36%
TOTAL	36	100%

Fonte: Pesquisa de Campo, Barreiras 2013.

 

Observou-se que dos 36 (trinta e seis) doadores pesquisados, 23 (vinte e três) são do sexo masculino 64% (sessenta e quatro por cento) e 13 (treze) do sexo feminino 36% (trinta e seis por cento), assim sendo, a razão entre os sexos é de aproximadamente dois doadores do sexo masculino para cada doador do sexo feminino (2/1).

A média da doação de sangue entre os sexos é de maioriamasculina (70%) no estado de São Paulo. ¹¹

A média brasileira da doação de sangue entre os sexos é de 65,67% de doadores do sexo masculino. Encontramos uma superioridade de doadores do sexo masculino em todas as regiões do país, na região sudeste com 61,02%, Sul 63,97% são as duas regiões onde a predominância do sexo masculino é menor que a media nacional, enquanto que na região nordeste é de 70,95%, na região norte 70,25% e na região centro-oeste 75,96 são as regiões onde os homens doam mais que a média nacional. ¹²

Em comparação com esses dados, o sexo dos doadores do município de Barreiras – Ba não se difere muito da média nacional, mas demonstra que a predominância do sexo masculino é 5% menor que na região Nordeste, região onde é situado o município.  

O resultado do último Censo realizado no ano de 2010 que a população residente no município de Barreiras – BA era de 67.913 habitantes do sexo masculino (49,4%) e 69.514 (50,6%) do sexo feminino. O que caracteriza predominância real e proporcional de pessoas do sexo masculino entre os doadores de sangue nesta unidade ora pesquisada, confirmando, assim, outras estatísticas a nível nacional. ¹³

TABELA 2: ESTADO CIVIL DOS DOADORES

ESTADO CIVIL DOS DOADORES	NÚMERO DE DOADORES	PERCENTUAL
Solteiro	08	22%
Casado	23	64%
Divorciado	03	08%
Viúvo	02	06%
TOTAL	36	100%

Fonte: Pesquisa de Campo, Barreiras 2013.

 

            Essa pesquisa considerou a união conjugal estável como estado civil casado.

Os dados expostos na tabela 2 mostram que; 23 (vinte e três) 64% (sessenta e quatro por cento) dos entrevistados são casados; 08 (oito) 22% (vinte e dois por cento) são solteiros; 03 (três) 8% (oito por cento) são divorciados e 02 (dois) 6% (seis por cento) são viúvos,

No hemocentro de Alagoas (HEMOAL) no período de 2003 a 2007 predominaram os doadores que afirmaram tendo como estado civil solteiro seguido dos que afirmaram serem casados com índices de até 40% a mais (14). Esses dados comparados mostram uma grande diferença entre o perfil do estado civil dos doadores de Barreiras – BA e Maceió – AL.

Em pesquisa nacional realizada pela ANVISA demonstrou que 49% dos doadores eram solteiros e 41% casados¹², o que mostra que o doador da unidade em Barreiras – BA onde a pesquisa foi realizada tem um perfil de estado civil muito diferente do perfil nacional, a analise dos dados da região nordeste, fornecidos por esta mesma pesquisa mostra uma diferença menor entre o estado civil dos doadores já que nesta região a diferença entre solteiros e casados é de apenas 1%, mesmo assim o estado civil do doador deste município permanece atípico à outras pesquisas.     

O índice de nupcialidade do município é calculado a partir da amostra de pessoas com idade de 10 anos ou mais. Neste município 113.674 forma o número total de pessoas nesta faixa etária, sendo que, dentre estes; 61,1% são solteiros, 32,2% casados, 3,4% divorciados e 3,2% viúvos. ¹³

TABELA 3: IDADE DOS DOADORES

IDADE DOS DOADORES	NÚMERO DE DOADORES	PERCENTUAL
16 ou 17 anos	00	00%
Entre 18 e 24 anos	07	19%
Entre 25 e 35 anos	05	14%
Entre 36 e 45 anos	13	36%
Entre 46 e 55 anos	09	25%
Entre 56 e 65 anos	02	06%
Entre 66 e 68 anos	00	00%
TOTAL	36	100%

Fonte: Pesquisa de Campo, Barreiras 2013.

A tabela 3 demonstra a maioria etária dos pesquisados como sendo: 13 (treze) pesquisados 36% (trinta e seis por cento) tendo entre 36 (trinta e seis) e 45 (quarenta e cinco) anos, 09 (nove) 25% (vinte e cinco por cento) encontram-se entre 46 (quarenta e seis) e 55 (cinquenta e cinco) anos, 07 (sete) 19% (dezenove por cento) entre 18 (dezoito) e 24 (vinte e quatro) anos, 05 (cinco) 14% (quatorze por cento) entre 25 (vinte e cinco) e 35 (trinta e cinco) anos e por fim 02 (dois) 6% (seis por cento) tendo entre 56 (cinquenta e seis) e 65 (sessenta e cinco) anos, e que não houve doadores com idade de 16 (dezesseis) ou 17 (dezessete) anos e nem com idades entre 66 (sessenta e seis) e 68 (sessenta e oito) anos.

Os dados da pesquisa “Perfil do doador de sangue brasileiro” ANVISA apresentam parâmetros de faixas etárias diferentes dos pesquisados, mas em análise geral os achados no município de Barreiras – BA encontram-se diferentes do perfil dos doadores brasileiros, pois a maioria dos doadores é entre 36 (trinta e seis) e 55 (cinquenta e cinco) anos no município de Barreiras - BA, enquanto que no perfil brasileiro a maioria encontra-se entre 20 (vinte) e 39 (trinta e nove) anos. Sendo assim os doadores da unidade pesquisada são mais velhos que a média nacional, esse perfil de idade pode ter ligação direta com a tabela 2 já que a maioria dos doadores é casada, visto isso se espera que os casados em geral sejam mais velhos que os solteiros. ¹²

 

TABELA 4: ESCOLARIDADE DOS DOADORES

ESCOLARIDADE DOS DOADORES	NÚMERO DE DOADORES	PERCENTUAL
1º grau incompleto	05	14%
1º grau completo	07	19%
2º grau incompleto	08	22%
2º grau completo	09	25%
Ensino superior incompleto	02	06%
Ensino superior incompleto	04	11%
Não alfabetizado	00	00%
Alfabetizado	01	03%
TOTAL	36	100%

Fonte: Pesquisa de Campo, Barreiras 2013.

 

            A análise detalhada da tabela 4 revela a seguinte situação na escolaridade dos doadores: 09 (nove) 25% (vinte e cinco por cento) tem o 2º grau completo, 08 (oito) 22% (vinte e dois por cento) tem o 2º grau incompleto, 07 (sete) 19% (dezenove por cento) tem o 1º grau completo, 05 (cinco) 14% (quatorze por cento) tem o 1º grau incompleto, 04 (quatro) 11% (onze por cento) tem ensino superior completo, 02 (dois) 6% (seis por cento) o ensino superior incompleto e 01 (um) 3% (três por cento) alfabetizado. Em uma análise geral pode-se dizer que 58% dos doadores não concluíram o 2º grau (ensino médio).

O índice de 58% de doadores que não concluíram o ensino médio (os que ainda estudam ou os que já desistiram) é igual à média nacional (15). Esse índice aumentou em relação à pesquisa nacional da ANVISA realizada em 2005 que foi de 37%, o índice mais alto encontrado em 2005 foi na região Centro-Oeste que foi 445 de doadores sem o ensino médio completo!

TABELA 5: RELIGIÃO DOS DOADORES

RELIGIÃO DOS DOADORES	NÚMERO DE DOADORES	PERCENTUAL
Católico	22	60%
Evangélico	11	31%
Espírita	02	06%
Testemunha de Jeová	00	00%
Budista	00	00%
Judeu	00	00%
Muçulmano	00	00%
Religião afro-brasileira	00	00%
Esotérico	00	00%
Sem religião	01	03%
TOTAL	36	100%

Fonte: Pesquisa de Campo, Barreiras 2013.

A tabela 5, referente à religião dos doadores, traz os seguintes achados: a maioria dos doadores 22 (vinte e dois) 60% (sessenta por cento) de católicos, 11 (onze) 31% (trinta e um por cento) evangélicos, 02 (dois) 6% (seis por cento) espíritas e 01 (um) 3% (três por cento) declarou não ter religião.

            Os dados do Censo de 2010 (IBGE) referentes ao assunto no município de Barreiras-BA, onde foi realizada a pesquisa, afirmam que 70% (setenta por cento) da população é de religião católica, 18% (dezoito por cento) evangélicos, 02% (dois por cento) espíritas, e os 10% (dez por cento) restantes representam o grupo que ainda não tinha compreensão suficiente para determinar sua religião (crianças) e os que se declararam sem religião. Com base na comparação de dados entre os achados da pesquisa e os dados do IBGE é possível determinar uma superioridade numérica dos católicos e uma superioridade proporcional de evangélicos e espíritas na doação de sangue da unidade pesquisada.

TABELA 6: RENDA FAMILIAR DOS DOADORES

RENDA FAMILIAR MENSAL DOS DOADORES	NÚMERO DE DOADORES	PERCENTUAL
Até R$ 678,00	01	03%
De R$ 679,00 a 1.356,00	10	28%
De R$ 1.357,00 a 2.034,00	12	33%
Acima de 2.034,00	13	36%
TOTAL	36	100%

Fonte: Pesquisa de Campo, Barreiras 2013.

 

A tabela 6 expressa a renda familiar mensal dos doadores pesquisados como sendo: 13 (treze) pessoas 36% (trinta e seis por cento) dos doadores tendo renda acima de R$ 2.034,00, 12 (doze) 33% (trinta e três por cento) com renda familiar entre R$ 678,00 e R$ 1.356,00, e a renda familiar de 10 pessoas 28% (vinte e oito por cento) dos pesquisados ficou de R$ 1.357,00 a R$ 2.034,00. Caracterizando assim, que, dos doadores entrevistados: 31% (trinta e um por cento) são de pessoas com renda familiar mensal de até dois salários mínimos, 33% (trinta e três por cento) com renda entre dois e três salários mínimos, 36% (trinta e seis por cento) têm renda familiar mensal acima de três salários mínimos, e que só 3% (três por cento) dos pesquisados têm até um salário mínimo mensal como renda familiar.

No Brasil 60% dos doadores de sangue ganham até 3 salários mínimos, no município de Barreiras-Ba, o percentual é de 64% dos doadores com renda familiar inferior a 3 salários mínimos¹⁵.

TABELA 7: COM QUANTAS PESSOAS RESIDE

COM QUANTAS PESSOAS REDIDE	NÚMERO DE DOADORES	PERCENTUAL
Mora sozinho	04	11%
Mora com mais uma pessoa	07	20%
Mora com mais duas pessoas	08	22%
Mora com mais três pessoas	10	28%
Mora com mais quatro pessoas	03	08%
Mora com mais cinco pessoas	03	08%
Mora com mais de cinco pessoas	01	03%
TOTAL	36	100%

Fonte: Pesquisa de Campo, Barreiras 2013.

 

A tabela 7 mostra os seguintes dados: que 10 (dez) doadores pesquisados, ou seja, 28% (vinte e oito por cento) residem com mais três pessoas; 08 (oito) pesquisados 22% (vinte e dois por cento) residem com mais duas pessoas, 07 (sete) 20% (vinte por cento) moram com mais uma pessoa, 04 (quatro) 11% (onze por cento) moram sozinhos, 03 (três) 8% (oito por cento) residem com mais quatro pessoas, também 03 (três) doadores pesquisados 8% (oito por cento) residem com mais cinco pessoas e que apenas 01 (um) pesquisado 3% (três por cento) reside com mais de cinco pessoas.

Em analise, as pessoas que moram com uma família de 02, 03 ou 04 pessoas tiveram uma predisposição maior para doar do que pessoas que moram sozinhas ou pessoas q moram com famílias de 05 pessoas ou mais.

TABELA 8: MEIO DE COMUNICAÇÃO QUE INFLUENCIOU A DOAR SANGUE OU A ESCOLHER ESSA UNIDADE

INFLUENCIA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO	NÚMERO DE DOADORES	PERCENTUAL
Televisão	00	00%
Internet	00	00%
Rádio	00	00%
Nenhum	36	100%
Outro	00	00%
TOTAL	36	100%

Fonte: Pesquisa de Campo, Barreiras 2013.

 

            Essa indiferença aos meios de comunicação citados na pesquisa nos faz pensar sobre a eficiência das estratégias que vem sendo utilizadas para a captação de novos doadores de sangue. O principal meio de propaganda utilizado pela unidade é a sua localização, visto que é um ponto de referência entre os munícipes e é de fácil acesso aos mesmos.

A unidade disponibiliza também de uma unidade móvel para a coleta externa, onde são realizadas campanhas de coletas em cidades que não disponibilizam de posto de captação más que utilizam os recursos de bolsas de sangue da unidade. Essa coleta é responsável por aproximadamente metade de toda a arrecadação de bolsas¹⁶.

 

TABELA 9: FATOR DE INFLUÊNCIA NA DECISÃO DE SER UM DOADOR

FATOR DE INFLUÊNCIA NA DECISÃO DE SER UM DOADOR	NÚMERO DE DOADORES	PERCENTUAL
Solidariedade direta	08	22%
Solidariedade indireta	20	56%
Apenas Triagem sorológica	00	00%
Solidariedade indireta e Triagem sorológica	07	19%
Solidariedade e Outros	00	00%
Outros	01	03%
TOTAL	36	100%

Fonte: Pesquisa de Campo, Barreiras 2013.

            Na tabela 9, na primeira coluna está quantificada como “solidariedade direta”, a doação para paciente especifico (doação de reposição), “solidariedade indireta” para os doadores pesquisados que responderam doar sem que haja necessidade de especificar paciente (doação espontâneo-voluntária) e “triagem sorológica” para pesquisados que responderam ter interesse direto no resultados dos exames de triagem sorológica.

Estão expressos na tabela 9 os seguintes dados sobre os fatores de influência na decisão de ser um doador: a “solidariedade indireta” foi o maior fator de prevalência entre os doadores, sendo 20 (vinte) 56% (cinquenta e seis por cento) dos pesquisados, em seguida a “solidariedade direta” com 08 (oito) 22% (vinte e dois por cento), logo em seguida aparece a “solidariedade indireta e triagem sorológica” com 07 (sete) 19% (dezenove por cento) dos pesquisados e apenas 01 (um) 3% (três por cento) dos doadores pesquisados descreveu “outro fator de influência” (o fator citado foi que ela ouviu falar que doar sangue ajudava a diminuir os sintomas da menopausa). Nenhum dos pesquisados respondeu apenas “triagem sorológica” como fator de influência na decisão de doar sangue.

Em comparação com outras unidades do país está unidade acompanha os altos índices de doadores espontâneo-voluntários de bancos de sangue que não tem vinculo hospitalar direto, fornecendo bolsas de sangue e hemoderivados para varias unidades como a Fundação pró-sangue e o Hospital do Servidor Público do Estado (HSPE). Nos bancos de sangue que visam fornecer apenas o hospital em que estão instalados os índices da maioria variam de 20 a 30% de doadores espontâneos, já a Santa Casa que fornece bolsas de sangue para 09 (nove) hospitais da capital do estado de São Paulo apresenta o perfil atípico de maioria de 66% dos doadores serem doadores de reposição, isso acontece pela quantidade de pacientes internados na unidade sede o que proporciona uma maior arrecadação de bolsas vinda de doadores de reposição e devido a esse grande numero de pacientes é possível abastecer mais 09 hospitais¹⁷. 

 

TABELA 10: FREQUÊNCIA DE DOAÇÃO

FREQUENCIA DE DOAÇÃO	NÚMERO DE DOADORES	PERCENTUAL
Doador de 1ª vez	09	25%
A cada 3 meses (4X / ANO)	02	06%
A cada 4 meses (3X / ANO)	09	25%
Duas vezes ao ano	08	22%
Uma vez ao ano	08	22%
Outro	00	00%
TOTAL	36	100%

Fonte: Pesquisa de Campo, Barreiras 2013.

A frequência de doação de sangue dos            pesquisados está descrita na tabela 10 com os seguintes resultados: 09 (nove) 25% (vinte e cinco por cento) dos pesquisados sendo doadores de 1ª (primeira) vez, do mesmo modo 09 (nove) 25% (vinte e cinco por cento) dos pesquisados afirmaram doar sangue 3 (três) vezes ao ano, 08 (oito) 22% (vinte e dois por cento) doam sangue duas vezes ao ano, também 08 (oito) 22% (vinte e dois por cento) doam sangue 01 (uma) vez ao ano e apenas 02 (dois) 6% (seis por cento) dos pesquisados relataram doar sangue 04      ( quatro) vezes ao ano.

Para o Ministério da saúde todo doador que faz doação a cada período de tempo pré-definido é um doador fidelizado, mas só é considerado um doador de repetição o doador que faz duas ou mais doações por ano, o doador que repete sua doação com intervalo maior que 13 (treze) meses é classificado como doador esporádico¹⁸. Sendo assim a referida unidade possui um índice de 75% (setenta e cinco por cento) de doadores fidelizados, e 53% (cinquenta e três por cento) de doadores de repetição.

Se todo doador de sangue brasileiro doasse em média 2 vezes por ano, não haveria falta de sangue disponível nas unidades¹⁹.

4. Conclusão

Ao final do presente estudo, é possível dizer que os objetivos que guiaram a pesquisa foram alcançados com êxito e que foi possível traçar o perfil dos doadores de sangue na unidade de hemocentro pesquisada.

A análise dos dados coletados para caracterizar o perfil dos doadores, permitiu concluir que a maioria dos doadores é do sexo masculino 64% (sessenta e quatro por cento), mesmo sendo minoria entre a população do município segundo o IBGE. Quanto ao estado civil prevaleceu os casados com 64% (sessenta e quatro por cento), a faixa etária dos 36 (trinta e seis) aos 45 (quarenta e cinco) anos liderou com 36% (trinta e seis por cento) dos doadores pesquisados, os dados referentes à escolaridade mostrou que 58% (cinquenta e oito por cento) dos doadores da unidade não concluíram o ensino médio, acompanhando assim a média nacional, a religião predominante entre os doadores foi a católica com índice de 60% (sessenta por cento) dos pesquisados.

Com relação à renda, a pesquisa mostrou que; 69% (sessenta e nove por cento) dos doadores pesquisados tem renda familiar mensal maior que dois salários mínimos; que 36% (trinta e seis por cento) ganham mais de três salários mínimos por mês e que somente 3% (três por cento) dos doadores pesquisados têm renda familiar mensal de até um salário mínimo. Todos os entrevistados responderam que nenhum dos meios de comunicação citados no questionário foi responsável pela escolha da unidade.

O fator motivacional predominante foi a “solidariedade indireta” (doador espontâneo) com 56% (cinquenta e seis por cento) e se acrescentar a esse fator a resposta “solidariedade indireta e triagem sorológica” o índice de doadores espontâneos passa de 56% (cinquenta e seis por cento) para 75% (setenta e cinco por cento).

Em relação à frequência, a predominância ficou com os doadores de primeira vez e com os doadores de três vezes ao ano com 25% (vinte e cinco por cento) cada. Em análise mais abrangente desses dados demonstra que 53% (cinquenta e três por cento) dos doadores da unidade são doadores de repetição, ou seja, quem faz duas ou mais doações por ano.

Atendendo aos objetivos específicos da pesquisa, verificou-se a existência de fatores que influenciam na doação de sangue, esses fatores foram: solidariedade, interesse no resultado dos exames de triagem sorológica e outros. A solidariedade representou fator motivacional à doação em 97% (noventa e sete por cento) dos doadores pesquisados, divididos da seguinte forma: “solidariedade indireta” (doador espontâneo) 56% (cinquenta e seis por cento), “solidariedade direta” (doador de reposição) 22% (vinte e dois por cento) e “solidariedade indireta e triagem sorológica” (doador espontâneo com interesse no resultado dos exames) 19% (dezenove por cento), outros motivos representaram 03% (três por cento) dos doadores contando com apenas com 01 (um) dos pesquisados que relatou ter ouvido falar que doar sangue ajuda a diminuir os sintomas da menopausa. Então concluímos que esses outros fatores influenciadores podem ser atribuídos a mitos ou fatos não comprovados pela ciência.  

Durante este estudo foi notável a pouca frequência de doadores de classes sociais mais elevadas, estudantes em geral e principalmente universitários; baseando-se nesse estudo é possível dizer que as pessoas menos favorecidas de forma sociocultural e econômica tem uma predisposição maior para ajudar o próximo com esse gesto tão belo que é a doação de sangue. A unidade pesquisada poderá elaborar campanhas mais eficazes para a captação de novos doadores usando estratégias especificas para os grupos que se mostraram mais sensíveis à doação bem como para a tentativa de sensibilizar os grupos mais ausentes.

 

 

 

 

 

 

5. REFERÊNCIAS

 

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2. SOUZA, M.H.L.;Elias, D.O.Princípios de Hematologia e Hemoterapia.Rio de Janeiro: Alfa Rio, 2005.

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13. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 2013. Disponível em http://cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?lang=&codmun=290320&idtema=16&search=bahia|barreiras|sintese-das-informacoes Acesso em 27/10/2013 às 17h05min.

14. HORA, Maria Tereza da. Doação de sangue, o que revelam os dados do hemocentro de alagoas. P. 50 Monografia (Obtenção de título de especialista em gestão do trabalho de saúde) Universidade federal de Alagoas – UFA. Maceió, 2008.

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18. Ministério da Saúde (BR). Portaria MS nº 1.353, de 13.06.2011 - DOU 1 de 14.06.2011. Disponível em: http://www.hemominas.mg.gov.br/export/sites/default/hemominas/menu/aInstituicao/legislacao/pt-ms-1353.pdf acesso às 08h20min

19. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução-RDC Nº 153, 2004. Disponível em:http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/resolucao_153_2004.pdf Acesso em 21/10/2013