Introdução

Segundo definição das Nações Unidas, "o voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos" (Mônica Corullón, 2008).

Em recente estudo realizado na Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança, definiu-se o voluntário como ator social e agente de transformação, que presta serviços não remunerados em benefício da comunidade; doando seu tempo e conhecimentos, realiza um trabalho gerado pela energia de seu impulso solidário, atendendo tanto às necessidades do próximo ou aos imperativos de uma causa, como às suas próprias motivações pessoais, sejam estas de caráter religioso, cultural, filosófico, político, emocional.

Altruísmo e solidariedade são valores morais socialmente constituídos vistos como virtude do indivíduo. Pressupõe-se que a prática de tais valores zelará pela manutenção da ordem social e pelo progresso do homem. A caridade (forte herança cultural e religiosa), reforçada pelo ideal, as crenças, os sistemas de valores, e o compromisso com determinadas causas são componentes vitais do engajamento.

O voluntariado, contudo, tem um potencial transformador o qual representa um crescimento interior do próprio indivíduo.

Desenvolvimento

O programa voluntários, criado pelo Conselho da Comunidade Solidária em 97, com o objetivo de promover e fortalecer o voluntariado no Brasil, define voluntário como o "cidadão que, motivado pelos valores de participação e solidariedade, doa seu tempo, trabalho e talento, de maneira espontânea e não remunerada, para causas de interesse social e comunitário",(Bruno de Aquino, 2006), porém em 1998, foi criada a lei 9.608/98, publicada no Diário Oficial da União em 19/02/1998, que dispõe sobre as condições de exercício do trabalho voluntário. Apesar disso, o conceito não difere do difundido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para quem voluntário é o "jovem ou o adulto que, devido ao seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social ou outros campos".

Esse diploma legal veio para regular esta relação de trabalho a fim de não só estimular a prática do voluntariado, como também, criar um respaldo jurídico capaz de facilitar a profissionalização do serviço voluntário e evitar a reclamação de direitos trabalhistas, não dando nenhuma vantagem para as pessoas que resolvam dedicar seu tempo a uma causa nobre através da ajuda a alguma entidade.

Segundo Fábio Daniel, podemos estabelecer três tipos de ações voluntárias:

1.ºVoluntariado Pontual – cuja participação é pontual, como mutirão, eventos, etc. O perfil desse tipo de voluntário é de que trabalha e só tem tempo de participar de ações voluntarias aos finais de semana e em certas ocasiões. Esse tipo de voluntário não possui vinculo direto com a instituição.

2.ºVoluntariado Organizacional – estabelecida através de qualquer forma de apoio formal ou organizado de uma empresa a empregados ou aposentados que desejam servir, voluntariamente, uma comunidade, como seu tempo e habilidades.

3.ºVoluntariado Vinculado – é definido por pessoas que são encaminhadas por um grupo (Universidades, Empresas, etc.) a uma instituição para a realização de trabalho voluntário, assumindo assim um compromisso de atuar em dias e horários estabelecidos entre a instituição e o voluntário. O perfil dos voluntários vinculados são pessoas que podem doar seu tempo durante a semana ou no final de semana, assumindo assim, um compromisso presencial.

Segundo Miguel Darcy, "Trabalho voluntário é uma via de mão dupla: o voluntário doa e recebe
Voluntariado não tem nada a ver com obrigação, com coisa chata, triste, motivada por sentimento de culpa. Voluntariado é uma experiência espontânea, alegre, prazerosa, gratificante. O voluntário doa sua energia, tempo e talento, mas ganha muitas coisas em troca: contato humano, convivência com pessoas diferentes, oportunidade de viver outras situações, aprender coisas novas, satisfação de se sentir útil".

Voluntariado é uma relação humana, rica e solidária. Trabalho voluntário não é uma atividade fria, racional e impessoal. É contato humano, oportunidade para se fazer novos amigos, intercâmbio e aprendizado. Este sentimento de estar sendo útil a alguém é uma motivação fortíssima para o envolvimento de pessoas como os idosos, aposentados e portadores de deficiências, que a sociedade tende a desvalorizar e considerar inúteis.

Alguns são capazes individualmente de identificar um problema, arregaçar as mangas e agir. Outros preferem atuar em grupo. Grupos de vizinhos, de amigos, de estudantes ou aposentados, de colegas de trabalho que se mobilizam para ajudar pessoas e comunidades. Por vezes, é uma instituição inteira que se mobiliza, seja ela um clube, uma igreja, uma entidade beneficente ou uma empresa. No voluntariado é assim: não há fórmulas nem receitas a serem seguidas e cada um é voluntário a seu modo.

Conclusão

Com a grande responsabilidade, comprometimento e vontade de ajudar as pessoas que precisam, chega-se a conclusão que o voluntariado aplica-se em todas as partes da sociedade. As pessoas as vezes não participam por falta de tempo, mas qualquer tempo, o mínimo que seja, pode ser dedicado a serviços voluntários. O voluntariado é fruto de uma sociedade que sabe de suas limitações e se dispõe a ajudar, mesmo não tendo retorno financeiro, pois sabe que a maior riqueza que se pode ter é sentir-se útil e de bem com a vida, que está ajudando alguém que precisa e que essa pessoa sempre será grata pela sua ajuda.