O presente artigo é um tipo de resenha sobre o livro "O Futuro Roubado" ( título original : "Our Stolen Future") de Theo Colborn, Dianne Dumanoski e John Peterson Myers, por L&PM Editores S/A, Porto Alegre-RS, 2002, 354 páginas, que trata de ecologia, fertilidade, população, meio ambiente, distúrbios funcionais, metabólicos, e que tem como tema central resíduos no ambiente e nos alimentos, sobretudo de agrotóxicos e seus derivativos.

A edição brasileira é prefaciada por José A. Lutzenberger, agrônomo e ecologista brasileiro de renome internacional por inúmeras participações ativas na luta pela conservação e preservação ambiental, tendo grande expressão científica e política no cenário brasileiro das décadas de oitenta e noventa. Na opinião de Lutzenberger O Futuro Roubado deve ser considerado como uma continuação aprofundada e atualizada do alerta de Rachel Carson que, em 1962, com seu livro Primavera Silenciosa, representou um marco de repercussão internacional para a consciência ambiental e que desencadeou o movimento das entidades não-governamentais de luta ecológica. No prefácio da edição brasileira o referido ambientalista salienta: " A produção industrial maciça dos agrotóxicos foi desencadeada após a Segunda Guerra Mundial a partir da procura de gases para matar gente. Eles não chegaram a ser empregados, mas, em novas formulações (como no caso dos ésteres do ácido fosfórico) foram então oferecidos à agricultura para matar insetos. O DDT era curiosidade de laboratório. Quando Muller descobriu que matava insetos, sem, aparentemente, ser tóxico para humanos, passou a ser usado em grande escala na guerra do Pacífico para proteger os soldados americanos da malária. Os compostos do grupo 2,4-D e 2,4,5-T foram desenvolvidos para destruir as colheitas dos japoneses por pulverização aérea. A bomba atômica se antecipou, os japoneses assinaram o armistício, os transportes de grandes cargas voltaram, as substâncias foram reformuladas para matar ervas daninhas na agricultura. Os ambientalistas devem esperar que este livro venha a ter o máximo de circulação para que contribua a desencadear a nova movimentação necessária. Que não aconteça com ele o que aconteceu com a edição brasileira do livro de Carson que logo desapareceu de circulação... Ou o que aconteceu com o livro de Arthur Primavesi A Biocenose do Solo que teve destino igualmente misterioso". São as palavras de Lutzenberger.

A edição americana (Our Stolen Future) é prefaciada pelo também ambientalista Al Gore (Vice-Presidente dos Estados Unidos no governo Clinton), que salienta: "No passado, escrevemos o prefácio para a edição que comemorava os 30 anos de publicação da obra clássica de Raquel Carson, Primavera Silenciosa. Mal sabíamos que pouco tempo depois estaríamos escrevendo o prefácio para um outro livro que, de muitas formas, é a continuação dos trabalhos de Carson. Graças ao grito de alerta de Carson, desenvolvemos formas novas e vitais de proteger os cidadão americanos. Agora, O Futuro Roubado vem propor questões tão profundas quanto aquelas que Carson propôs há várias décadas, questões para as quais precisamos buscar respostas. Primavera Silenciosa foi um chamado urgente, uma advertência eloqüente sobre os perigos representados pelos agrotóxicos sintéticos. Além de descrever a forma como os agentes químicos persistentes estavam contaminando a natureza, Carson documentou de que maneira esses agentes químicos estavam acumulando em nossos corpos. Desde então, estudos feitos com leite materno e o tecido gorduroso de seres humanos confirmaram a medida da exposição que sofremos. Pessoas em lugares tão remotos quanto a Ilha de Baffin, no extremo norte do Canadá, já carregam em seus corpos indícios de agentes químicos persistentes, inclusive os notórios PCBs, DDT e dioxina. O que é ainda pior, sabe-se agora que as mães estão transmitindo este legado químico para a geração seguinte, através do útero e do leite materno. Em uma de suas últimas palestras, Carson advertiu que esta contaminação representava, nada mais nada menos, um experimento sem precedentes: uma exposição de populações inteiras a agentes químicos extremamente venenosos, como comprovam os estudos com animais. Agentes químicos que, em muitos casos, têm efeitos cumulativos. Atualmente, este tipo de exposição começa a acontecer tanto antes como durante o nascimento. Se não mudarmos nossos métodos atuais continuará acontecendo ao longo de toda a vida das pessoas que já nasceram. Ninguém sabe ainda quais serão os resultados deste experimento, já que não há nenhum paralelo anterior que possa nos guiar. Estamos apenas começando a compreender as conseqüências de tal contaminação. O Futuro Roubado começa de onde Carson parou. O livro revisa o conjunto enorme e crescente de evidências científicas que demonstram a relação entre os agentes químicos sintéticos e desenvolvimento sexual aberrante, problemas comportamentais e dificuldades reprodutivas. Embora grande parte das provas apresentadas por estes estudos científicos estejam relacionadas a efeitos ecológicos e a populações animais, elas apontam para implicações importantes também para os seres humanos. Embora os cientistas estejam apenas começando a explorar as implicações destas pesquisas, estudos preliminares com animais e seres humanos relacionam os agentes químicos a inúmeros problemas, inclusive contagens baixas de espermatozóides no sêmen; infertilidade; deformações genitais; cânceres desencadeados por hormônios, como câncer de mama e de próstata; desordens neurológicas em crianças, como hiperatividade e déficit de atenção; e problemas de desenvolvimento e reprodução em animais silvestres. Novos fatos científicos ainda estão surgindo. A compreensão sobre a natureza e o tamanho da ameaça vai evoluir à medida que as pesquisas avançam. Além disso, como os agentes químicos industriais são um setor importante da economia global, qualquer tipo de prova que relacione estes produtos a problemas na saúde humana inevitavelmente causará controvérsia. O assunto é de importância crítica, que nos força a fazer novas perguntas sobre os agentes químicos sintéticos que espalhamos pela Terra. Por nossos filhos e netos, precisamos urgentemente encontrar respostas. Cada um de nós tem o direito de saber e o dever de aprender (grifo nosso)". Esta é a interessante opinião de prefácio do ambientalista Albert Arnold Al Gore, que entre outras feitas, já recebeu o prêmio Nobel da Paz, junto com o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas da ONU.

O livro em questão oferece uma descrição realista e fácil de compreender sobre a pesquisa científica emergente que investiga de que maneira uma ampla variedade de agentes químicos sintéticos alteram delicados sistemas hormonais e outros. São sistemas que têm um papel fundamental em vários processos, desde o desenvolvimento sexual humano até a formação do comportamento e o funcionamento do sistema imunológico. Resíduos de agrotóxicos parece ser o tema central mais pertinente dos três autores. Relacionamos a seguir alguns parâmetros que chamam a atenção no conjunto da obra:

1. Caso do Lago Apokpa, Flórida.

Contam os autores que na década de oitenta, "a julgar pelos mangues luxuriantes que circundam o lago Apokpa, um dos maiores corpos d'água da Flórida, este deveria ser o paraíso dos jacarés. Era fácil entender por que o lago estava no topo da lista dos pesquisadores estaduais e federais da vida silvestre quando estes começaram a procurar a fonte de suprimento de ovos para uma indústria multimilionária no estado da Flórida: a criação de jacarés do Apokpa não tinham ovos de sobra para dar. As pesquisas mostravam que, em alguns lagos da Flórida, 90% dos ovos postos pelas fêmeas de jacaré eclodiam. No lago Apokpa, esse índice mal chegava a 18%. Pior ainda, as metades dos filhotes que conseguiam sair da casca definhava e morria nos primeiros dez dias de vida. Lou Guillete, especialista em biologia reprodutiva de répteis ligado à Universidade da Flórida, não conseguia entender os sintomas que estava observando. Parecia não haver dúvidas de que os problemas dos jacarés do lago estavam relacionados de alguma forma ao acidente ocorrido em 1980 na Companhia Química Tower, uma indústria química localizada a 400 metros da beira do lago. Imediatamente depois do vazamento do agrotóxico dicofol (acaricida), mais de 90% da população de jacarés desaparecera. Mas por que razão os jacarés estariam apresentando problemas reprodutivos quando as amostras de água já havia tempos sugeriram que o lago estava limpo? Quando os pesquisadores entraram na água à noite, em botes, para encurralar os jacarés e examiná-los mais de perto, encontraram uma deformidade estranha em vários machos: pelo menos 60% tinham pênis diminutos, muito menores do que o normal. Um fato assim nunca havia sido relatado antes. Que tipo de efeito tóxico seria esse?".

2. Restrições federais ao DDT nos E.U.A. em 1972.

No capítulo Venenos Hereditários, Colborn e colaboradores relatam o que se sucedeu após a restrição ao uso do DDT nos E.U.A., restrição motivada pela comprovação de que este agrotóxico estava provocando o afinamento da casca do ovodas águias e outras aves. Logo após a imposição de severas restrições federais ao DDT, em 1972, o problema das cascas de ovos finas e quebradiças, começou a desaparecer e muitas populações de pássaros que haviam sofrido seriamente se recuperaram radicalmente. Neste capítulo os autores relatam que as histórias de contaminações não terminam de forma assim tão simples. Os autores relatam: "De fato, as populações de certos pássaros previamente ameaçados de extinção, como a gaivota Larus argentatus e o cormorão da crista dupla ( Phalacrocoraxidae), atingiram números sem precendentes e se tornaram até um incômodo em muitos locais. Ainda assim, o crescimento explosivo entre espécies oportunistas poderia não ser um sinal de recuperação do meio ambiente.Paradoxalmente, uma explosão populacional desse porte poderia, da mesma forma como uma diminuição dramática da população, ser sinal de um ecossistema estressado"(grifo nosso).

3. Contaminação do Mar Báltico

No mesmo capítulo relacionado acima, os autores relatam:"no Mar Báltico, biólogos haviam registrado uma redução no tamanho dos testículos dos peixes, uma condição aparentemente relacionada ao grau de contaminação por produtos organoclorados, uma classe de agentes químicos sintéticos que contem cloro nas moléculas. No entanto, os cientistas não conseguiam descobrir qual agente químico estava causando problema, porque os métodos de análise disponíveis tinham conseguido identificar apenas seis por cento dos agentes organoclorados sintéticos presentes nas águas do Báltico. A cada ano, indústrias químicas lançavam centenas de novos agentes químicos sintéticos no mercado, em um ritmo muito mais acelerado do que o ritmo em que os toxicologistas e as agências regulamentadoras conseguiam desenvolver testes para detecção dos novos agentes.

4. O caso de gaivotas machos feminilizados

Ainda no capítulo Venenos Hereditários os autores relatam: "Dados da literatura científica ambiental indicavam que vários agentes químicos sintéticos, inclusive o agrotóxico DDT, podiam, de alguma forma, atuar como hormônio feminino estrógeno. Para testar tal teoria, injetaram quatro substâncias em ovos de duas espécies de gaivotas de áreas relativamente não contaminadas: duas formas de DDT (o DDE, um, subproduto do mesmo, e o metoxicloro, outro agente sintético agrotóxico que, segundo relatos, também agia como o estrógeno). O experimento mostrou que os níveis de DDT observados em áreas contaminadas podiam afetar o desenvolvimento sexual dos pássaros do sexo masculino. Observou-se uma feminilização dos órgão reprodutores dos machos (presença de células tipicamente femininas nos testículos e, no caso de doses mais altas, presença de um oviduto, canal que serve para a passagem dos ovos e é normalmente encontrado apenas nas fêmeas). Descobriram que cinco entre sete machos eram significativamente feminilizados e que dois tinham órgãos sexuais obviamente anormais. Obviamente os pássaros tinham perdido o interesse no acasalamento".

5. Agentes químicos em animais silvestres, na cadeia alimentar e no leite materno.

Finalizando o capítulo Venenos Hereditários, os autores relatam: "Talvez ninguém tivesse se dado conta da real importância dos estudos de resíduos tóxicos. Quanto mais se aprofundavam, mais paralelismos ficavam aparentes. Nas análises de tecidos em animais silvestres, os mesmos agentes químicos apareciam de novo e de novo nas espécies afetadas. Entre esses agentes encontravam-se os agrotóxicos organoclorados DDT, dieldrin, clordane e lindane, assim como família de agentes químicos industriais conhecidos como PCBs. Eram agentes que os toxicologistas sabiam medir, e também eram os mais baratos para se analisar. Os jovens pássaros não conseguiam produzir energia suficiente para sobreviver. Os mesmos agentes químicos foram detectados em alta freqüência na gordura de seres humanos, inclusive na gordura do leite materno". Finalmente podemos entender a razão de este capítulo ser intitulado Venenos Hereditários.

6. Casos de perda de fertilidade

No capítulo Cinquenta Maneiras de Perder a Fertilidade, Colborn e colaboradores relatam: " Toxicologistas e fisiologistas descobriram recentemente que o DDE, um agente químico universal resultante da decomposição do DDT, encontrado com freqüência no corpo humano, age como um bloqueador de andrógeno. Como o vinclozolin (fungicida recomendado para uva, morango,etc) , ele se liga ao receptor de andrógeno e o bloqueia, de forma que os sinais do próprio corpo não conseguem passar. Provavelmente existem mais antiandrógenos a serem descobertos, espalhados pelo meio ambiente, do que qualquer pessoa jamais suspeitou. Uma outra classe de fungicidas, os derivados da pirimidina (produtos indicados no Brasil até recentemente para cultivos desde cereais até frutas e plantas ornamentais), inibem a capacidade do corpo de sequer produzir hormônios esteróides, de forma que mensagens vitais acabam jamais sendo enviadas".

7. A questão dos ursos polares contaminados

No capítulo Até os Confins da Terra os autores relatam na forma trágica e romanceada: " depois de mais de três meses de escuridão e falsos amanheceres, o sol finalmente abre caminho no horizonte, sinalizando a aproximação da primavera na Ilha de Kosgsoya, bem ao norte do Círculo Ártico, no arquipélago norueguês de Svalbard. Rapidamente, os dias começam e se tornam mais longos, enquanto as focas começam a se aventurar para fora da água e a cavar tocas para sua prole nos montes de neve acumulados pelo vento sobre o gelo próximo da praia. Um a um, os ursos polares começam a se mover dentro de seus esconderijos embaixo da neve profunda que se acumulou. Apenas as fêmeas prenhas se entocam para o inverno. As fêmeas que não estão prenhas e os machos passam os meses de escuridão vagando pelas grandes distâncias sobre blocos de gelo em constante movimento a tal ponto de circundar essa parte de Svalbard durante a maior parte do ano. Apesar de Svalbard ser um lugar remoto e de aparência prístina, os ursos que vivem lá são altamente contaminados com agentes químicos industriais, inclusive PCBs, o agrotóxico DDT e vários outros compostos sintéticos persistentes conhecidos por pertubar a reprodução em ambientes silvestres" (grifo nosso).

8. Como os agrotóxicos viajam.

No mesmo capítulo os autores afirmam: "Por algum tempo, os especialistas em agricultura achavam que o agrotóxico toxafeno, era um avanço científico em relação ao DDT porque desaparecia rapidamente das plantações onde era aplicado. Algum tempo se passou antes que alguém se desse conta de que o produto não desaparecia; simplesmente evaporava e seguia adiante, na forma de partículas. Grandes quantidades velejaram no vento até os Grandes Lagos tão distantes".

9. O caso dos Agentes Laranjas no Vietnã.

No capítulo Um tiro Certeiro Colborn e colaboradores relatam:"no universo dos agentes químicos sintéticos, a dioxina tem a reputação de ser um dos piores desordeiros. O mais fatal, o mais temido e o mais evasivo para os cientistas que procuram desvendar o segredo de sua toxicidade. Testes de laboratório haviam demonstrado que a dioxina era milhares de vezes mais mortal do que o arsênico para porquinhos-da-Índia, que morriam depois de ingerir apenas um milionésimo (1/1.000.000) de grama por cada quilo de seu peso corporal. Estes testes demonstraram também que a dioxina era o cancerígeno mais poderoso jamais testado em uma variedade de espécies animais. A controvérsia atual sobre o Agente Laranja (nome dado pelo exército para uma mistura que continha os herbicidas 2,4-D e 2,4,5-T, este último um agente químico facilmente contaminável por dioxina durante a fabricação) é centralizada nesse agente químico poderoso. De 1962 até 1971, os militares norte-americanos despejaram mais de 19 milhões de galões de herbicidas sintéticos sobre 14 milhões de quilômetros quadrados no Vietnã, na tentativa de acabar com a cobertura de floresta tropical onde, conforme acreditava o comando do exército, as forças inimigas estavam se escondendo. A arma pulverizada chamava-se Agente Laranja. No alto da campanha contra a floresta tropical, soldados espalharam Agente Laranja não apenas de aviões, e helicópteros, mas também de barcos, jipes, caminhões e até a pé, usando fumigadores manuais. Nos anos seguintes ao seu retorno do Vietnã, os veteranos relataram uma série de problemas médicos pessoais e familiares, que variavam de câncer até deficiências em seus filhos.

10. A dioxina interferindo no DNA.

Relatam os autores, no mesmo capítulo Um tiro Certeiro, que "os pesquisadores fisiologistas descobriram que depois que a dioxina ocupa o receptor em uma célula humana, ela se liga ao DNA no núcleo da célula, incitando muitas das mesmas mudanças dos genes observadas em experiências com animais. Os seres humanos não parecem menos susceptíveis a esse efeito. Ninguém sabe ainda o que acontece a seguir para produzir todos os efeitos biológicos díspares associados à dioxina, incluindo a alteração do desenvolvimento".

11. Golfinhos sem resistência imunológica.

No capítulo Aqui, Acolá e em Toda Parte, Colborn e colaboradores relatam : "Experimentos de imunologistas dos Estados Unidos comprovaram a relação entre a resposta imunológica e níveis de poluentes em golfinhos relativamente saudáveis, cujo sangue foi tirado depois de serem capturados com redes em águas rasas na costa da Flórida. Usando exames de laboratório para linfócitos, parecidos com aqueles usados para detecção precoce de comprometimento do sistema imunológico em seres humanos infectados por vírus, encontraram evidências de que a reação imunológica em golfinhos caía à medida que os níveis de PCBs e DDT aumentavam sua presença no sangue. Esse fato representa evidência adicional de que animais altamente contaminados provavelmente já estavam sofrendo com o comprometimento do sistema imunológico antes de serem atacados pelos vírus relacionados a algumas das epidemias marinhas".

12. Preocupação com agentes cancerígenos.

No capítulo Além do Câncer, os mesmos autores desenvolvem importantes considerações a respeito da possibilidade de um produto químico provocar câncer. Relatam de maneira indagadora: "Da mesma forma como o câncer ocupa um lugar especial em nossos temores, esse mal também ocupa um lugar especial na regulamentação federal norte-americana. Por mais de duas décadas, o câncer definiu e direcionou o processo de regulamentação de agentes químicos tóxicos por parte da Agência de Proteção Ambiental, que para avaliar riscos de câncer emprega pressupostos diferentes daqueles que são empregados na consideração de outros tipos de risco. Para riscos não relacionados ao câncer, como danos à reprodução e ao desenvolvimento, a agência pressupõe que um agente químico pode não representar perigo em concentrações abaixo de um limite determinado. Mas, quando a questão é câncer, a Agência de Proteção Ambiental usa um modelo linear, que assume que nenhum nível é seguro.Até mesmo a menor dose de um agente químico é presumivelmente capaz de causar câncer".

13. Atitudes de defesa pessoal.

O capítulo Defesa Pessoal do livro em questão aborda tópicos de defesa que devemos levar em consideração neste planeta já contaminado. Os autores estabelecem as seguintes recomendações básicas:

Saiba que água você está bebendo.

Escolha seus alimentos com inteligência.

Evite usos e exposições desnecessárias.

Melhore sua auto proteção.

Atenção para as pesquisas.

Finalizando, face ao exposto é possível concluir que o livro O Futuro Roubado não é apenas mais um romance científico bem elaborado, mas um livro de alerta, quase um manual de sobrevivência, com argumentos e fatos cientificamente trabalhados. Alguém já disse que se nada for feito pelas gerações atuais para salvar o planeta, as gerações futuras provavelmente irão cuspir em nossos túmulos.