O resgate histórico e a sustentabilidade econômica andam mais unidos do que se imagina. Longe, muito longe dos ideologismos político-partidários que cegam e por fim, matam, longe, muito longe do simplório conceito de "industrialização impacotável" do turismo, turismólogos e historiadores ainda não atentaram para seus relevantes papéis 'em aliança? e coesos entre si para a preservação do patrimônio histórico, artístico e cultural do país. A oportunidade esta à espreita, e é a World Cup FIFA 2014, no Brasil.
Negar que estamos contentes pela valorização do Brasil em sediar magnânimo evento global, não podemos negar, contudo, podemos negar que, somos carentes em infra-estrutura? Aeroportos problemáticos? Saneamento básico "basicosíssimo"? Sistema de saúde e educação precária? Quando se busca legalizar o que considero inconstitucional, ou seja, liberar para o setor privado o desregramento dos gastos ao evento... Isso que nem adentramos no mérito da questão de se um governo que é res público, deve participar com custos e gastos, uma vez que aos governos compete sim a divulgação da imagem de seu país, mas também de programas sociais e públicos. Isso já é outra questão delicada que prefiro não adentrar, mas que deve ser refletida. O evento deveria ser totalmente de investimento privado.
Pense rápido, o turismólogo tem a função de promover o setor e gerar com seu trabalho, com seu esforço, mais qualidade de vida à sua gente. Pense rápido, o historiador tem a função de resgatar o passado, promovendo a reflexão para o futuro. Certo? Então que tal resgatarmos a história, promovendo uma melhor qualidade de vida á nossos cidadãos? Esbarramos nas metodologias em que ou se "capitaliza" tudo, ou se "comuniza" tudo. Problemas e interferências ideológicas num país deveras ineficiente quanto à qualidade do ensino. É o velho ensino papagaio. Não reflita não discorde, concorde, e "viva" a democracia...
Resgatar a história pode ser muito mais do que uma simples publicação em um livro que ficará no estande de uma biblioteca. O capital do conhecimento do passado pode através do turismo promover a qualidade de vida dos cidadãos, afinal, povo feliz não é o objetivo principal dos "idealistas céticos"?
A Copa do Mundo divulgará nossa cara, favelada, maltrapilha e mendicante, ou, de prédios de vidro, belezas naturais e "sorrisos sorridentes". Que vamos querer divulgar? E mesmo que a escolha seja as últimas, deixaremos as primeiras escondidas? A Copa é do Brasil, se é do Brasil é dos brasileiros, de todo os brasileiros, não de parte de nós.
Estas duas carreiras acadêmicas devem romper paradigmas do universo douto, romper com a permissiva lógica dos estigmas gerando contra-estigmas, ou visões distorcidas entre ambas. Vender, capitalizar no Turismo é tão importante para a empregabilidade e felicidade de nosso povo quanto à humanização o é para uma sociedade mais justa como querem os profissionais das ciências humanas. Para tal, o patrimônio histórico, artístico e cultural, precisa assim como os atrativos naturais, de um enfoque bem maior, em números, em pesquisa, em análises qualitativas e mistas.
A educação patrimonial começou ontem para nós, estamos atrasados, seja para nossas crianças e mais ainda para até mesmo nossos "leigos doutos", pois se, é de criança que se aprende novos valores somente as crianças irão espraiar em maior proporção aos demais. Aliás, esta Copa do Mundo de 2014 não é a grande oportunidade de desenvolver o turismo cultural de nosso país?
Vamos resgatar o passado, nossas histórias, elitistas ou populares e ao mesmo tempo comercializá-las para gerar renda e empregos, proporcionando assim maior felicidade e pão ao nosso próprio povo? Já comercializamos livros sobre o passado, vamos vender cultura, apenas de forma distinta. Que trabalhem os turismólogos e historiadores em conjunto, em grupos de trabalho para assim, criarmos uma nova visão conciliadora de conhecimentos. Aqui fica o meu desafio.