No artigo publicado em 2000, “Perspectivas da Gestão Escolar e Implicações quanto a Formação de seus Gestores”, a autora Heloisa Lück, que é Doutora em Educação pela Columbia University, analisa a mudança de concepção de escola e suas implicações quanto à gestão escolar e a Formação de seus Gestores. Alguns elementos desse movimento que altera o sentido e a concepção de educação, de escola e da relação escola e sociedade.

A educação, no contexto escolar, sabe que é ativa e complexa e exigindo esforços redobrados e maior organização do trabalho educacional, assim como participação da comunidade, a fim de que possa ser efetiva, já que não basta na unidade de ensino apenas preparar o aluno para níveis mais elevados de escolaridade, uma vez que o que ele precisa é de aprender para compreender a vida, a si mesmo e a sociedade, como condições para ações competentes na prática da cidadania.  Nessa visão pode ser correlacionada aos quatro pilares da educação; Aprender a ser, Aprender a viver e conviver juntos uns com os outros, no qual acredito ser bastante relevante em relação à formação integral que todos por direito deveriam receber durante processo de formação na educação básica.

           Devemos ter a clareza que o ambiente escolar deve oferecer essas esta experiências ao indivíduo. A autora destaca a transição de um modelo estático para um paradigma dinâmico Esse novo paradigma é fundamentado pelos seguintes pressupostos: A realidade é global, sendo que tudo está relacionado a tudo, direta ou indiretamente, estabelecendo uma rede de fatos, circunstâncias e situações, intimamente interligadas.

          A realidade é dinâmica, sendo construída socialmente, pela forma como as pessoas pensam, agem e interagem. O ambiente social e comportamento humano são dinâmicos e por isso, imprevisível, podendo ser e não plenamente controlados. O controle não pode diminuir o valor ou a qualidade nem impor limite a orientação educacional.

          Garantir formação competente de seus alunos para que se tornem cidadãos participativos da sociedade é responsabilidade do governo e de entidade ao, ao mesmo tempo, autoritária e paternalista, sob a minha ótica penso ser negativo porque na minha percepção esse não é o papel do profissional da área da educação e muito menos governamental. Deveriam oferecer oportunidades para que nossos alunos possam aprender para compreender a vida, a sociedade e a si mesmos e um direito do cidadão e deveríamos perceber que a organização viva caracterizada por uma rede de relações de todos os elementos que nela atuam ou interferem.

            É óbvio que tudo acontece dentro de um contexto de incerteza, ambigüidade, contradições, tensão, conflito e crise são vistos como elementos naturais de qualquer processo transformação, afinal na educação não existe receitas prontas e sim freqüentes desafios. A busca de realização e sucesso corresponde a um processo e não a uma meta. Não e realizações que devem, no entanto, ser continuamente buscados pela ação empreendedora.

           A responsabilidade maior do dirigente é a criatividade o talento, a competência e energia humana, pela mobilização contínua para promover uma cultura organizacional orientada para resultados e desenvolvimento.

             O diretor tem um papel importante perante a lei de direcionar as operações estabelecidas em órgãos centrais; responsável por repassar informações, controlar, supervisionar, "dirigir" o fazer escolar de acordo com as normas e diretrizes propostas pelo sistema de ensino.  O gestor da dinâmica social, pois deve mobilizar articular e estar preparado para lidar com a diversidade para dar-lhe consistência e unidade; responsável por promover transformações de relações de poder, de práticas e da organização escolar. Portanto se diretor deve cumpridor pleno dessas obrigações, de modo a garantir que a escola não fuja ao estabelecido em âmbito central ou em hierarquia do sistema de ensino.

             Ter visão da escola inserida em sua comunidade, a médio e longo prazo, com compartilhar o poder e a tomada de decisões de forma coletiva. Equipe Técnico-Pedagógica, Funcionários, Pais e Alunos, Comunidade, de acordo com a hierarquia bastante verticalizada, diga-se de passagem, subordinados a uma administração por comando e controle, centrada na autoridade e distanciada das implementações das ações. E isso não apenas fazem parte do ambiente cultural, mas o formam e o constroem, pelo seu modo de agir e de direcionar e de sua interação depende a identidade da escola na comunidade. Esse ponto fica muito claro quando os profissionais participam da construção da PPP (Projeto Político Pedagógico). Que se pressupõem antecipadamente as tensões, conflitos, contradições eram eliminados ou abafados, e a falta de comprometimento de pessoas, em qualquer nível de ação, pelos resultados finais, tensões, conflitos, contradições, incertezas são vistos como condições e oportunidades de crescimento e transformação, pois é através do erro que aprendemos.

        Quando a gestão e democrática o ambiente participativo cria uma visão de conjunto da escola no qual a responsabilidade e sociedade consideram a educação como responsabilidade não é exclusiva da escola. A comunidade não é mais indiferente ao que acontece na escola, exige que a escola seja competente em relação à qualidade de ensino e dispõe-se a contribuir.          

         Administração Escolar com competência tende a garantir formação competente de seus alunos para que se tornem cidadãos participativos da sociedade e a responsabilidade do governo devem ter como objetivo oferecer e garantir oportunidades para que seus alunos possam aprender para compreender a vida, a sociedade e a si mesma organização viva caracterizada por uma rede de relações de todos os elementos que nela atuam ou interferem.

         O conceito de autonomia da escola está relacionado com tendências mundiais de globalização e mudança de paradigma que têm repercussões significativas nas concepções de gestão educacional e nas ações dela decorrentes. A autonomia de um gestor esta na capacidade de tomar decisões compartilhadas e comprometidas e usar o talento e a competência coletivamente organizada e articulada, para a resolução dos problemas e desafios educacionais, assumindo a responsabilidade pelos resultados dessas ações.

         Desta forma, ao abordar este tema, a autora contribuiu com um aprofundamento sobre a discussão do papel dos professores, gestores e a forma como esses vêem a figura do aluno nesse processo. Sendo então o artigo extremamente rico e abrangente sobre as vertentes do novo panorama educacional no Brasil e se mostra como um importante referencia teórico para os estudantes dos cursos de graduação na modalidade Licenciatura, pois lhes dá uma clareza sobre o cenário que poderão encontrar ao estarem atuando já como profissionais da área, abordando sobre o que é lei e o que é realmente feito.

 

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

APORTA, Luciane R. Gestão Educacional: diálogo do Processo de Gestão Democrática do Estado de Mato Grosso. 2010. Disponível em: <http://www.webartigos.com/artigos/gestao-educacional-dialogo-do-processo-de-gestao-democratica-do-estado-de-mato-grosso/51789/>. Acesso em 8 mar. 2012

LÜCK, Heloisa. Perspectiva da Gestão Escolar e Implicações quanto à Formação de seus Gestores. Em Aberto, Brasília, v. 17, n. 72, p. 11-33, fev./jun. 2000.

MEIRIEU, Philippe. Carta a um jovem professor. Porto Alegre: Artmed, 2006.

NÓVOA, Antonio (Coord.). Os Professores em Formação. 3. ed. Lisboa/Portugal: Pub. Dom Quixote, 1997.

YAMASHITA, Ricardo. A autonomia das escolas no processo de ensino / aprendizagem: considerações necessárias para tal empreendimento. 2009. Disponível em: <http://oshumanos.wordpress.com/2009/08/30/a-autonomia-das-escolas-no-processo-de-ensino-aprendizagem-consideracoes-necessarias-para-tal-empreendimento/>. Acesso em 5 mar. 2012.