FACULDADES BATISTA DO PARANÁ

MESTRADO PROFISSIONAL EM TEOLOGIA

RESENHA

Professor: Antônio Renato Gusso.

Disciplina: Leitura e interpretação.

Mestrando: Claudio José Bezerra de Aguiar.

Obra: KUNS, Claiton André. A ação parabólica do batismo de Jesus (Mc. 1.9-11). Via teológica, São Leopoldo, volume 13, n.26, p. 8-48, 12/2012.

Observando a ação de Jesus em ser batizado, Kuns se preocupa em saber a razão de Jesus ser batizado e o que esta ação tenta transmitir. Com este enfoque realiza uma exegese do texto de Marcos 1. 9-11.

A sua obra exegética é dividida em quatro partes. A primeira parte oferece uma visão geral do texto, e o que alguns autores dizem a respeito do texto em questão. Seguindo cogita sobre as razões na escolha da delimitação do texto. Após, faz uma análise da crítica textual, onde apresenta que algumas traduções gregas deparam diferença. Pois umas apresentam que uma voz veio do céu, e outras uma voz foi ouvida. Mas isso não acarreta divergência na interpretação. Na parte final ajeita sua própria tradução.

A segunda parte inicia com uma análise do contexto histórico e literário da passagem. O povo esperava pelo cumprimento das profecias e João deixa claro não ser ele o messias esperado. E os evangelhos mostram um contraste significativo, pois Jesus não veio das cidades esperadas, Jerusalém, Judéia. Ele vem de Nazaré. Marcos apresenta apenas esta vez a cidade, mas em vários registros vai falar sobre o nazareno. No contexto cultural, será mostrada a relevância e o significado do batismo para Israel. Pureza está totalmente ligada ao batismo. A palavra grega que faz referencia ao batismo, traduzida literalmente significa mergulhar, lavar. Para igreja, o batismo serviu para ajudar preservar os credos é teve o sentido de morrer para o pecado e ressuscitar para Cristo.

A terceira seção ofereceu uma apreciação do texto do batismo de Jesus. A veracidade do fato é questionada, mas confirmada pela igreja e por sua repetição nos quatros evangelhos, como não sendo por acaso. O texto mostra que Jesus foi realmente batizado por imersão, e Marcos é o mais enfático dos relatos, pois afirma que os céus se rasgaram. O relato do batismo de Jesus ilustra duas passagens do Antigo Testamento (Salmos 2.7, Isaías 42.1), para ratificar a missão de Jesus. Ele não estava recebendo o Espírito de Deus naquele momento.

A quarta divisão aponta uma resposta para classificação do batismo como parabólica. Pode ser considerada uma ação parabólica pelo estilo (narrativa e diálogo mesclados), pessoa gramatical (predominância da terceira pessoa), tempo verbal (passado), tipos de freses (pergunta retórica, e/ou sentença declarativa), semântica (verbos que denotam movimento). Conclui, com a confirmação da passagem, servir para admitir a identificação de Jesus com as pessoas, “autenticado pelo Espírito e reconhecido pelo Pai”.

A exegese que o autor apresenta é coerente. Realiza um caminho interpretativo, que leva o autor a não ter duvidas de sua tese. Ao examinar seus argumentos e suas citações, novas perspectivas são alcançadas. Como a importância negativa que era atribuída ao povo de Nazaré, e o fato dos autores dos evangelhos fazerem questão de dizer que Jesus vinha de Nazaré para ser batizado, era porque o fato realmente era importante.

A leitura desta exegese é recomendada para quem quer aprofundar o conhecimento sobre Jesus e sua função na terra. E para quem deseja ter uma leitura mais integra do texto.