O SENTIR


O pensamento objetivo ignora o sujeito da percepção é porque ela se da o mundo todo feito, como meio de qualquer acontecimento possível, e trata a percepção como um de seus acontecimentos. Por exemplo, o filosofo empirista considera um sujeito X no momento em que percebe e procura descrever o que se passa: há sensações que são estados ou maneiras de ser do sujeito e, devido a isso, verdadeiras coisas mentais. O sujeito que percebe é o lugar destas coisas e o filosofo descreve as sensações e seu substrato como se descreve a fauna de um pais longínquo, - sem se perceber que ele próprio percebe, que ele é o sujeito que percebe e que a percepção tal como a viu desmente tudo o que ele diz da percepção em geral. Pg. 214.
O sujeito da percepção permanecerá ignorado enquanto não soubermos evitar a alternativa do natural e do naturalmente da sensação como estado de consciência e como consciência de um estado, da existência em si e da existência para si. Retornemos pois à sensação e olhemo-la de tão perto que ela nos ensine a relação viva daquele que percebe com seu corpo e com o mundo.pg. 215.