A obra “multiletramentos: novos desafios e práticas de Linguagem na formação de professores de Inglês” tem como tema central o multiletramento com base nas orientações curriculares para o Ensino Médio/Língua Estrangeira.  Os autores trazem reflexões sobre os novos desafios para a formação de professores de inglês.

No primeiro capítulo do artigo, é esclarecido que o OCEM/LE foi criado com o intuito de contribuir com as práticas educacionais do Ensino Médio. Segundo Borba e Aragão (2012, p.225) o material buscou representar o meio acadêmico. Tal documento volta-se para a teoria da inclusão social, focando na leitura, comunicação oral e escrita.

Borba e Aragão (2012, p.226), ressaltam que:

O trabalho com a leitura e a escrita deve ser concebido como proposta a ser desenvolvida como práticas culturais contextualizadas e influenciado pela adoção das teorias de letramento e multiletramento que estão voltadas a ampliar a visão de mundo dos alunos, com consciência crítica e cidadania. (BORBA e ARAGÃO 2012, p.226).

 Segundo os autores, a escolha do texto a ser lido deve ser feita pelo aluno, para que assim possibilite uma maior visão de mundo.

Mais adiante são expostas no artigo dois exemplos de atividades que contribuem para a formação do aluno – leitor - cidadão. O capítulo é finalizado com a tese de que o multiletramento no contexto de Língua Estrangeira provoca reflexões tanto na prática pedagógica, quanto na própria formação do leitor da área.

No capítulo dois é explicado o conceito de multiletramento, porém antes disso, é feito a análise da diferença entre um alfabetizado e letrado. Para mostrar a diferença dos termos, os autores fazem uma viagem no tempo para mostrar o estudo do letramento. O multiletramento pode ser definido como multiletrado toda pessoa que tem domínio de leitura e escrita, seja qual foi o tipo de suporte.

Borba e Aragão (2012, p. 231 e 232) enfatizam que:

De acordo com Cope e Kalantzis (2001), precursores do NLG, o termo multiletramento destaca duas mudanças importantes e correlacionadas: o crescimento da ênfase dada à diversidade linguística e cultural, o que significa que, em um mundo globalizado, precisamos negociar diferenças todos os dias, bem como a influência da linguagem das novas tecnologias. Elas requerem de seus usuários o domínio de novas linguagens para a construção de significados que, além da linguagem tipográfica (textos escritos), integra outros meios semióticos, como cores, sons, imagens, que são formas de usar a linguagem para a construção de sentidos necessários para agir no mundo social. Segundo esses autores, as novas tecnologias de informação operam transformações que alteram profundamente três setores da existência humana: a vida do trabalho, a vida pública e a vida pessoal. (BORBA e ARAGÃO 2012, p. 231 e 232)

Através deste relato é percebível a importância do professor estar sempre atualizando seus conhecimentos, seus métodos de ensino e suas práticas tecnológicas.

O artigo nos mostra pontos importantes para que o professor deve dominar para atuar como um profissional multiletrado. Vejamos os requisitos: Letramento digital, letramento crítico, multimodalidade, hipertexto, gêneros digitais, cidadania, inclusão e exclusão.

Borba e Aragão acreditam que é necessário que haja mudança desde a formação inicial do professor de Língua Estrangeira, provocando assim a formação de um professor multiletrado, porém ainda há obstáculos que impedem tal passo, um deles é o próprio despreparo do professor com o multiletrar. Os autores finalizam tal artigo dizendo que, para ocorrer o desenvolvimento de multiletramento no inglês de escola pública, deve ser iniciado com a atitude do próprio professor.

BIBLIOGRAFIA:

BORBA e ARAGÃO, In: “Multiletramentos: novos desafios e práticas de linguagem na formação de professores de inglês”. Polifonia, Cuiabá/MT. P.223-240, jan./jul., 2012.