Coloca o autor, muito sabiamente que qualquer reflexão sobre o futuro dos sistemas de educação e de formação na cibercultura deve ser fundada em uma análise prévia da mutação contemporânea da relação com o saber. Neste momento, creio que seja oportuna uma revisão no que seria esta mutação contemporânea da relação com o saber?

Se considerarmos que muitas de nossas idéias a respeito de didática para ensinar ainda sejam rudimentos do que Comenius* enumerou como importante no século XVII , que a primeira universidade surgiu em 1215 em Paris, onde a Igreja comandava a forma e o que ensinar aos poucos que podiam pagar por este ensino , onde os mestres, deveriam ficar a frente do grupo, retrocedermos um pouco mais anterior a sala de aula e verificarmos que o professor, ou o mestre estava sempre a gente do grupo, como detentor do saber, vamos verificar que até hoje o ensino ainda utiliza muitas destas premissas afim de garantir sua autonomia. Se antes os alunos escreviam na lousa ,e depois cederam aos cadernos, agora teremos as telas de LCD (Liquid Crystal Display), a transposição seria simples se considerássemos aqui apenas a mudança de meio, mas no entanto

agora, precisamos saber bem, que o professor frente a este aparato precisa estar convencido de suas potencialidades e ter sua idéia de aprendizagem alavancada na possibilidade de que ele agora é apenas um facilitador e não um detentor, pois ninguém pode mais apropriar-se da velocidade de aprendizagem imposta pela tecnologia, ancorada na internet.

A seguir fala o autor da velocidade de surgimento e de renovação dos saberes e savoir-faire ( um acumulado de pensamentos desgarrados, comentários e pedaços de ficção barata,...). Tudo sito descreve agora uma possibilidade de renovação imposta a todos os presentes no mercado de trabalho.

Enfim, aquele profissional, vamos nos deter no tocante a educação que constitui sua aula com base num caderninho de páginas amareladas pelo tempo, tais quais suas idéias de ensinar, estará fora, pois não conseguirá dar conta das constantes modificações impostas pela velocidade do aprender de nossa época. A seleção começa na ponta do processo, agora o próprio professor será protagonista de sua formação ou estará tornado-se desnecessário ao processo. Neste ponto Pierre

coloca que pela primeira vez na história da humanidade, a maioria das competências adquiridas por

uma pessoa necessitará de atualização, literalmente refazer é um ato de continuidade e superação necessários a todos que pretendem freqüentar o mercado de trabalho atual e futuro.

Assim o autor vai enumerando aos poucos constatações em relação ao saber e seus profissionais, sua dinâmica, fala da velocidade dos saberes, cita como segunda à nova natureza do trabalho, e em terceira fala do ciberespaço que amplificam,exteriorizam e modificam numerosas funções cognitivas humanas: memória, imaginação, percepção e raciocínio.

Coloca ainda que as tecnologias refletemum componente humano, quando fala em tecnologias Intelectuais, destacando-as como geradoras de novas formas de acesso à informação, novos estilos de raciocínio e de conhecimento, citando a simulação como sendo a verdadeira industrialização da experiência do pensamento, que não advém nem da dedução lógica nem da indução a partir da experiência, aspecto com o que concordo plenamente, afinal, a velocidade imposta pela tecnologia não permite que uma simulação seja pretensamente pensada, a simulação surge como fruto do momento, sendo assim completamente atemporal.

Surge a idéia de inteligência coletiva, quando grupos humanos compartilham estas tecnologias individuais. Assim fala em saber-fluxo, destacando que o saber não pode mais ser contido nos planos do professor, pois não há mais como ser previamente elaborado. Como cada autor guarda em si sua contemporaneidade, agora não mais poderemos fazer uso de esquemas lineares. Assim, se A levapara B( Se A então B), num mundo não virtual, agora as possibilidade que ocorrem ao sair de A são infinitas, pois o suporte tecnológico, dá ao aluno esta possibilidade. Muito interessante, abandonar a idéia de pré-requisito, mesmo sabendo que eles estão presentes em qualquer aprendizagem a diferença está no fato de que dependendo do caminho escolhido pelo aluno eles serão conquistados em diferentes momentos, perde-se a uniformidade de aprender todos no agora, assim, ele acontece na ordem de cada um. Este cada um ocupa uma posição singular e evolutiva.

Pierre distingue duas modificações necessárias nos sistemas de educação e formação, citando em primeiro lugar a aclimatação dos dispositivos e do espírito do Ensino aberto e a distância, colocando que embora a EAD faça uso de hipermídia, as redes de comunicação e outros, cita que o essencial se encontra em um novo estilo de pedagogia.

Assim surge um professor animador de inteligência ao invés de um fornecedor de conhecimentos. Esta característica aparece aliada ao fato de o professor reconhecer as experiências adquiridas, afinal o aluno não chega a escola vazio de saberes, e assim com a interação de todos, construímos o que ele chama de árvores do conhecimento.

A ARTICULAÇÃO DE NUMEROSOS PONTOS DE VISTA

Pierre cita sua experiência na Universidade de Paris, onde ele pede a cada estudante que faça uma exposição oral de dez minutos. Porém na véspera o aluno deve apresentar por escrito, um resumo de duas páginas, contendo bibliografia. Quando um aluno realizou o trabalho utilizando o recurso da internet, surge a constatação de que página, em ambos os caos é um campo demarcado, no entanto, a página, impressa em celulose, é fechada, enquanto a outra bem sabemos de suas potencialidades quando transforma um simplestexto em hipertexto.

Pierre lança uma hipótese de que o irrefreável crescimento do ciberespaço nos indica alguns traços essenciais de uma cultura que deseja nascer. Veja que momento nós estamos presenciando na história: o nascimento de uma cultura.

Desta forma o autor expressa na contradição de que na web tudo se encontra no mesmo plano e no entanto tudo é diferenciado, não há hierarquiaabsolutapois a web articula uma multiplicidade aberta de pontos de vista, mas essa articulação é feita transversalmente, em rizoma(tipo de caule que cresce horizontalmente), sem o ponto de vista de Deus, sem a unificação sobrejacente.

O SEGUNDO DILÚVIO E A INACESSIBILIDADE DO TODO

Neste dilúvio, não há terra firme, nem paisagens estáveis. O autor lembra o final do século XVII, quando nesse momento frágil no qual o antigo mundo disparava seus mais belos fogos enquanto as fumaças da revolução industrial começavam a mudar a cor do céu. Cita quando Diderot e d'Alembert publicaram sua Encyclopédie, onde o conhecimento lá estava postado totalizável, adicionável, assim coloca que o ciberespaço não significa que tudo possa ser acessado mas sim que o todo está definitivamente fora de alcance. Não há mais a arca, para salvar o principal. Passam a existir as totalidades parciais, onde cada um deve reconstituir à sua maneira de acordo com seus próprios critérios de pertinência. Agora teremos então miríades, pequenas embarcações e as metáforas de nossa época dizem respeito a surfar as ondas do saber e não mais escalar as pirâmides de autrora.

QUEM SABE A REENCARNAÇÃO DO SABER

As páginas da Web exprimem idéias, desejos, saberes, ofertas de transação de pessoas e grupos humanos, por trás do hipertexto, aberto, cheio de possibilidades ativadas pelos seus links. Como é comum em seus textos Pierre coloca que as páginas, as redes interativas são fatores potentes de personalização ou de encarnação do conhecimento. Quando coloca da frivolidade do esquema da substituição, recorda que o telefone não impediu o encontro das pessoas, apenas facilitou agilizou o contato para que tais encontros ocorressem, assim a comunicação por meio eletrônico não o fará, apenas agilizara tais acontecimentos.

Fala em ecologia cognitiva das sociedades, referindo-se ao que foi citado anteriormente como árvores do conhecimento dizia que embora os suportes de informação não determinem automaticamente este ou aquele conteúdo de conhecimento, contribuem, contudo para estruturar em a "ecologia cognitiva" das sociedades. Coloca muito bem que pensamos junto com e dentro de grupos e instituições que tendem a reproduzir sua idiossincrasia impregnando-nos com seu clima emocional e seus funcionamentos cognitivos. Nossas faculdades de conhecer trabalham com línguas, sistemas de signos e processos intelectuais fornecidos por uma cultura, relembra que não multiplicamos da mesma forma com pedras, algarismos romanos, assim evoluímos, mas precisamos aprender com aquilo que hoje são denominados rudimentos.

Lembra que quando surgiu a escrita o saber foi transmitido pelo livro,... . Surgiu daí o intérprete,..., assim surge após o sábio, o cientista,...a biblioteca supera o livro,...fala da espiral onde podemos retomar a Possibilidade da oralidade, da transmissão pela comunidade viva fazendo uso do ciberespaço. Coloca ainda quea partir de agora, os sistemas e os conceitos abstratos cedem terreno aos mapas finos da singularidade, à descrição detalhada dos grandes objetos cósmicos, dois fenômenos da vida ou dos costumes humanos. Cita vários exemplos, tais como física de partículas, fala de que experiências como as que envolvem o acelerador de partículas que como constituem eventos caros são realizados uma única vez, sendo compartilhados pelos demais através do ciberespaço.

A SIMULAÇÃO, UM MODO DE CONHECIMENTO PRÓPRIO DA CIBERCULTURA

Ele define a simulação como sendo uma tecnologia intelectual que amplifica imaginação (aumento de inteligência) e permite aos grupos que compartilhem, negociem e refinem modelos mentais comuns, qualquer que seja a complexidade deles,... . Para aumentar e transformar determinadas capacidades cognitivas humanas (memória, o calculo, o raciocínio especialista) a informática exterioriza parcialmente essas faculdades em suportes digitais, ora uma vez que esses processos cognitivos tenham sido exteriorizados e reificados tornam-se compartilháveis e assim reforçam os processos de inteligência coletiva se as técnicas forem utilizadas com discernimento.

Ele qualifica a inteligência artificial não apenas como sendo dublês de especialistas humanos, mas sim como técnicas de comunicação e de mobilização rápida dos saberes práticos nas organizações. Coloca que tanto no plano cognitivo como na organização do trabalho, as tecnologias devem ser pensadas em termos de articulação e de criação de sinergia (trabalhar junto) e não de acordo com o esquema de substituição. Lembra que as técnicas não substituem o raciocínio, mas prolongam e transformam a capacidade de imaginação e de pensamento. Fala da capacidade da memória de longo prazo e de curto prazo,..porém coloco a simulação como um papel crescentenas atividades de pesquisa científica,de gerenciamento, de aprendizagem, mas também nos jogosdiversões, não coloca esteelemento a ponto de substituir a experiência mas sim de potencializar um número de hipóteses, assim diz que da interconexão caótica à inteligência coletiva o saber destotalizado flutua.de onde resulta um sentimento violento de desorientação, causado coloca ele pela possibilidade de interação de todos com todos,...,mas diz ainda que é condição de existência de solução prática para os problemas de orientação e de aprendizagem no universo do saber em fluxo. O ideal mobilizador não é mais a inteligência artificial, mas sim a inteligência coletiva, a criação de sinergia entre as competências.
         O ciberespaço, interconexão dos computadores do planeta, tende a tornar-se a principal infra-estrutura de produção, transação e gerenciamento econômicos. Qualquer política de educação tradicional deve levar isso em conta.