UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB 

Resenhado p[i]or: José Carlos de Oliveira Ribeiro, 2008.

 FREIRE, Paulo. Saberes necessários à prática educativa. São Paulo, 23a edição, Editora Paz e Terra, 2002.

Paulo Freire Nasceu em Recife em 1921 e faleceu em 1997. É considerado um dos grandes pedagogos da atualidade e respeitado mundialmente. Publicou várias obras que foram traduzidas e comentadas em vários países. Suas primeiras experiências educacionais foram realizadas em 1962 em Angicos, no Rio Grande do Norte, onde 300 trabalhadores rurais se alfabetizaram em 45 dias Suas atividades são interrompidas com o golpe militar de 1964. Algumas de suas principais obras: Educação como Prática de Liberdade, Pedagogia do Oprimido, Cartas à Guiné Bissau, Vivendo e Aprendendo, A importância do ato de ler.

Segundo o autor, é preciso ter esperança para enfrentar a problemática da aprendizagem e não se entregar ao comodismo. Assim, procurar de certa forma instigar a reflexão e a busca de soluções e assim tornar possível tecer a vida com objetivos. Portanto desse raciocínio, abrir uma discussão no sentido inovador, pois ficar no problema e não buscar soluções não tem fundamento e a vida sem sentido, conforme as colocações apontadas.

É preciso que cada sujeito, não seja apenas um sujeito ou objeto de estudo da história, mas que seja um sujeito em ação, capaz de transformar a partir de convicções de mudanças, pois o sujeito que se incomoda com a situação e não busca soluções para seus problemas ele não será capaz de encontrar sua identidade, sua realidade e procurar meios que possam de certa forma mudar a maneira de pensar e agir a cerca da situação em que estar impregnada na sociedade em que faz parte. Assim o educador sem dúvida com visão e com esta criticidade, demonstrará que o ato de ensinar exige a convicção de que a mudança é possível. Partindo do princípio de que o sujeito é aquele que pensa, age e descobre que a condição a qual ele convive não é algo herdado ou resultado do que a sociedade reproduziu para si.

Dessa forma, o indivíduo compreende que ele não é sozinho, o culpado nesse processo, mas que existem vários pressupostos que ao longo do tempo vão reproduzindo através da sociedade. Como o autor descreve o exemplo do favelado que antes de conhecer o contexto em que estava inserido, não valorizava sua cultura e sua própria condição de vida, porém a partir de quando foi capaz de fazer uma leitura de mundo e, sobretudo do contexto em que estava inserido, ele aprendeu que a sua condição foi uma reprodução da sociedade.

Para o autor, o ato de ensinar exige dentre outros a curiosidade. A partir daí, cabe ao educador deixar a participação do educando, que entre na sua linha de pensamento e isto é possível na medida em que o educador saiba dialogar com seus educandos, pois é essa curiosidade é que vai aguçar a vontade de querer saber mais e de ir além dos conhecimentos recebidos na escola. Dessa forma, ensinar requer muito comprometimento por parte do educador no sentido de contribuir para que a aprendizagem de fato.

É preciso que o sujeito tenha liberdade, pois não é possível falar em educação democrática sem que a mesma não der liberdade para que o jovem critique e dê opiniões, ideias a cerca de determinado assunto em discussão na sala de aula, para tanto, esse sujeito no âmbito familiar também precisa ter liberdade para procurar o de certo para sua vida e, sobretudo para a formação da cidadania, pois é através dos acertos e dos erros que melhor irá aprender a conviver em sociedade bem como, saber dos direitos e dos deveres.

Assim, o livro de Paulo Freire. Pedagogia da Autonomia torna muito importante para o educador, pois trata de uma obra bastante relevante no exercício profissional do professor, comprometido com a educação. Pois para ele o ato de ensinar não se baseia em apenas transmitir conhecimentos do educador para o educando de maneira vertical, mas sim a partir de uma de um meio dialogado para construir o conhecimento.

O educador deve ser um motivador que busque as melhores metodologias que mais desperte no educando o interesse de aprender, pois se bem feita a educação pode ser um ato prazeroso tanto para o educador quanto para o educando. Assim não ficar apenas na boniteza.

Esta obra de Paulo Ferirei indicada a todos aqueles que se interessar em saber como atuar em sala de aula de maneira democrática principalmente aos estudantes dos cursos de licenciaturas como: Pedagogia, Geografia, História, Biologia, Física, Matemática Química dentre outras áreas afins, assim como para os profissionais que já atuam na educação e que precisam saber da melhor prática em sala de aula.

 [i] Professor de Geografia na rede municipal de Poções – Bahia, Pós-graduando em gestão pública pela UESB e Ensino de Geografia pelo Instituto pró Saber.