FACULDADE CENECISTA DE OSÓRIO

 

 

 

                       

 

 

HISTÓRIA DO DIREITO

 

                        Fernando Quartiero

                RESENHA DO TRECHO “Inimizade Perpétua”

DO LIVRO MUNDOS EM GUERRA

 

 

 

 

 

 

      

 

 

NOME: Jandira Inês Weber de Rosso

               

 

 

 

                       

                                                        MUNDOS EM GUERRA

                                                          Inimizade Perpétua

                                                          

                                                           ANTHONY PAGDEN

            Este livro em si fala da história antiga e seus mais de 2500 anos de guerras e duras batalhas, a grande maioria delas travadas em nome de deus.

            Este capítulo se inicia falando da história  da origem da Europa, Ásia e África, sendo que, dentro da mitologia, Europa era uma mulher asiática que foi sequestrada por Zeus, o pai dos deuses, eles se amaram e ela deu a luz à três filhos, semi-deuses, e como ela era asiática, este seqüestro foi considerado uma afronta, e com isto, Jasão seqüestra Medeia, a filha do rei de Cólquida, e posteriormente, os troianos seqüestram Helena, esta não sendo tão contra a sua vontade, esposa do rei Menelau e a levam para Tróia, fazendo com que o irmão do rei tomasse Tróia e ocupasse por 10 anos.

            Desde 490 a.C. até 479 a.C., houveram intermináveis lutas entre a Ásia e a Europa, as guerras persas.

            Para Heródoto, chamado de “o pai da história” pelo grande jurista romano Túlio Cícero, ficava a dúvida do porque e como uma grande amizade entre os dois continentes se transformou desta forma, imaginava não passar de pretextos os seqüestros míticos, assim como a guerra de Tróia. Neste caso já não eram mais apenas fatos mitológicos, mas sim, Históricos.

            A arqueologia moderna traz uma versão diferente quanto ao surgimento do Império persa, mudando a versão de Heródoto, sendo este chamado por Platão, “o pai das mentiras”.

            Entre 585 e 538 a.C. firmam-se as batalhas e conquistas de territórios, sendo que em 539 a.C.  Ciro chega à Babilônia onde é muito bem recebido e se torna herdeiro do rei da Babilônia, um ano depois ele assina um decreto permitindo que os judeus retornassem à sua terra natal, sendo chamado então pelo Profeta Isaías de “Ungido do Senhor”.

            Ciro passou à se considerar o soberano, todo poderoso, porém ainda assim enfrenta sérios problemas em suas fronteiras mais distantes, sendo que em 530 a.C. dá-se a sua derrocada, quando tenta dominar o império da rainha Tômiris, sem dar ouvido aos seus conselhos, segue em frente e enfrenta, segundo Heródoto, a batalha mais violenta entre nações estrangeiras, tendo ela mesma cortado a sua  cabeça, mergulhando dentro de uma jarra de vinho.

            Este foi muito bem sucedido por seu filho que invade o Egito, sendo lá aceito como novo faraó, governando com “selvageria  insana”, em 522 a.C. morre de gangrena, quando o trono Persa é tomado por dois magi, sacerdotes religiosos, reinado que durou apenas um ano quando sete persas assassinaram todos os magos que encontrassem à frente, extinguindo quase toda a tribo.

            Cinco dias depois, três deles discutem sobre a melhor forma de governo, onde Otanes defende a democracia dizendo: “Vamos então pôr fim à monarquia e dar força ao povo, pois o povo está acima de tudo”. Para ele, a política não pode estar separada da ética.

            Megabíases discorda dizendo que seria intolerável escapar das mãos de caprichosos assassinos de um rei para cair n as mãos igualmente perversas da gentalha. Defende a Aristocracia dizendo que é melhor que um grupo seleto de homens governe.

            Finalmente Dário, este defende a monarquia, diz que mudar a forma tradicional não traria nenhum benefício, mas apenas levariam à conflitos pessoais.

            Dario ganhou o reinado através de um truque e se tornou um grande imperador, introduziu a moeda comum, ouro e prata, o dárico, e foi o primeiro a ter a sua imagem cunhada em moedas. Estabeleceu o zoroastrismo dentre a elite persa e deu ao seu império uma capital digna de seu tamanho e força, Persépolis. A sua ascensão marcou a eclosão dos conflitos com a Grécia e o início dos movimentos de unificação da Europa e Ásia. Os dois atos terminam em batalhas, a de maratona e a de Salamina.

            Por conta da revolta Joniana em 499 a.C., os atenienses, que não tinham armas, desembarcaram em Éfeso e seguiram até a capital, Sardes, tomaram a cidade e queimaram tudo, inclusive o Templo de Cibele, o que para Dario foi uma afronta,  no que ele prometeu vingança aos gregos. Uma vez suprimida a revolta joniana, Dario destituiu os tiranos e reorganizou as comunidades com um novo código de governo, agora a Democracia.

            Ele dividiu os povos de Ática em 10 novas tribos e estabeleceu um Conselho, chamado de Poulé ou Conselho dos Quinhentos, este cuidava dos assuntos financeiros e externos, reunindo-se regularmente, enquanto Dário avança em suas conquistas.

            A batalha de Maratona marcou o fim da 1ª guerra persa, sendo utilizado o nome “maratona” para encorajar e inspirar os povos outrora dominados pela tirania.

            Dario começou a se preparar para uma nova invasão porém morre antes de  concluir seus planos, deixando o poder ao seu filho Xerxes.

            A história antiga está repleta de sonhos, e Atossa, viúva de Dario e mãe de Xerxes, sonha com a derrota futura de seu filho, afirmando que a Grécia, Europa, jamais será subjugada por ninguém.

            Xerxes, persuadido por seu primo Mardoqueu, ambiciona a Europa, ele uniria o que a mitologia desmembrou, Lo e Europa, e Helena.

            Estes depositam sua fé nos números, o que venceria seria um exército numeroso, e reuniram um exército de tamanho devastador para que pudesse conquistar toda a Grécia, porém diante de atitudes desrespeitosas e arrogantes diante dos deuses, os gregos o viam  como um fraco, seu exército, apenas uma horda movidas pelo medo, não guerreiros, mas sim, escravos.

            Diante de tão pequeno exército dos gregos, estes não escravos mas movidos apenas pela fome de liberdade, Xerxes questiona à Demarato se teriam coragem de enfrentá-lo, este explica que o que os mantinha longe da miséria e da tirania era a sabedoria e a força da lei, e mesmo que fossem reduzidos à mil homens, ainda assim o enfrentariam.

            Apesar de livres e inteligentes, os gregos eram divididos e isto foi facilmente percebido por Xerxes que sem dificuldade foi conquistando cada pequena cidade, uma a uma, porém se tornou, assim como Dario III, um profanador de templos.

            Estava prestes a tomar a Ilha de Salamina, em 480 a.C., para onde os gregos fugiram e se refugiaram, ele observa e sente a sua “inevitável vitória, quando os atenienses pegaram os persas despreparados e, destruindo suas embarcações, matam quase todos os seus homens, poucos sobraram, sendo este o 1º grande conflito naval e a 1ª vitória grega, selando o futuro da Europa, sendo vista como um trunfo da democracia.

            Os aliados gregos levantaram um monumento em Delfos para celebrar a batalha final, era composto de 3 serpentes de bronze entrelaçadas entalhadas com o nome das 31 pequenas cidades que haviam resistido aos persas.

            Vejo, dentro da história antiga, que os mitos foram usados realmente como desculpas esfarrapadas para confrontos, batalhas e disputas sangrentas em busca de território e poder, independentemente do regime de governo, vimos o pavor dos povos diante da tirania de seus governantes que até mesmo matavam em nome de deus.

            Hoje, porém de modo mais sutil, ainda podemos ver a tirania estampada em nossos governantes, onde vemos o abuso de poder por parte daqueles que deveriam nos proteger, onde a nossa liberdade de expressão e de opinião está sendo punida com a morte.

            História antiga? não, esta é a nossa história atual, contemporânea, onde vemos nosso povo inerte e cego diante de tanta covardia.

            Até quando?