O leitor 

O filme começa ser narrado em 1950, Michael Berg, o leitor relembrando talvez os momentos mais felizes de sua vida, pois no filme as cenas de sexos não representam apenas o ato em si, mas o descobrimento dos dois personagens, ele descobrindo o sexo, porque Hanna foi à primeira mulher que ele teve relação sexual, e ela, porém, descobrindo o mundo mágico que envolve o universo literário tão desconhecido por ela, e nesse prazer de ouvir as leituras feitas por ele, ela também atenta-se, o faz perceber que ele tem talento e sabe representar.

A personagem por duas vezes saiu da vida dele, no primeiro momento quando aparece a primeira e única crise no relacionamento, quando ele á acusa de não ter se lembrado do seu aniversário, ele menciona que os colegas de escola fizeram-lhe uma festa surpresa, indiretamente ele mostra para ela que o seu mundo não é o dela, pois também existe a diferença de idade, e a segunda vez se deu pelo suicídio. Tem uma parte no filme, (talvez seja uma digressão imposta pelo autor para desviar nossa atenção), muito intrigante por sinal que é quando ela é promovida por ter feito um bom relatório, porém tudo nós leva a crer que não foi ela que o fez, e quando o chefe diz que ela ira trabalhar no setor administrativo, isso causa-lhe espanto, esse também foi um dos motivos que ela tenha usado para fugir, (pois sentia-se incapaz de exercer esse novo cargo) sem saber o leitor pode te-lá prejudicado, pois em momento algum ela confessa que não tem domínio da escrita e da leitura.

Eles se reencontram após oito anos de separação total, num tribunal onde ela é a ré, acusada de crimes de guerra cometidos pelos nazistas, sendo acusada de participar de holocausto, durante o julgamento o juiz, pergunta-lhe se ela fez os relatórios que decidia pela escolha que levaria a morte das judias, ela diz que não, mas as outras guardas que trabalhava com ela lhe acusam de te-lo feito, e o juiz para confrontar as letras pede que ela escreva alguma coisa para que seja feita a comparação, diante da pressão feita pelo juiz ela resolve confessar ter feito os relatórios e é nesse momento, que ele o leitor percebe que ela está mentindo, e tudo fica claro para ele, quando começa a refletir dos momentos de leitura, no restaurante que ela pede para ele fazer os pedidos das refeições. Após a confissão Hanna é condenada à prisão perpetua, ela preferiu assim, ela poderia ter confessado que não sabia ler e nem escrever, mas esta situação a envergonhava, e o leitor respeitou a sua decisão.

Ele se casa tem uma filha, porém o relacionamento não dá certo, pois as lembranças do passado atormentam-o, depois da separação ele resolve ler para Hanna, compra varias fitas cassetes e grava os livros e lhe enviam, o primeiro é A dama e o cachorrinho, que por sinal era esse livro que ele estava lendo para ela no dia da discussão que os separaram, essas gravações dão um novo sentido para vida de ambos, Hanna decide ir até a biblioteca da prisão pegar o livro para tentar ler, vai ouvindo a gravação e circulando a letra a, e assim assimilando a leitura e a escrita, e começa a se comunicar com ele através de pequenas cartas.

Michael é avisado que ela ficará em liberdade, vai visitá-la, se depara com uma mulher já velha e sem vigor, ele demonstra frieza, afirma que dará um emprego e um lar, ela percebe que o sentimento que ele sente por ela é só piedade, ele deixa transparecer que apesar de tudo que viveram o passado não se fará presente, não haverá mais leituras. É também retratado no filme que ela não tem ninguém que a espere do lado de fora da cadeia, então não te-lo para fazer as leituras torna sua vida sem sentido, pois afinal o personagem dele é o LEITOR, e sobre esse aspecto que se desenrola toda a trama, então ela se suicida.