JOSÉ MARIA MACIEL LIMA[1] 

 

O Filme A Fúria de Titãs é uma grande produção cinematográfica do diretor Louis Leterrier, pode ser classificada como uma grande Aventura que traz como tema a mitologia grega, e segue a temática cinematográfica das grandes produções que enfatizam a histórias da sociedade grega na “antiguidade”. Além disso, nesta obra, pode-se ver também a questão “cosmológica” uma tentativa de explicar a origem do homem, bem antes da própria filosofia, em uma época, onde tudo se explicava através dos mitos.

Seguindo a temática das grandes produções que tratam da vida do povo grego, a fúria de Titãs é marcada pela disputa do poder entre mortais (homem) e imortais (Deuses), que tem como pretexto a traição, que pode ser considerada uma das características das grandes lutas grega.

O filme retrata os mistérios e a riqueza da mitologia grega, enfatizando revolta dos homens contra os reis e estes contra os deuses. Os homens queriam decidir seus próprios destinos, pois até então, acreditava-se que tudo emanava dos deuses. Com o passar dos tempos, a humanidades estava descontentes e se revoltaram contra os desuses, e foi nesse mundo de intriga que nasceu Perseu, fruto da vingança de Zeus contra Acrísio Rei de Argos, pois na mitologia grega era comum os deuses se relacionarem com os humanos.

Se sentindo traído, Acrísio, para lavar a sua honra e a do seu povo, colocou sua esposa e seu filho bastardo em uma arca de madeira e os joga ao mar. Guiado pelo poder de Zeus, o menino é encontrado por um pescador, que o cria, como filho. Anos mais tarde, por infortúnio da guerra, sua família é morta por Hades, rei dos reinos dos mortos. Revoltado, Perseu jura vingança. 

Guiado pelo sentimento de vingança e manipulado pelos Deus, Perseu foi enviado para o reino de Argos com o objetivo de destruir seu inimigo, Hades. Para isso, contava com o poder e proteção dos Deuses, mas, revoltado, recusava-se a prestar submissão a Eles. Era um semideus, mas vivia como mortal. Porém, para vencer seu inimigo, precisou da ajuda de seu pai, Zeus, que o enviou alguns presentes extras.

Um desses presentes foi Io, uma mulher amaldiçoada pelos Deuses a ficar eternamente jovem. Io, através de Zeus, conduziu Perseu a seus objetivos. Um deles era destruir o Craken, o filho de Hades, mas para isso, precisava consultar as bruxas do Jardim do Estígio, que nesta obra, podem está simbolizando o conhecimento, pois somente elas sabiam como destruí – lo. E foi a partir delas, que Perseu desvendou os mistérios de como extinguir seu inimigo.

Em busca disso, orientado por Io, partiu para o submundo, onde se localizava o templo de Meduza. Esta havia sido castigada pela Deusa de Atenas. Meduza, havia se relacionado sexualmente com Poseidon, que era amante de Atenas. Por isso, Meduza foi transforma em monstro, condenada a viveu como réptil. Além disso, tudo que olhava se transformava em pedra.

Assim, Perseu partiu em uma arriscada aventura, em busca da cabeça de Meduza, ciente de que, em hipótese alguma, poderia olhar para ela, caso contrário, se transformaria em pedra. Para isso, precisou enfrentar e destruir monstros, perigosíssimos. E junto de Pégaso, ele conseguiu libertar a princesa Andrômeda e libertou também o reino de Argos do terrível castigo dos Deuses. No momento em que Andrômeda estava preste a ser sacrificada, pois seu sague seria oferecido ao monstro Kraken, Perseu aparece montando em seu cavalo Pégaso, e utilizando a cabeça da Medusa, transforma o último dos Titãs em pedra. Andrômeda é libertada.

O filme A Fúria de Titãs, nos conduz a uma reflexão sobre a mitologia grega, rico de mitos e explicação sobrenaturais para os fenômenos que aconteciam na época, onde o comportamento e o destino das pessoas eram determinados pelos deuses, ou seja, possivelmente é uma das primeiras tentativas simplistas de explicar a existência, época que recebe o nome de cosmogonia. Comprovamos isso, a partir do filme, a antiga e insaciável sede do homem em explicar a sua existência. Outro fator a ser observado no filme, é que os deuses se comportavam de forma similar aos humanos e regiam as vidas das pessoas de acordo com o que sentiam.

Desse modo, o Filme, mostra que os Deuses da mitologia grega eram semelhantes a qualquer indivíduo mortal: passíveis de emoções, enfrentavam situações cotidianas da vida e possuíam também defeitos próprios dos seres humanos, o que os diferem é simplesmente o fato de possuírem poderes sobrenaturais e serem imortais.

Portando, A Fúria de Titãs, mostra um período em que o homem tenta explicar os fenômenos e acontecimentos através de mitos. O mundo era compreendido, até então, através de explicações míticas, repleta de deuses imperfeitos e humanizados, que submetiam a humanidade aos seus desejos e iras.

Relacionando o filme com a filosofia, pode-se dizer que antes do nascimento desta, tudo era explicado através dos mitos (período cosmológico). A partir do momento em que as explicações mitológicas não satisfizeram mais a curiosidade do homem antigo, começaram a buscar explicações mais racionais para as coisas.  Esse período é caracterizado pela busca do arché o princípio de todas as “coisas”, a origem do universo. 

[1] Professor da rede Estadual de Ensino, Licenciado Pleno em Letras/Português - UFPA, Letras/Espanhol-UNIUBE, Letras Inglês-UFOPA, Graduado em Filosofia pela FPA, Especialista em metodologia de Ensino de Filosofia e Sociologia-UNIASSELVI e Ensino de Língua Espanhola-UNICAM. E-mail: [email protected].