UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO

DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

Disciplina: Teoria da comunicação

Professora: Isabel Duarte

Curso: Jornalismo

Aluna: Renata Magalhães Jungmann

Data de entrega: 15/09/09

Referência Bibliográfica: Filme: O quarto poder, direção de Costa – gravas, EUA, Drama, 115 minutos, 1997. Produzido pela Warner Home vídeo.

Resenha:

A teoria Hipodérmica, que surgiu no período entre guerras, se baseia nos conceitos behavioristas (estímulo – resposta) e defende a idéia de uma mídia ilimitada de poderes onde tudo é assimilado pela massa. Ou seja, a teoria está inserida numa esfera onde está o processo de industrialização e tecnologias como o rádio, por exemplo, são recentes e alienantes à maioria da população, já que a mesma pressupõe uma reação imediata da propaganda nas pessoas sem nem considerar a hipótese de uma massa pensante.

O filme a ser resenhado se baseia bastante nessa teoria, no entanto com mais cautela e apuração já que ela não é mais completamente aplicável atualmente. À medida que o jornalista decide fazer uso do ocorrido no filme – guarda de segurança de um museu para reaver seu emprego decide ameaçar a chefe com uma espingarda – para se auto promover e por conseqüência afetar todos a sua volta em nível nacional, fica bem claro que o poder midiático – descrito como o quarto poder – é capaz de influenciar uma vasta gama de pessoas, e com muito sensacionalismo dominar a vida cotidiana de cada um incluindo seus pensamentos.

No filme, o jornalista decide ajudar o guarda de segurança que apesar de não ter pretendido, acabou por estar em uma situação muito comprometedora de seu caráter. É retratado de forma bem humorística e irônica como ocorre a manipulação não só das pessoas que estavam se informando do acontecido mas também do próprio guarda de segurança que muitas vezes pedia opinião do que fazer para a mídia quase como se fosse incapaz de pensar por si só, reforçando a teoria hipodérmica na situação.

Exclusividade, sensacionalismo, autopromoção, manipulação, o que for preciso para atrair a atenção e obter lucro é feito. A questão é: até que ponto deixa-se de se noticiar um fato para se aproveitá-lo dele, o que é de interesse público e o que é de interesse do público? Quando se analisa um filme como o descrito acima, o resultado mais decepcionante é que apesar de ser um filme, está mais próximo da realidade e da prática do jornalismo hoje do que o quê se estuda em teoria.

A teoria da "bala mágica", como também é conhecida a teoria primeiramente citada tem esse nome por motivos óbvios e literais já que as informações jorradas pela mídia atravessam a nossa pele e se infiltra no nosso corpo como verdade absoluta e incontestável. Muitas vezes quando se discute um assunto usa-se como argumento "mas isso estava no jornal, é dado", será? Utopicamente falando, toda notícia que corre pelos meios de comunicação de massa foi devidamente, estudada e apurada, mas esta não é a realidade atual, apesar de muitos esforços de uma minoria.

O professor Ivan Carlo em seu livro, teoria da comunicação, explica de forma clara e convincente as diferenças entre um multidão, a massa e o público. A multidão seria a busca do homem pelo anonimato, pois apenas assim ele pode agir sem medo, a massa seria sua tentativa de se igualar aos demais – fato que a mídia tira vantagem para propagandas, marketing como maneira de vender produtos – e o público seria a situação desejável, pois nele a pessoa teria aprendido a pensar por si só e capaz de tomar suas próprias decisões.

Em 115 minutos que tem o filme, os telespectadores se emocionam e se identificam com situação apresentada. O que mais se ressalta é a capacidade do diretor de mostrar e mesma situação de formas diferente – até mesmo opostas – com as mesmas cenas. Quando os dois lados da história são apresentados, os dois podem ser convincentes e tudo depende de qual lado a mídia vai se apoiar.