RESENHA do Artigo O Código Florestal tem Base Científica? de Jean Paul Metzger
Publicado em 28 de agosto de 2015 por Lindomar Gomes dos Santos
No artigo “O Código Florestal tem Base Científica?”, publicado em 2010, o autor Jean Paul Metzger, aborda sob forte embasamento bibliográfico os limites para as áreas de preservação estabelecidos pelo Código Florestal Brasileiro que é do ano de 1965.
O autor se propôs a estudar e analisar se estes limites estabelecidos em lei realmente eram os mais viáveis sob o ponto de vista científico e biológico.
Quais teriam sido os aspectos levados em conta para a fixação dos limites mínimos, por exemplo, da Mata Ciliar (Área de Preservação Permanente – APP)? Estudaram a topografia do local, o clima, o tipo de vegetação? São alguns dos aspectos que nortearam a pesquisa.
O autor ressalta o fato das diferenças entre os biomas, da necessidade de adequação para os limites de preservação estabelecidos para cada um deles, levando-se em consideração fatores como: proteção dos recursos hídricos, fauna e flora, solo etc. Todavia, ao término do seu estudo sobre esses limites para áreas de preservação permanente chegou a conclusão que bom parte delas suporta o limite mínimo de 30 m, para a mata ciliar, e para outras seria realmente necessário que essa distância fosse maior, inclusive para que se evitem os efeitos de borda e pudesse ser feita a manutenção da vida de espécies não tão generalistas e que necessitam de matas maiores para a preservação do seu nicho ecológico.
Metzger também disserta sobre a quantidade mínima de área que se pode deixar em uma propriedade para as Reservas Legais (RL), de formas que essas mantenham à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e a proteção da fauna e flora, que são alguns dos aspectos levantados na definição do que é RL e a sua finalidade.
O artigo também trabalha sobre o pensamento de se incluírem nas Reservas Legais (RL) a porcentagem já destinada a cada propriedade para as Áreas de Preservação Permanente (APP), desta forma “aproveitando” a sua extensão já como limite para a reserva. Sobre isso o autor deixa clara a diferença de finalidade das duas, tanto na definição legal, quanto na função biológica e até mesmo geográfica de cada uma delas.
A quantidade de estudos já a este respeito, bem como os estudos pesquisados pelo próprio autor como referencial bibliográfico, demonstra o qual importante são essas discussões no cenário atual, inclusive quando se discute o Novo Código Florestal Brasileiro. Assim sendo o artigo publicado por Jean Paul Metzger contribui de forma generosa para o rol de discussões e reflexões a respeito daquilo que é necessário ser feito para mudar, daquilo que precisa ser mantido, bem como daquilo que necessita de pequenas alterações para a nova realidade, que com certeza é muito distinta da época em que o código fora criado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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