A Conservação do Cerrado Brasileiro é o título do artigo escrito por Carlos A. Klink e Ricardo B. Machado e publicado em 2005. O artigo trata inicialmente da grande diversidade do bioma e de sua importância para o Brasil.

O cerrado é um dos principais componentes da fauna e flora brasileira, sendo também um dos mais ricos em biodiversidade e extensão. Entretanto, o fato de não ter sido abordado pela Constituição de 1988, como sendo um bioma característico do Brasil e, portanto com  limites  a  sua  utilização,  abriu brechas para o oportunismo latifundiário em práticas de monocultura, como por exemplo, as de soja e cana-de-açúcar, entre outras, já que entendeu-se que o seu uso poderia ser livre. Segundo dados apresentados pela dupla de autores, de um estudo feito em 2002, imagens de satélite demonstraram que cerca de 55% do Cerrado já foram desmatados ou transformados pela ação humana.

Todavia apesar da grande degradação ambiental o cerrado ainda apresenta sua grande importância enquanto bioma, no artigo os autores fazem referência ao fato deste ser considerado um dos é um dos hotspots mundiais de biodiversidade.

O uso do solo, que é outro fator que preocupa, em se tratando da ocupação do cerrado. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta, em especial em culturas como a de soja, que provoca a perda da camada superficial do solo (KLINK & MACHADO, 2005)

A utilização do cerrado como meio de expansão agrícola, remete à época dos  bandeirantes,  com  as  suas expedições  de  interiorização  do  país.  Nessa mesma época,  já  iniciaram-se  as  práticas  agro-pastoris  nesse  bioma,  vindo dessa  mesma  época  a  utilização  de  métodos errôneos no  seu  cultivo,  como exemplo disso temos as queimadas que são utilizadas até hoje, como forma de preparar  o  solo  para  o  cultivo  entre  uma  plantação  e  outra. E muitas  vezes essa prática são do controle e acaba ultrapassando os limites dos campos de cultivo  e  se  alastrando  para  partes  da  vegetação  do  cerrado  que  deveriam permanecer intactas e ser preservadas.

O artigo demonstra ainda as iniciativas que têm sido tomadas nos últimos anos para tentar frear a destruição do cerrado, como a criação de reservas e áreas de preservação, bem como destaca também, o papel das ONG’s e a importância primordial da atuação dos governos dos Estados na conservação do bioma e da participação dos produtores rurais no seu uso mais consciente.

Então frente ao cenário exposto pelo artigo, torna-se de extrema importância a  disseminação  de  uma  postura ambientalmente  mais  correta  com  relação às práticas  de  manejo no  cerrado, tanto  para  as  gerações  que  já  fazem  o  seu  uso,  para  que  o  façam  de  uma forma mais racional, bem como para sensibilizar as gerações que ainda estão em  formação,  para  a  atual  situação  de  utilização  desse  bioma  e  da necessidade de um uso ambientalmente mais responsável, o que tem se constituído como um desafio e um caminho feito a passos pequenos, haja vista que a publicação do artigo foi feita em 2005 e hoje ainda não houveram avanços tão significativos para a preservação deste bioma, espera-se que com a chegada do novo Código Florestal Brasileiro essa situação se reverta.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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KLINK, Carlos A. & MACHADO, Ricardo B. A conservação do Cerrado brasileiro. 2005. Disponível em: <http://www.graduacao.unuead.ueg.br/mod/resource/view.php?id=41435>. Acesso em 6 mar. 2012.

MIRANDA, H. S., E. P. Rocha e Silva, e A. C. Miranda. 1996. Comportamento do fogo em queimadas de campo sujo. In H. S. Miranda, C. H. Saito e B. F. S. Dias, eds., Impactos de Queimadas em Áreas de Cerrado e Restinga, pp1-10. Brasília: ECL/Universidade de Brasília.

TATAGIBA, Fernando. Introdução ao Cerrado. Disponível em: <http://biologo.com.br/-plantas/cerrado/>. Acesso em 24 fev. 2012.