No Artigo DOCÊNCIA SUPERIOR: FORMAÇÃO E COMPETÊNCIAS PARA O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO os autores apresentam estudo bibliográfico, resultado e análise de pesquisa qualitativa sobre o assunto. As abordagens sobre docência, formação específica do docente e as competências pedagógicas são apresentadas de forma isenta com o objetivo de proporcionar ao leitor a construção de sua própria opinião. É certo que dentro das experiências de cada indivíduo reside a inclinação para escolher seu posicionamento, inobstante, é mister informar que a formação orientada para a docência tem posição privilegiada, sem abrir mão da especialização da área de atuação.

Os autores do artigo o dividiram em quatro capítulos e conclusão. No primeiro capítulo o assunto é introduzido com abordagem histórica e apresentação da performance contemporânea do Ensino Superior. Informa também que o artigo é composto de levantamento bibliográfico e pesquisa empírica qualitativa. No segundo capitulo é abordada, primeiramente a Lei 9.394/96 (art.66) que trata das Diretrizes e Bases da Educação, que preconiza sobre a formação do professor universitário no Brasil, em seguida cita autores e suas concepções sobre a relevância da formação do profissional do magistério superior. No terceiro capítulo os autores tratam das competências do professor universitário (técnica, requisitos pessoais, competências pedagógicas). No quarto capitulo os autores analisam e discutem os resultados da pesquisa que compõe o trabalho. A conclusão do artigo traz a reflexão dos autores sobre a importância da formação específica para o docente do nível superior, são fies às respostas dos professores pesquisados sem deixar de apresentar o fito principal do trabalho que é avaliar a importância do assunto em estudo.

A expansão significativa da Educação Superior do Brasil, nas mais diversas áreas do conhecimento humano ensejou concomitantemente demanda expressiva por profissionais docentes no Ensino Superior, destarte, para acompanhar a crescente demanda as Instituições de Ensino Superior tem deparado com o dilema de muitos destes profissionais para construir o perfil exigido pelo novo mercado.  Há um entendimento para muitos profissionais de nível superior, sobretudo dos que possuem bacharelado e especialização, mestrado e doutorado dentro de sua área de formação, de que a ampliação do conhecimento da disciplina é suficiente para qualifica-lo como professor. A docência exige mais que conhecimento de uma área cientifica. Para ser um bom professor de curso superior há que se conhecer a matéria de sua formação sem abrir mão dos conhecimentos específicos da docência, das particularidades e peculiaridades que envolvem o “fazer docente”. A pesquisa apresentada pelos autores deixa clara, mesmo que a título apenas de apresentação de resultado de investigação, que há uma resistência e uma ideia preconcebida de que a titulação na área de conhecimento científico é suficiente. As respostas do professor pesquisado demonstra claramente que não existe uma preocupação com os aspectos técnicos da docência quando se trata de curso superior, onde as ciências estão divididas e postas a prova dentro do seu contexto de isolamento apenas. Nas declarações da professora com larga experiência de magistério superior e formação específica e continuada na docência percebe-se a disposição pela busca do saber “fazer docente”. As competências do professor universitário são o alvo de análise criteriosa, assim como as competências pedagógicas que são de importância precípua para o desenvolvimento da Docência do Ensino Superior.

Há em todo ofício, em toda profissão um “play”, um “jouer”, essa palavra que não tem tradução para o português, mas nos dá a ideia de movimento, de disparo, de força motriz. O gosto pela docência tem que ser algo inerente ao professor de Ensino Superior. No Brasil a paixão pela pesquisa e pela construção de novos conhecimentos ainda não é parte da cultura do jovem que acaba de ingressar no Ensino Superior, dessa forma cabe ao professor universitário ser incentivador da iniciação científica propriamente dita, do contato primário do estudante com a forma mais epistemológica de fazer ciência. O professor universitário tem que ir muito além do incentivo a curiosidade ingênua do seu aluno, ele deve proporcionar o desejo de conhecer conteúdo, fundamentos e interdisciplinaridade das disciplinas em que atua. A docência deve ser respeitada como área especifica do conhecimento humano, o “fazer docente” é a ferramenta que pode aproximar o aluno da ciência, do conhecimento e da pesquisa. Especialização na área de atuação do professor é fundamental, sem deixar, porém, de sê-lo a formação especifica para a docência.

O insigne trabalho serve para analisarmos o quanto é preciso unir o conhecimento científico (acadêmico) ao conhecimento docente, a técnica docente auxilia o “fazer docente”. Recomendamos essa obra a todos que pretendem atuar na docência, e também às instituições quando do recrutamento de seus quadros. O trabalho também serve de incentivo a criação de novas Bases para a Educação Superior, sendo de grande relevância, não somente aos profissionais da área da docência, mas a toda a sociedade.

O Artigo estudado nesta resenha é de autoria de José Marcelo Costa dos Santos, Especialista em Educação - SESPI/FAP, Professor da SEDUC de Parnaíba-PI e Maria Ozita de Araújo Albuquerque, Doutoranda em Educação – UFPI, Professora Assistente I da UESPI.

Levi Lima de Oliveira (Levi Beltrão)

Economista (CORECON/PA 3552)

Aluno do Curso de Pós Graduação e Docência do Ensino Superior – ITPAC/FAHESA – Faculdade de Ciências Humanas, Econômicas e da Saúde de Araguaína.