No Artigo “A EDUCAÇÃO NA COMPLEXIDADE: Aspectos fragmentados do Ensino Superior” a autora aborda o Pensamento Complexo de Edgar Morin, projetando, em seguida essa linha epistemológica a educação superior. Partindo da crise do pensamento cientificista moderno, assinalado por muitos autores o artigo se conduz por uma linha de pensamento que sugere reforma, mudança de postura intelectual, de atitude e de responsabilidade quanto ao desafio da complexidade do mundo contemporâneo e ao pensamento e a prática educativa.

 A autora divide o artigo em cinco capítulos. No primeiro ela aborda o objetivo do trabalho, que é “conhecer, problematizar, investigar e levantar reflexões acerca da educação na complexidade, aspectos fragmentados do ensino superior que suscitam propostas para um novo olhar”, e se faz perguntas sobre como educar nos dias atuais, em seguida argumenta a complexidade do saber e sugere também a re-humanização da educação. No segundo capítulo a autora apresenta o Pensamento Complexo de Edgar Morin onde o cartesianismo é posto em discussão e à prova que, mesmo respeitando seu insigne trabalho, sugere, juntamente com Morin que a ciência não deve ser dividida para ser estudada e entendida, sob pena de fragilizar seus processos de complexidade, de simultaneidade e de completude. O terceiro capítulo aborda a relação entre o pensamento complexo e a educação superior, aborda e incentiva a transdiciplinaridade como recurso profícuo para conduzir a educação superior por uma senda de complexidade científica, despertar o indivíduo para a sobrevivência do planeta, sugere, enfim, a autora uma reforma na educação dentro do contexto de globalização. No quarto capítulo é apresentado o tema Complexidade, Educação Ética, onde relata que “pensar a educação superior na complexidade é pensar o desenvolvimento harmônico da sociedade no qual todos fazem parte e todos tem o direito de usufruir dos resultados alcançados”. A autora discorre sobre a ética como condição para o convívio social e a sustentabilidade, em detrimento da concepção da produção de bens de consumo apenas, apresentando através de escritos de outros autores uma proposta de superação e vida.

O Pensamento complexo de Edgar Morin projetado epistemologicamente a sobre a realidade da educação superior demonstra quão desafiante tem se tornado a Educação Superior do ponto de vista da complexidade da realidade contemporânea. Dentro deste contexto, a crise do pensamento cientificista apresenta-se como um dos principais fatores que catalisam a necessidade de uma reforma do pensamento científico e das atividades de ensino. Há um consenso entre muitos pensadores que em seus estudos cogitam e pregam um pensar sem mutilação, “servindo-se do todo em suas partes e as partes no seu todo” e o resultado comum desse pensamento é “a necessidade de uma reforma, de uma mudança de postura intelectual, de atitude e de responsabilidade quanto ao desafio da complexidade do mundo contemporâneo, central e à prática educativa”.  

Sempre existiu no homem e em sua capacidade e necessidade evolutiva uma inquietação pelo saber, desde que o homem é um ser social a educação é uma relação social complexa. Nos primórdios o saber empírico prevalecia, pois antes do homem conhecer aquilo que convencionou a chamar ciência, o todo, claro, com muitas restrições de profundidade era repassado aos mais jovens, obedecendo a complexidade que era peculiar àquele conhecimento. Com o cartesianismo permitiu-se fatiar a ciência em áreas específicas, onde a possibilidade de aprofundamento foi maximizada, como bem exigia a evolução. A presente era, a era da globalização traz de volta a necessidade de reagrupar os saberes e de tornar a ciência um só corpo. O ser humano agora pode contar com a profundidade do conhecimento científico que herdou do método Cartesiano e reagrupar o estudo, especialmente com o uso das novas tecnologias de informação e de comunicação, dessa forma, à educação superior caberá o grande papel desse casamento de interdisciplinaridade para tornar a riqueza do saber mais acessível e eficiente em promover a evolução do homem como ser social.

O trabalho estudado propõe um caminho para o realinhamento das práticas educacionais para adequá-las às novas tendências científicas, o estudo aprofundado sem a necessária interconexão com outras áreas da ciência pode tornar-se infrutífero e vil. A obra é recomendável para aqueles que compõem as metodologias de ensino, aos que atuam na docência, às instituições de ensino quando pensarem as grades curriculares de suas disciplinas, aos estudantes preocupados com sua formação e com a qualidade do ensino que recebem, sendo de grande relevância também às instituições governamentais que possuem ingerência sobre a educação.

O Artigo estudado nesta resenha é de autoria de Maria Auxiliadora Loiola de Figueiredo, Graduada em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC - MG). Graduada em Artes Plásticas pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). Pós Graduada em Desenvolvimento de Talentos Humanos pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Mestre em Educação pela Universidade de Sorocaba (UNISO).

Levi Lima de Oliveira (Levi Beltrão)

Economista (CORECON/PA 3552)

Aluno do Curso de Pós Graduação e Docência do Ensino Superior – ITPAC/FAHESA – Faculdade de Ciências Humanas, Econômicas e da Saúde de Araguaína.