Segundo Berman o “materialismo histórico” de Marx está na luz que lança sobre a moderna vida espiritual. Ele acredita que a “vida moderna”  implica um todo coerente. Isso pressupõe uma unidade de vida e experiência, que envolve a política e a psicologia, a indústria e a espiritualidade,  as classes dominantes e as classes operárias, na modernidade. Se refletirmos perceberemos que esse pensamento vai de encontro ao pensamento contemporâneo, já que o pensamento atual se divide em dois compartimentos: “modernização”, que estaria relacionado à economia e política e “modernismo” que estaria relacionado às artes, cultura e sensibilidade. Se tentássemos situar Marx em um desses compartimentos ele se encaixaria melhor na literatura sobre modernização, porém ele não é reconhecido pela literatura sobre modernismo.

O pensamento modernista tão brilhante e iluminador do lado escuro de todos e de tudo vem a ter os seus próprios cantos escuros, sobre as quais Marx pode fazer incidir nova luz. Ele pode esclarecer a relação entre cultura modernista e a economia e a sociedade burguesa. Veremos que marxismo, modernismo e burguesia estão vinculados.